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Mente vazia (e bolsos cheios) no Dia Mundial da Meditação

A prática milenar tornou-se um mercado bilionário disputado por aplicativos de celular em meio à pandemia do coronavírus

IOGA EM CASA, NA ITÁLIA: aplicativos chegaram a crescer 13 vezes durante a quarentena (Marzio Toniolo/Reuters)

Ivan Padilla

Publicado em 21 de maio de 2020 às 06h58.

Não poderia haver momento melhor. Em meio à crise da pandemia do coronavírus, causa de ansiedade para boa parte da população, comemora-se hoje o Dia Mundial da Meditação. Criada em 2017 pelo terapeuta Will Williams, autor de livros sobre o tema, a data será oficialmente celebrada em duas práticas guiadas, transmitidas na página World Meditation Day 2020 do Facebook e em centenas de lives ao redor do mundo.

A meditação consiste em esvaziar a mente de qualquer pensamento, de forma a buscar a estabilidade mental interna. Parece simples, mas só quem já tentou sabe o quanto é difícil. A prática é milenar, mas vem ganhando força nas últimas décadas nas sociedades ocidentais – e se tornou um mercado bilionário disputado por aplicativos de celular, como o Headspace e o Calm.

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Com nota 4.9 de 5 na APP Store, o Headspace registrou um crescimento de 13 vezes entre fevereiro e março no número de pessoas que completaram a prática na modalidade “Stressed”, um sinal evidente do esgotamento mental na quarentena. Nos Estados Unidos, foi aberto gratuitamente a quem perdeu o emprego e, caso raro em se tratando de um aplicativo, acaba de lançar um comercial de 30 segundos para ser exibido nas emissoras de TV.

Em fevereiro deste ano, pouco antes da propagação maciça do coronavírus, o Headspace recebeu um aporte de 93 milhões de dólares. O aplicativo Já foi baixado 62 milhões de vezes em 190 países, conta com 2 milhões de assinantes e tem parceria com mais de 600 empresas para uso corporativo. Na área acadêmica, colabora com 70 universidades para estudos do benefício da meditação.

No ano passado, seu principal concorrente, o app Calm, com mais de 50 milhões de downloads, havia recebido um financiamento de 88 milhões de dólares. Com o aporte, atingiu um valor de mercado de 1 bilhão de dólares, tornando-se o primeiro unicórnio de uma empresa focada, literalmente, em meditação.

O crescimento da meditação encontra paralelo na busca cada vez maior pela yoga, como mostra reportagem da edição da Exame. São práticas diferentes, ainda que a meditação seja uma das ferramentas da yoga. No fim, são atividades complementares para o auto-conhecimento, mais do que adequadas em tempos de isolamento social.

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