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Futebol, NBA, NFL e até tênis: o esporte na mira da guerra do streaming

As plataformas gerais de hoje só têm migalhas no momento, enquanto as novas empresas especializadas, como a DAZN, ainda estão se posicionando

Guerra dos streamings: a partir de 12 de novembro, a Disney oferecerá uma fórmula que incluirá Disney+, ESPN+ e Hulu por US$ 12,99 por mês, o preço da assinatura padrão da Netflix (Visionhaus//Getty Images)

Guerra dos streamings: a partir de 12 de novembro, a Disney oferecerá uma fórmula que incluirá Disney+, ESPN+ e Hulu por US$ 12,99 por mês, o preço da assinatura padrão da Netflix (Visionhaus//Getty Images)

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AFP

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 11h18.

As séries e os filmes pareciam as duas únicas cartas a serem apostadas na guerra do streaming, mas a transmissão do esporte ao vivo, historicamente fora dessas plataformas, pode mudar as regras.

Até agora, a Netflix sempre se recusou a investir nesse nicho, assim como Hulu.

Somente a Amazon moveu seus peões com cautela (futebol americano, tênis, campeonato de futebol inglês).

Antes do lançamento do seu serviço Disney+, a empresa de Burbank já havia abalado a ordem estabelecida em abril de 2018 com a ESPN+, a versão em plataforma de sua rede de canais de esportes, a mais poderosa do mundo.

A partir de 12 de novembro, a Disney oferecerá uma fórmula que incluirá Disney+, ESPN+ e Hulu por US$ 12,99 por mês, o preço da assinatura padrão da Netflix nos Estados Unidos.

E ao anunciar no final de julho que o esporte ao vivo seria "um elemento importante" da nova plataforma HBO Max, o diretor executivo da operadora de telecomunicações da AT&T, Randall Stephenson, também estabeleceu uma pauta.

Ao contrário da ESPN, que reserva seu conteúdo mais valioso para o cabo (NFL e NBA) e usa a ESPN+ como um complemento, a HBO Max oferecerá basquete profissional (NBA), disse Stephenson.

Último reduto do "ao vivo"

"O esporte ao vivo deve definitivamente ajudar o HBO Max", que será lançado na próxima primavera, disse Patrick Rishe, professor de economia esportiva da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.

"O esporte é um dos últimos, talvez o último, conteúdo que precisa ser visto ao vivo e que gera as melhores audiências", diz.

"É o conteúdo mais valioso, porque é uma paixão das pessoas e são eventos únicos que não podem ser duplicados", explicou John Skipper, ex-presidente da ESPN, em novembro de 2018 na CNBC.

Em 2018, 43 dos 50 principais eventos televisionados nos Estados Unidos por tamanho de público foram esportivos.

Nos esportes, como nas séries e filmes, surge a questão dos direitos de transmissão, que sobre a bilhões de dólares para as disciplinas mais populares.

As plataformas gerais de hoje só têm migalhas no momento, enquanto as novas empresas especializadas em esportes, como a DAZN (pronuncia-se "Da Zone"), estão se posicionando em esportes de nicho, como o boxe.

O grupo Disney, que controla a ESPN, mas também a ABC, possui um portfólio de direitos único no mundo.

A WarnerMedia (subsidiária da AT&T), que gerou a plataforma HBO Max, também é um peso pesado do esporte e já garantiu os direitos digitais de vários eventos, incluindo o basquete universitário, muito popular nos Estados Unidos.

"A partir de agora, para cada contrato que negociarmos, também procuraremos adquirir os direitos (de transmissão) para ESPN+, não apenas para nossos canais históricos", disse Jimmy Pitaro, CEO da Bloomberg, à ESPN em maio.

Desafios técnicos

Embora a Disney e a WarnerMedia pretendam integrar uma oferta esportiva consistente com seu serviço de vídeo online, não se trata de alterar todo o conteúdo de streaming.

Embora estejam em declínio, as grandes redes de televisão gratuitas, com publicidade, e os canais a cabo, com assinaturas, continuam sendo de longe sua principal fonte de renda.

"O que a Disney está fazendo com a ESPN será a regra nos próximos anos", ou seja, "uma mistura de streaming e canais tradicionais", disse John McGuire, professor especializado na interseção do esporte e os meios de comunicação na Universidade Estadual de Oklahoma.

A cautela das plataformas também tem razões técnicas: garantir a transmissão on-line e ao vivo de um evento "requer infraestrutura considerável" e "a infraestrutura ainda não está à altura", explicou John Skipper à CNBC.

Algumas falhas recentes confirmaram isso. Consciente do problema, a Disney não hesitou em gastar US$ 2,6 bilhões para assumir o controle em 2017 da empresa técnica especializada em transmissão esportiva BAMTech Media.

Pois, apesar dos problemas, todo mundo quer se posicionar. Ganhar assinantes, especialmente para novas plataformas, mas também enfrentar a concorrência, incluindo as próprias ligas.

Mais e mais campeonatos e organizações esportivas têm sua própria oferta de transmissão. O melhor exemplo é a liga de basquete da NBA, com seu League Pass, disponível em quase qualquer lugar do mundo.

"A única certeza que tenho é que, para o fã que deseja acompanhar seu esporte favorito (...) será cada vez mais caro nos próximos anos", disse John McGuire.

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