Caixões com corpos de vítimas do acidente aéreo que envolveu Chapecoense: análises apontaram que, no momento da queda, o avião estava sem combustível (Diego Vara/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 09h30.
Medellín - As autoridades colombianas querem concluir em até seis meses a investigação sobre as causas da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, entre outros, que culminou com a morte de 71 pessoas na última terça-feira (no horário de Brasília), em Medellín. Um grupo de 20 peritos vai se debruçar sobre os dados de navegação, da caixa preta e depoimentos para apontar as conclusões.
"Precisamos de seis meses, até para respeitar o protocolo de apuração. Vamos ter um grupo de trabalho formado por colombianos, brasileiros, bolivianos e também dois britânicos, que são do país onde a aeronave foi fabricada", disse Alfredo Bocanegra, diretor-geral da Aerocivil da Colômbia.
Segundo Bocanegra, os representantes brasileiros serão da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Já os ingleses, são membros do Grupo de Investigação de Acidentes Aéreos do Reino Unido. A aeronave foi fabricada em 1999. O trabalho cooperativo será liberado pelos colombianos, que na quarta-feira já apresentaram as conclusões preliminares.
As primeiras análises apontaram que, no momento da queda, o avião estava com o tanque de combustível vazio. Essa condição causou a pane elétrica e a interrupção do funcionamento dos motores. Os dois problemas foram relatados pelo piloto, Miguel Quiroga, à torre de controle do aeroporto internacional de Medellín e evidenciados pela ausência de explosão no momento do impacto.
"É necessário um trabalho científico, com a presença de especialistas para determinar o que houve. Ainda é cedo para ter definições", explicou Bocanegra. O diretor disse ainda ser cedo para explicar os motivos de a aeronave estar sem combustível no momento da queda, na noite de segunda-feira (já madrugada de terça no horário de Brasília).