Magri fazia parte dos chamados dissidentes do Partido Comunista que, em 1969, fundaram o jornal 'Il Manifesto' (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 18h17.
Roma - O político comunista, jornalista e fundador do jornal Il Manifesto, Lucio Magri, cometeu suicídio assistido em uma clínica suíça.
Nesta terça-feira, os jornais La Repubblica e Il Manifesto detalham que Magri, de 79 anos, sofria de depressão desde a morte de sua mulher e por isso decidiu morrer na segunda-feira na Suíça.
O corpo do jornalista será levado para a cidade de Recanati, no centro da Itália, onde será enterrado ao lado de sua esposa Mara, como era seu desejo.
Amigos expressaram tristeza pela decisão de Magri, como explica a também jornalista e membro do antigo Partido Comunista Italiano (PCI), Luciana Castellina: 'Nunca imaginei que fosse terminar assim. O tempo de espera acabou, agora começa o da dor'.
De acordo com o jornal Il Manifesto, 'a vida de Magri havia se tornado insuportável, tanto no âmbito político quanto no pessoal, principalmente após a morte de câncer de sua mulher'.
Como conta o jornal, Magri deixou tudo por escrito: 'Não quero funerais, por favor, nem todas essas inúteis comemorações. Luciana (Castellina) se ocupará da gestão editorial dos meus textos. Para os amigos e colegas deixo uma carta que poderão ler quando tudo tiver terminado'.
Magri fazia parte dos chamados dissidentes do Partido Comunista que, em 1969, fundaram o jornal Il Manifesto.
Em 1974, após a saída do PCI, ele funda o Partido da Unidade Proletária pelo Comunismo, apesar de ter voltado em 1984 ao PCI, o qual novamente abandonou em 1991 quando esta formação política se transformou no Partido Democrático da Esquerda (PDS) e participou do nascimento do Partido da Refundação Comunista.
Em 2009, publicou o livro de memórias 'The Tailor of Ulm: A History of Communism', considerado um guia de ideologia comunista no mundo inteiro.