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A estratégia de investimentos de Martine Grael, bicampeã olímpica

A velejadora campeã olímpica na Rio-2016 e em Toquio-2020 explicou à EXAME como saiu da poupança para uma estratégia diversificada de investimentos

Martine Grael, velejadora campeã olímpica na Rio-2016 (Divulgação/Divulgação)

Martine Grael, velejadora campeã olímpica na Rio-2016 (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2020 às 10h31.

Última atualização em 3 de agosto de 2021 às 14h54.

Nesta terça-feira, Martine Grael e Kahena Kunze conquistaram a medalha de ouro na classe 49erFX de vela e se tornaram bicampeãs olímpicas. Há um ano, Martine falou com a EXAME sobre sua estratégia de investimentos, e explicou como a vela norteia também sua vida financeira -- traça metas e busca incluir ativos ESG no portfólio, por exemplo.

Abaixo, a reportagem publicada pela EXAME em 11/07/2020:

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Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, os Jogos Olímpicos de Tóquio, que deveriam começar no próximo dia 23 de julho, ficaram para o ano que vem. Além de frustrar bilhões de torcedores mundo afora, o avanço da pandemia trouxe desafios ao dia a dia dos atletas olímpicos. Como manter o condicionamento sem competições? Como preservar a renda num momento de pausa forçada da profissão como agora?

A trajetória da velejadora olímpica Martine Grael, de 29 anos, traz algumas respostas. Ganhadora de uma medalha de ouro nos Jogos do Rio, em 2016, numa categoria chamada 49er, de barcos leves e rápidos, Martine vivia uma rotina intensa antes da pandemia. No ano passado, ela conciliou as aulas de Engenharia Ambiental na Universidade Federal Fluminense com uma agenda intensa de competições internacionais. O ponto alto foram os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, onde também recebeu medalha de ouro.

Em 2020, tudo parou. “Com a pandemia de repente cancelaram todos os campeonatos. É praticamente como esse ano não existisse”, diz ela. Para não ficar parada, Martine está treinando em clubes do Rio de Janeiro e de Niterói, onde mora com o pai, Torben Grael, um dos expoentes da vela no Brasil e bicampeão olímpico em Atenas (2004) e Atlanta (1996). Os treinos são importantes, diz ela, para estar preparada para o retorno do calendário esportivo. “Voltaremos as competições em 2021 com o circuito todo em ano olímpico”, diz.

Enquanto aguarda a volta do calendário esportivo, Martine colhe os resultados de um planejamento financeiro que não a deixou na mão mesmo num momento digno de mar revolto como o atual. Na infância, a campeã olímpica costumava guardar as moedas de 1 real recebidas num cofrinho que, já na fase adulta, virou uma poupança, um dos produtos financeiros mais básicos do mercado. “Nunca entendi muito o mundo dos investimentos”, diz ela.

As coisas começaram a mudar a partir de 2014. Neste período, as finanças da atleta olímpica passaram a ser geridas pela Atlas Invest, escritório de investimentos parceiro do banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a Exame). Para além da poupança, Martine começou a investir em renda fixa e, mais recentemente, em papéis de empresas recomendadas por especialistas da Atlas. “Como não sou investidora do dia a dia, fico segura de ter alguém de olho nas grandes alterações de mercado para mim nessa pandemia”, diz ela.

Para reduzir o risco, Martine traçou a meta de alocar recursos no máximo possível de produtos financeiros. A medida foi útil para encarar o vai e vem dos papeis negociados na B3, a bolsa paulista, por causa avanço da pandemia no País, no começo do ano. “Hoje em dia pra mim arriscar é não diversificar os investimentos”, diz.

A estratégia de Martine vai em linha com o traçado pela Atlas para clientes esportistas, um nicho de mercado explorado pelo escritório de investimento. “Atletas precisam de planejamento financeiro para ter recursos mesmo em períodos de recesso nas competições, como agora”, diz Martin Cordioli, sócio-fundador da Atlas.

Daqui para frente, a atleta olímpica quer aproveitar a recuperação do mercado acionário para ampliar a presença em renda variável. A meta é ampliar a exposição em papeis de empresas sustentáveis. São chamadas ESG, da sigla em inglês Environmental, Social and corporate Governance, ou governança ambiental, social e corporativa, por levarem em consideração o impacto delas em questões como meio ambiente e desigualdade social. “É difícil pra mim, uma apoiadora do meio ambiente, patrocinar empresas com práticas ambientais questionáveis”, diz Martine, que tem pedido ajuda dos especialistas da Atlas para pesquisar mais a fundo as estratégias ESG das empresas que investe.

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