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Mesmo censurado, "Fifty Shades of Grey" é campeão de vendas

Livro erótico explora a tortuosa relação entre um milionário e uma estudante universitária

O livro, parte de uma trilogia da autora britânica Erika Leonard James, vendeu mais de três milhões de exemplares desde sua publicação, em abril (Divulgação)

O livro, parte de uma trilogia da autora britânica Erika Leonard James, vendeu mais de três milhões de exemplares desde sua publicação, em abril (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2012 às 11h50.

Washington - O romance erótico "Fifty Shades of Grey", que explora a tortuosa relação entre um milionário e uma estudante universitária, encontrou um lugar em milhões de quartos e inspirou os sex shops dos Estados Unidos, mas também suscitou a censura em vários estados do país.

O livro, parte de uma trilogia da autora britânica (Erika Leonard) E.L. James, vendeu mais de três milhões de exemplares desde sua publicação, em abril, e se transformou, inesperadamente, em um grande sucesso. Sua autora é uma executiva e mãe de dois adolescentes que nunca antes havia escrito um livro.

No site oficial do romance, os leitores debatem acaloradamente e se dizem os atores apropriados para materializar em carne e osso a história em um filme, cuja filmagem já é planejada pela Universal Studios.

O livro explora a complicada história de amor entre Christian Grey, um arrojado empresário milionário que carrega uma pesada bagagem de abuso e abandono emocional em sua infância, e Anastasia Steele, uma tímida jovem universitária que se entrega, com uma mistura de medo e curiosidade, a seus prazeres mais obscuros.

Com um impressionante uso de linguagem sensual e simples, o romance inspirou oficinas para casais que buscam ampliar seu repertório e reavivar suas relações.

A loja Babeland, em Manhattan (Nova York), organizou na semana passada uma oficina na qual ofereceu conselhos para pôr em prática as cenas mais eróticas do romance, e os primeiros 25 que chegaram ao local receberam objetos como os que Christian usa para seduzir a modesta senhorita Steele.

A história também tem seguidores no Facebook e uma longa lista de espera nas bibliotecas em que ainda não foi vetada. Até o popular programa de comédia 'Saturday Night Live' dedicou um espaço ao livro recentemente.

Seu sucesso, sobretudo entre as mulheres - audiência para qual é dirigida a saga - se explcica devido às mais íntimas fantasias de dominação e submissão deste grupo, segundo os analistas.

'O livro não apresenta nenhum elemento diferente neste gênero, mas foi escrito por uma mulher comum, que permite a outras se movimentarem dentro da fantasia para explorar sua sexualidade. Tudo começa no cérebro, e este romance permite as mulheres fantasiarem e alimentarem sua libido', declarou à Agência Efe a psicóloga Claudia Campos.


'Os homens pensam no sexo durante o dia, e as mulheres não costumam se permitir a fazer o mesmo. Uma fantasia de muitas mulheres é o sexo selvagem, e nesse ponto este romance toca na ferida', acrescentou.

Mas as frequentes e detalhadas cenas sexuais do casal - a qualquer hora e em qualquer lugar -, incluindo atos de sadismo e masoquismo, foram alvo de censura em dezenas de bibliotecas públicas na Flórida, Geórgia e Wisconsin, por considerá-lo 'pornografia'.

'Fifty Shades of Grey' ocupa o primeiro lugar na lista de livros do 'New York Times', seguido pelos outros dois livros que completam a série, 'Fifty Shades Darker' e 'Fifty Shades Freed'.

No entanto, apesar de seu sucesso, o romance ainda é desconhecido pelo presidente, Barack Obama, segundo reconheceu esta semana no programa 'The View', da emissora 'ABC'.

O presidente respondeu às perguntas das cinco mulheres famosas que integram este programa matinal, entre as quais estavam a atriz Whoopi Goldberg e a jornalista Barbara Walters, mas desconhecia a resposta da pergunta sobre qual é o livro mais vendido segundo a lista do 'New York Times' há 11 semanas.

'Não sei', confessou Obama, provocando sorrisos de cumplicidade entre a audiência no programa. 'Perguntarei para Michelle quando chegar em casa', disse.

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