Luxuoso resort de esqui tem teleférico com cristais Swarovski
Teleférico de três cabos é o mais alto do mundo e entra e sai da estação de montanha mais alta da Europa, localizada na Suíça
Marília Almeida
Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 05h00.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2019 às 05h00.
É fácil viver nas nuvens em Zermatt: o resort de esqui suíço fica à sombra eterna do Matterhorn, uma das montanhas mais altas da Europa, e suas pistas estão entre as mais íngremes do continente. Agora você também poderá admirar tudo isso do teleférico de três cabos mais alto do mundo, que entra e sai - sim, você adivinhou - da estação de montanha mais alta da Europa.
Ficou tonto só de imaginar? Tente acrescentar a isso um preço de US$ 60 milhões, um piso de vidro transparente e mais de 1 milhão de cristais brilhantes.
Desde a inauguração, no final de novembro, o Matterhorn Glacier Ride - colaboração entre a fabricante italiana de teleféricos Leitner Ropeways; a lendária empresa de design de automóveis Pininfarina; e a gigante dos cristais Swarovski - tem transportado até 2.000 passageiros por hora em 4 quilômetros de cabos. O teleférico ascende 900 metros em nove minutos, da estação Trockener Steg até o Klein Matterhorn, a irmãzinha da famosa montanha com formato de dente pontiagudo de Zermatt, onde deixa os praticantes de esqui e snowboard à estonteante altura de 3.883 metros.
Quatro “cabines de cristal”, marcadas pelos deslumbrantes exteriores da Swarovski, contam com uma vantagem adicional: pisos de vidro fosco que se tornam transparentes quando o bondinho chega a 170 metros de altura, oferecendo uma visão espetacular da geleira que circunda a base do Matterhorn.
Para os frequentadores de Zermatt, é uma melhoria muito bem-vinda. O sistema anterior já tinha 40 anos e, na temporada alta, o tempo de espera chegava a uma hora e meia. Agora, a capacidade triplicou.
O novo sistema também é bastante luxuoso, considerando que os passageiros entram com as botas cobertas de neve e lama. As 25 cabines têm assentos de couro e camurça artificial com design da Pininfarina, enfeitados com o logotipo da montanha (em cristais Swarovski). “O design da cabine é puro, harmônico e dinâmico – um exemplo perfeito do melhor design da Pininfarina”, disse o presidente da empresa, Paolo Pininfarina, à Bloomberg.
Tudo isso tem um alto custo para a Zermatt Bergbahnen: o investimento de US$ 60 milhões no bondinho é superado na Europa apenas pelo do Stubai Glacier Ride, na Áustria, de US$ 72 milhões, que também tem assentos da Pininfarina. No caso de Zermatt, o custo aumenta não só pelos materiais de luxo; além dos cristais, houve também ambiciosas façanhas de engenharia, como a distância (o cabo mais comprido chega a 2,5 quilômetros entre as duas torres, um recorde para a Europa), limitações meteorológicas por causa do vento e da neblina e os desafios do trabalho a uma altitude tão elevada (durante dois anos e meio, esse foi o canteiro de obras de maior altitude do continente).
“Nós esperamos que [o novo teleférico] aumente o número de visitantes, especialmente no campo do turismo de excursões”, diz Mathias Imoberdorf, gerente de comunicações da Zermatt Bergbahnen, sobre o investimento. O Klein Matterhorn já tem tobogãs de neve, uma sala de cinema, um palácio subterrâneo na geleira e o mirante da estação mais alta, com vista para três países, para garantir a diversão de quem não esquia.