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Médico ensina como a sua mente pode ajudá-lo a ser feliz

Só existe um obstáculo entre você e a felicidade: sua mente. É o que diz a programação neurolinguística (PNL) e o médico Neil Hamilton Negrelli Jr.

O médico Neil Hamilton Negrelli Jr.,defensor da evolução homeopática e contínua: "Vivemos um momento de grande valorização do desenvolvimento pessoal” (.)

O médico Neil Hamilton Negrelli Jr.,defensor da evolução homeopática e contínua: "Vivemos um momento de grande valorização do desenvolvimento pessoal” (.)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 11h26.

Última atualização em 29 de maio de 2018 às 18h46.

São Paulo — Imagine um jovem estudante de medicina confrontado com a obscura realidade das instituições psiquiátricas, mas com gana de atuar em prol do desenvolvimento humano. A decepção amargada no passado reorientou a rota do paulistano Neil Hamilton Negrelli Jr., médico especializado em cirurgia craniocervicofacial pela Universidade de São Paulo (USP).

Depois de abandonar os planos de se tornar psiquiatra, ele frequentou, por muitos anos, o centro cirúrgico, mas sem largar os livros de psicologia – tesouro que mantém trancafiado em seu escritório. Demorou, mas encontrou a fonte da verdadeira motivação profissional: a programação neurolinguística (PNL), vertente que estuda a relação entre a mente e o comportamento.

Como "master practitioner" e "trainer" em PNL, o presidente do Instituto Nacional de Excelência Humana (INEXH), com sede em São José dos Campos, interior de São Paulo, e braços por todo o país e também nos Estados Unidos, tem ajudado, nos últimos 25 anos, milhares de pessoas a emplacar comportamentos mais construtivos nos campos pessoal e profissional.

A mágica não é outra senão libertá-las, na medida do possível, de bloqueios inconscientes. Segundo Negrelli Jr., travas do tipo “Isso é impossível”, “Não vou conseguir” ou “Não sou merecedor” se desmancham e viram pó com a ajuda das técnicas de reprogramação mental, cada vez mais procuradas como ferramenta de autoconhecimento.

“Vivemos um momento de grande valorização do desenvolvimento pessoal”, observa. O treinamentode maior audiência promovido pelo instituto, chamadodesenvolvimento e liderança (DL), chega areunir 170 pessoas, que, durante um fim de semana,se instalam num hotel a fim de vivenciar dinâmicasem grupo. As atividades, baseadas em fundamentos de diversas correntes da psicologia, espelham a vida. Fazem o participante confrontar suas reações aos mais variados eventos do cotidiano, o que produz risos e lágrimas. “Ali, a pessoa tem a chance de repensar suas crenças e atitudes, além de estruturar planos por meio do estabelecimento de metas palpáveis, cuja concretização traz alegria e autoconfiança”, conta Negrelli Jr., para quem a felicidadeé homeopática.

Por isso, prescreve pequenas doses diárias de satisfação. Tudo do que necessitamos. Acha pouco? Então, examine os argumentos apresentados na entrevista a seguir.

O que mais o encanta na PNL?

A velocidade em transformar comportamentos e a lógica que embasa o método. Com técnicas de PNL, é possível tratar uma fobia em dez minutos. Por meio da conversa, detecto o ponto nevrálgico da trajetória pessoal que desencadeia a paralisia diante do agente agressor. Uma vez iluminada a causa, damos novo significado ao objeto fóbico.

Daí em diante, a pessoa passa a reagir proporcionalmente ao que a ameaça. O mesmo pode ser feito com aqueles que precisam falarem público mas travam em situações desse tipo. Os mais céticos realizam os exercícios propostos e sentem na pele a mudança efetiva.

Segundo essa corrente, o que determina o sucesso?

Nem sempre o melhor aluno da escola é o mais bem-sucedido na vida profissional. É evidente que a ascensão não depende da formação racional. Existe uma base emocional constituída de crenças que vai determinar o sucesso. Daí a importância de alinhar o indivíduo ao inconsciente. Em primeiro lugar, é preciso fazer com que ele entenda a maneira como processa os comportamentos no cotidiano, ou seja,como se comporta diante da raiva, como lida como medo, com a tristeza, e assim por diante.

A maioriadas coisas que fazemos no dia a dia se constitui de reaçõesà ação dos outros. Se a pessoa se limita a reagir enão cria seu próprio comportamento, bem como suasdecisões e capacidades, ela se torna uma marionetenas mãos alheias sem tomar conhecimento disso.

Além de se perceber, é importante ter clarezado que se quer alcançar?

Se você perguntar nas ruas se as pessoas se consideram felizes, a maioria dirá sim. Agora, se você perguntar para essas mesmas pessoas se elas realizaram seus sonhos, a maioria responderá não. Isso significa que elas não são verdadeiramente felizes. Apenas se conformaram. Por isso,minha regra de ouro é: realize um sonho e se faça feliz. Não me refiro ao maior sonho do mundo, o que gera enorme ansiedade, senso de obrigação e frustração na certa. Essa formulação grandiosa é uma armadilha, como também deixar a vida correr. Recomendo a conquista de pequenos objetivos plenamente viáveis.

