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Gigante de café europeia mira Starbucks em aposta nos EUA

Com sede em Hamburgo, Tchibo planeja lançar seu café torrado e moído nos Estados Unidos nas próximas semanas

Café da Starbucks: Tchibo vira concorrente nos Estados Unidos (Leonardo Barci/Creative Commons)
DS

Daniel Salles

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 09h47.

A Tchibo, uma das maiores torrefadoras de café da Europa, aposta que seus mais de 70 anos de experiência no setor ajudarão a empresa a competir com gigantes como Starbucks e Café Peet’s em sua primeira incursão nos Estados Unidos.

A empresa com sede em Hamburgo planeja lançar seu café torrado e moído nos EUA nas próximas semanas, na mais nova iniciativa do diretor-presidente Thomas Linemayr, cuja experiência anterior no país incluiu a supervisão da divisão americana da Lindt & Sprungli. O café da Tchibo já é vendido na Europa, e o CEO agora pretende conquistar os fãs de café nos EUA.

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“Vamos atender aos consumidores mais jovens, de maior renda e conhecedores de café”, disse Linemayr, de 59 anos, em entrevista por telefone de Nova York. “Queremos estabelecer nossa empresa como líder em qualidade.”

O café da Tchibo será distribuído pela Rainmaker Food Solutions e estará disponível em uma ampla seleção de varejistas nos mercados do Centro-Oeste, como Illinois, Indiana, Iowa, Ohio, Michigan, Minnesota, Missouri e Wisconsin. Os produtos incluem café torrado e moído, e grãos inteiros - duas categorias impulsionadas pelos lockdowns - e uma cafeteira com moedor de grãos.

A Tchibo, fundada em 1949, tem vendas anuais “pouco abaixo” de US$ 4 bilhões, e o café representa cerca da metade desse valor, disse Linemayr. A empresa possui cafezais no Brasil e na Tanzânia e mais de 1.000 lojas de varejo, onde vende eletrodomésticos, incluindo cafeteiras. A empresa pretende competir com grandes varejistas nacionais dos Estados Unidos e, até certo ponto, com Starbucks e Peet’s, disse Linemayr.

A Tchibo entra no mercado de café torrado e moído que gerou cerca de US$ 4 bilhões em vendas no ano passado nos EUA, de acordo com James Watson, analista de mercado do Rabobank, em Nova York. Esse mercado caminha em direção a produtos mais refinados.

“Há uma valorização significativa em curso, que acreditamos ser devido à mudança dos consumidores de cafeterias para supermercados”, disse Watson em entrevista. “As empresas que têm ganhado mercado são as maiores e mais premium.”

As vendas de moedores de café e serviços de assinatura também crescem em um período em que a pandemia de Covid-19 mudou o comportamento do consumidor, que estariam investindo em nova infraestrutura para o consumo doméstico, disse Watson. Mas a mudança corre risco de não durar, pois consumidores podem retornar às cafeterias quando se sentirem confortáveis.

A Tchibo disputará o mercado com a Illycafe, torrefadora europeia que vende produtos premium e tem se expandido nos Estados Unidos. A Covid-19 impactou as vendas da empresa, 60% das quais vêm de restaurantes, cafés, companhias aéreas e transporte, disse o presidente do conselho da empresa, Andrea Illy, à Bloomberg TV no início deste mês. A empresa com sede em Trieste, Itália, respondeu com aumento do foco no consumo doméstico e comércio eletrônico para compensar parte das vendas perdidas.

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