Hollywood prepara cenas de cinema onde ninguém toca ninguém
Pesos-pesados de Hollywood recomendam que os roteiros sejam alterados para minimizar o contato físico
Guilherme Dearo
Publicado em 2 de junho de 2020 às 12h31.
Para reiniciar as produções interrompidas e, ao mesmo tempo, oferecer proteção contra o coronavírus , pesos-pesados de Hollywood recomendam que os roteiros sejam alterados para minimizar o contato físico. Cineastas também devem recorrer a imagens geradas por computador para substituir interações da vida real na tela.
As recomendações fazem parte de um documento escrito por grandes estúdios e sindicatos. A esperança é retomar as operações depois da paralisação quase completa do setor em março, quando a pandemia de coronavírus atingiu a Europa e os Estados Unidos. Atores, equipes e cineastas ficaram sem trabalho desde então, e o fechamento de cinemas custou à indústria cerca de US$ 1 bilhão por mês em vendas nos EUA.
Embora ainda não esteja claro quando os aspectos mais físicos da indústria do entretenimento poderão ser retomados, o documento mostra que o setor começa a concordar com condições de trabalho seguras - um componente crucial para trazer de volta produções suspensas, como os novos filmes “Matrix” e “Missão Impossível”.
As recomendações sugerem que o vírus terá enorme impacto nas condições de trabalho nos próximos meses. Recomenda-se que programas de TV ao vivo, como programas de entrevistas, tragam convidados apenas caso a caso. Pessoas que não precisam estar nos estúdios, como escritores, devem trabalhar remotamente. E as audições devem ser feitas via videoconferência.
O documento também recomenda que atores e pessoas no set sejam monitorados para identificar sintomas de coronavírus e mantenham distância de 1,8 metro quando possível. Segundo a proposta, as superfícies precisam ser higienizadas e a presença da equipe deve ser escalonada o máximo possível para evitar a interação física.
O documento foi escrito por uma força-tarefa que incluiu representantes da Walt Disney, Netflix, Apple e outros estúdios. Os sindicatos que representam trabalhadores em todo o setor e a Alliance of Motion Picture and Television também participaram.