"Fome oculta": o mal que afeta 2 bilhões de pessoas no mundo
De acordo com a OMS, a "fome oculta" atinge uma em quatro pessoas no mundo. A nutricionista Mariana Nacarato explica os sintomas e tratamentos para vencer o mal
Da Redação
Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 12h35.
São Paulo – A definição da palavra fome , de acordo com o dicionário Michaelis, é a sensação causada pela necessidade de comer. Esse desejo pode estar ligado apenas ao prazer de comer ou, também, à necessidade de nutrientes indispensáveis para o ser humano. A segunda hipótese é o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chama de “fome oculta”.
Esse mal atinge cerca de dois bilhões de pessoas em todo mundo, afetando um em cada quatro indivíduos, principalmente em países em desenvolvimento. A “fome oculta” é uma deficiência contínua de vitaminas e nutrientes, que pode favorecer a curto e a médio prazo o surgimento de doenças cardiovasculares e cânceres .
No entanto, se engana quem pensa que o mal afeta apenas pessoas magras ou abaixo do peso. “Não está necessariamente ligada às pessoas que passam fome. Quem está com excesso de peso também pode ter os sintomas da ‘fome oculta’”, explica a nutricionista Mariana Nacarato, em entrevista a EXAME.com.
E quais seriam esses sintomas? De acordo com Nacarato, o paciente não sente a falta desses nutrientes inicialmente. “Porém, ao longo do tempo, ele começa a sentir um cansaço frequente, os olhos podem ficar amarelados e também pode ocorrer a queda de cabelo.”
Ela conta que a melhor maneira de diagnosticar o mal é a partir de um exame de sangue. A maioria das pessoas com “fome oculta” apresentam anemia e outros quadros de deficiência de nutrientes.
Prevenção e cuidados
Para recuperar as vitaminas, a nutricionista indica o uso de suplementos artificiais. No entanto, Nacarato alerta que o melhor tratamento ainda é ter uma alimentação saudável. “Se a pessoa voltar aos hábitos errados que tinha, não adianta usar os suplementos”. Desse modo, para ela, a refeição deve ser variada e "colorida" com muitos vegetais e frutas.
Ela ainda explica que já existem muitos alimentos que possuem vitaminas e nutrientes adicionados em sua composição. “A farinha de trigo recebe ferro e ácido fólico extra por determinação do governo, por exemplo”. Também há outras comidas que são fortificadas pela própria indústria para que algumas vitaminas sejam entregues ao consumidor, como os sucos funcionais.
As três maiores carências nutricionais mundiais, segundo a OMS, são as de vitamina ‘A’, ferro e iodo. Nacarato explica que os alimentos ricos nesses nutrientes são hortaliças e legumes alaranjados, carnes vermelhas, feijão, peixes e algas.
Apesar de a organização focar nessas vitaminas, a nutricionista enfatiza a necessidade de uma alimentação balanceada. “Temos que sempre olhar para o valor nutricional de cada alimento”, finaliza.
No suco, como tempero ou em forma de chá, o gengibre é outro alimento que pode melhor o humor, isso porque contém inúmeros componentes, betacaroteno, capsaicina e cúrcuma.
Ana ainda explica que ele funciona como agente anti-inflamatório nas doenças musculoesqueléticas, incluindo o reumatismo, e ajuda até na cura da depressão.
Já os prebióticos, como cereais integrais, farelo de trigo, folhosos, linhaça, frutas cítricas e aveia, são ingrediente alimentar não digerível pela maioria dos microrganismos do intestino. Eles afetam beneficamente o hospedeiro pelo estímulo seletivo do crescimento e/ou atividade de um número limitado de bactérias probióticas.
Segundo a especialista, esses tipos de alimentos reduzem sintomas alérgicos e alivia a constipação, o que, consequentemente, melhora o humor.
Já o café possui compostos bioativos como cafeína, trigonelina, niacina, melanoidinas, quinídeos e ácidos clorogênicos.
De acordo com a nutricionista, esses compostos estimulam o sistema nervoso central, aumentam a síntese e a liberação de neurotransmissores, afetam a força de contração cardíaca, afetam o ritmo respiratório, aumentam a taxa metabólica basal e o efeito diurético. Resumindo: o café ajuda a prevenir a depressão.