Assim se chega aonde se quer. Mas, para tanto, é preciso traçar planos de maneira estruturada e congruente com seus valores. Para começar,sugiro metas que possam ser alcançadas em até três meses. Mais adiante, pode-se traçar planos para seis meses, um ano. Quem fizer o teste irá perceber que, ao realizar algo singelo, se encherá de satisfação.Assim, o projeto de vida vira grande fonte de motivação. A confiança vai se expandindo.

Para isso, não bastaria ler um livro sobre PNL?

Não basta falar sobre as técnicas, é preciso vivenciá-las para experimentar a transformação. O medo não só protege como também nos atrapalha, pois atravanca a evolução. Se eu explicar isso a alguém, essa pessoa entenderá racionalmente, mas, quando chegar o momento de expandir sua empresa, por exemplo, ficará paralisada.

O que está lhe faltando é conhecimento e treinamento para identificar onde o medo a está bloqueando. Por meio de insights, deixamos de ser vítimas das emoções, pois aprendemos a compreendê-las e usá-las a nosso favor.

Que tipos de crenças barram o desabrochar de nossos potenciais?

A pessoa acreditar que não consegue fazer algo ou que não é merecedora de determinada coisa. Outras emperram no “se”: “Se eu tivesse estudado na infância”, “Se meus pais tivessem me compreendido”, “Se eu tivesse uma chance”. Há ainda quem atrase seu progresso por não saber estabelecer objetivos de forma adequada ou por não saber lidar com o estresse.

Essas crenças estão tão enraizadas a ponto de o sujeito nem perceber que está se limitando, que quem manda em suas decisões é o inconsciente. Mas, quando consegue enxergar e superar isso, experimenta uma sensação de autoestima e de orgulho próprio indescritíveis.

Passado algum tempo, é comum retomar velhos padrões de comportamento?

Com base nas estatísticas de meus treinamentos, constato que a maioria obtém ganhos enormes em várias áreas da vida, em geral mais em uma do que em outra. O ganho conquistado não se perde. Noto uma constância de crescimento naqueles que seguem a meta de ser um pouco melhor hoje do que ontem.

Há uma frase do físico alemão Albert Einstein que descreve bem isso. Ele diz que a mente que se abre para uma nova dimensão jamais aceita voltar à anterior. Gerar uma evolução contínua pós-treinamento é o nosso propósito. Por isso, temos reuniões periódicas de manutenção gratuitas e por toda a vida.

Como você responde às críticas de que o alcance da PNL é superficial?

Não me importo mais com isso porque sei dos resultados desse trabalho. Se uma área da psicologia critica a outra, porque a PNL não receberia críticas? Essa corrente nasceu no interior da psicologia, só que enxerga o campo psíquico de forma mais lógica e racional,por essa razão os resultados aparecem mais rapidamente.

O fato é que a PNL tem a possibilidade de agir pontualmente, acionando uma abordagem mais superficial que enfoca reação e comportamento,como no caso do tratamento de fobias. Mas imagine um empresário que precisa viajar de avião e não consegue. Não posso gastar dois anos para tratá-lo. Por outro lado, tenho a possibilidade de ir fundo, mexendo com a identidade e as crenças da pessoa a fim de que ela descubra sua essência e missão nesta existência, como a psicanálise faz, só que em um espaço menor de tempo se comparado ao dos tratamentos mais longos de outras linhas.

Há nos dias de hoje uma corrida pela felicidade a qualquer preço, inclusive por meios artificiais e tóxicos. Como você avalia esse cenário?

Antigamente, ser feliz ou infeliz era uma questão religiosa. Cabia a Deus definir. Na sociedade contemporânea,isso recai sobre o indivíduo, que passa a carregara carga da obrigatoriedade. Além do desejo de ser lindo e perfeito, o que gera ansiedade e estresse. Administrar isso é fundamental. E a chave é: estabelecer objetivos pequenos e palpáveis, que dependam só de você para serem atingidos. Começar dia a dia. Semana a semana.

Por exemplo, vender 25 copos não depende só de você, mas visitar 25 empresas, sim. Essas nuances no estabelecimento de objetivos precisam ser levadas em conta para obter satisfação, lembrando sempre que é impossível se imunizar contra o medo,a dúvida, a tristeza etc., sentimentos humanos que podem nos ajudar de muitas formas, nos levando a refletir, a sair da inércia, a se proteger quando preciso.

Não perder, jamais, os sonhos de vista é fundamental para ser feliz?

Sonhar é fundamental. A sempre inventar um sonho novo. A criatividade está em nossa porção criança, e não no lado adulto ligado à razão, ao trabalho. Se perdermos o contato com a infância, deixaremos a criatividade escapar. Portanto,temos de deixar nossa criança interior alerta, interessada em desvendar o novo, em se divertir. Por isso, ando de skate há dois anos e, há quatro meses, pratico tênis. Minha intenção não é ganhar todos os jogos, mas melhorar a cada partida. Eu me faço feliz com isso. É suficiente. Ao mesmo tempo que tal postura elimina uma carga terrível de cobranças, nos põe em alerta, impedindo que a vida nos leve para qualquer direção.

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