Marchand Franco Terranova morre aos 90 anos
O marchand e poeta transformou a Petite Galerie em um dos principais espaços de exposição de arte do Rio de Janeiro
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 09h04.
Rio de Janeiro - Um dos precursores do mercado de arte no Brasil, o marchand e poeta italiano Franco Terranova morreu nesta segunda-feira, 30, aos 90 anos, vítima de câncer, no Rio de Janeiro , cidade que adotou há 60 anos.
Terranova, ao chegar, passou por dificuldades, mas, confiante, trabalhou e comprou a Petite Galerie, criada em 1953 pelo pintor Mario Agostinelli (1915-2000), transformando a pequena galeria da Avenida Atlântica num dos principais espaços expositivos do Rio. O sucesso cresceu quando ela passou a funcionar em Ipanema, atraindo intelectuais.
Entre os anos 1960 e 1970, a Petite Galerie realizou exposições dos principais pintores modernos do Brasil, entre eles Di Cavalcanti, Guignard, Pancetti e Volpi. Ele é também lembrado como o descobridor de artistas contemporâneos como Ernesto Neto e Jac Leirner, além de grande incentivador de Milton Dacosta, Maria Leontina e Rubem Valentim.
Sua galeria, apesar das dificuldades financeiras, chegou aos anos 1970 ainda vigorosa, mas começou a declinar com a saída do sócio José Carvalho e a transferência de sua sede para a Rua Barão da Torre - a migração do mercado de arte em São Paulo foi outra causa da queda.
Apesar de ter instalado uma filial em São Paulo, em 1961, ela não teve o mesmo êxito da matriz carioca. Em 1972, Terranova levou sua experiência para a Galeria Global, das Organizações Globo.
Foi lá que começou há 40 anos a carreira da marchande Raquel Arnaud, que viria a reunir o maior time de artistas construtivistas nos anos 1980.
Apesar de seus esforços, Terranova sucumbiu à crise financeira em 1983. A Petite Galerie promoveu um leilão de seu acervo e ainda permaneceu aberta nos cinco anos seguintes, encerrando as atividades em 1988. A arte brasileira - especialmente a concreta - deve muito a esse italiano que, estudante de literatura, chegou ao Brasil com 24 anos, após o fim da guerra, da qual participou com aviador.
Antifascista e amigo dos artistas, 70 deles dividiram a missão de ilustrar seu livro Sombras, lançado em 2011, entre eles Cildo Meireles e Waltercio Caldas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Rio de Janeiro - Um dos precursores do mercado de arte no Brasil, o marchand e poeta italiano Franco Terranova morreu nesta segunda-feira, 30, aos 90 anos, vítima de câncer, no Rio de Janeiro , cidade que adotou há 60 anos.
Terranova, ao chegar, passou por dificuldades, mas, confiante, trabalhou e comprou a Petite Galerie, criada em 1953 pelo pintor Mario Agostinelli (1915-2000), transformando a pequena galeria da Avenida Atlântica num dos principais espaços expositivos do Rio. O sucesso cresceu quando ela passou a funcionar em Ipanema, atraindo intelectuais.
Entre os anos 1960 e 1970, a Petite Galerie realizou exposições dos principais pintores modernos do Brasil, entre eles Di Cavalcanti, Guignard, Pancetti e Volpi. Ele é também lembrado como o descobridor de artistas contemporâneos como Ernesto Neto e Jac Leirner, além de grande incentivador de Milton Dacosta, Maria Leontina e Rubem Valentim.
Sua galeria, apesar das dificuldades financeiras, chegou aos anos 1970 ainda vigorosa, mas começou a declinar com a saída do sócio José Carvalho e a transferência de sua sede para a Rua Barão da Torre - a migração do mercado de arte em São Paulo foi outra causa da queda.
Apesar de ter instalado uma filial em São Paulo, em 1961, ela não teve o mesmo êxito da matriz carioca. Em 1972, Terranova levou sua experiência para a Galeria Global, das Organizações Globo.
Foi lá que começou há 40 anos a carreira da marchande Raquel Arnaud, que viria a reunir o maior time de artistas construtivistas nos anos 1980.
Apesar de seus esforços, Terranova sucumbiu à crise financeira em 1983. A Petite Galerie promoveu um leilão de seu acervo e ainda permaneceu aberta nos cinco anos seguintes, encerrando as atividades em 1988. A arte brasileira - especialmente a concreta - deve muito a esse italiano que, estudante de literatura, chegou ao Brasil com 24 anos, após o fim da guerra, da qual participou com aviador.
Antifascista e amigo dos artistas, 70 deles dividiram a missão de ilustrar seu livro Sombras, lançado em 2011, entre eles Cildo Meireles e Waltercio Caldas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.