O Príncipe Harry e Meghan Markle. (Clodagh Kilcoyne/Reuters)
Matheus Doliveira
Publicado em 7 de março de 2021 às 07h38.
Quando o príncipe Harry e Meghan Markle se mudaram para a Califórnia em busca de uma nova vida de glamour e ensolarada, eles provavelmente não esperavam passar grande parte do primeiro ano presos em casa.
O casal chegou a Los Angeles pouco antes das restrições de viagens por causa da pandemia, em março do ano passado. Rapidamente fizeram planos para forjar uma marca única da realeza em Hollywood, sendo cortejados por vários grandes estúdios antes de assinar um acordo lucrativo com a Netflix.
Mas as esperanças de estabelecer uma presença rápida no tapete vermelho foram suspensas por um ataque brutal da covid-19 durante o período de inverno. O estado em que vivem continua a manter fortes restrições após 12 meses de sua nova vida.
"Esta é a primeira vez que tenho a oportunidade de ver Los Angeles", admitiu Harry ao apresentador britânico James Corden em uma entrevista exibida na semana passada, realizada na parte superior e aberta de um ônibus de turismo da cidade.
A cidade foi brevemente seu lar, ainda que sua curta estadia em um resort em Beverly Hills - que pertence ao magnata do entretenimento Tyler Perry - não tenha sido feliz: o casal rapidamente se envolveu em uma batalha legal com os paparazzi por causa das fotos tiradas de seu filho, Archie.
Em julho, eles se mudaram novamente, dessa vez para Montecito, uma pequena e próspera cidade costeira a 150 quilômetros de Los Angeles.
A área é o lar de várias estrelas do entretenimento, como Oprah Winfrey, Ellen DeGeneres e Rob Lowe. Mas mesmo para as estrelas de Hollywood, o dia-a-dia do casal é mantido em segredo.
"Vê-lo na vizinhança é como ver o Monstro de Lago Ness", afirmou Lowe a Corden em entrevista em janeiro.
O especialista em relações públicas, Eric Schiffer, de Los Angeles, acrescentou que é improvável que eles "passem muito tempo com celebridades".
"Esse local não é o ponto de encontro normal para celebridades: é Beverly Hills, e Bel Air, e Malibu e West Hollywood. Não Montecito".
De acordo com o especialista em celebridades, Jeetendr Sehdev, o perfil discreto do casal, além da ocasional aparição no Zoom, não é comum e "definitivamente está relacionado à pandemia".
"Não tenho dúvidas de que no futuro os veremos em mais eventos de celebridades, nos tapetes vermelhos", disse o autor do best-seller "The Kim Kardashian Principle".
"Eles optaram por permanecer firmes no mundo da mídia e do entretenimento".
Embora uma fonte tenha confirmado que a Duquesa de Sussex não tem planos de voltar a atuar, um dos principais pontos para a nova carreira do casal será o acordo para produzir filmes e séries de "impacto" para a Netflix.
Os termos financeiros não foram divulgados, mas o acordo exclusivo de vários anos com a gigante do streaming certamente será bem remunerado.
No entanto, a ausência contínua do casal nas redes Twitter e Instagram contribuiu para o sentimento de que Harry e Meghan "parecem pouco dispostos a se comprometer", explica Schiffer, principalmente entre os os americanos da Geração Z e millennials ávidos por conteúdo.
"Acho que muitos americanos se perguntam por que eles têm essa aversão às redes sociais... estão tentando viver uma experiência nos Estados Unidos como essas elites que estão acima de tudo?", questiona.
O casal também foi visto de vez em quando fazendo trabalhos de caridade, como entregando refeições para doentes em Los Angeles na primavera passada, e depositando uma coroa de flores no cemitério para o Dia da Memória, em novembro.
Segundo especialistas, o gerenciamento extremamente cuidadoso dessas saídas não ajudou a melhorar o "acidentado início" da nova marca californiana do casal.
"Acho que o perigo de fazer um trabalho de caridade ad hoc é que as pessoas vão perceber isso como uma oportunidade para fotos", explica Sehdev.
"E isso pode ser contraproducente para a marca. Parece um pouco desorganizado", acrescenta.