Aos 98 anos, Pierre Cardin lançou seu último trabalho em janeiro deste ano. (Jun Sato/WireImage/Getty Images)
Julia Storch
Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 10h10.
Última atualização em 29 de dezembro de 2020 às 17h08.
Faleceu hoje (29) o estilista Pierre Cardin, aos 98 anos, no Hospital Americano de Paris. De origem pobre, o italiano se mudou para a França ainda jovem, onde deu seus primeiros passos na moda trabalhando como auxiliar de alfaiataria.
Desde 1950, quando fundou sua maison, trabalhou ao lado de Elsa Schiaparelli e Christian Dior. Ao longo das décadas, criou peças icônicas, com formatos e estampas geométricas, futuristas e unissex. Seu último trabalho foi em janeiro deste ano, em seu próprio estúdio na rua Saint-Honore, em Paris. À Reuters, Cardin disse que sempre tentou ser diferente, “ser eu mesmo. Quer as pessoas gostem ou não, não é isso que importa”.
Aos 18 anos, Jean Paul Gaultier foi assistente de Cardin, antes de ser lançado ao mundo da moda. Gaultier se aposentou dos desfiles aos 67 anos, em janeiro deste ano. Sobre seu pupilo, Cardin disse à Reuters, após o último trabalho de Gaultier: “Ele tinha uma personalidade provocativa”. Era uma referência ao sucesso do estilista, por sua originalidade de estilo da cultura das ruas, da cena punk e gay.
No ano passado, foi lançado o documentário House of Cardin. No longa, entrevistas atuais e antigas de Cardin são intercaladas com seus trabalhos e depoimentos de personalidades, como a da modelo Naomi Campbell, a atriz Sharon Stone e o arquiteto Philippe Starck.
Cardin deixa um legado de seu empreendedorismo. O italiano foi o primeiro estilista a licenciar seu nome para produtos. Em 1990 eram mais de 800 licenças ativas em mais de 140 países, em itens que iam de ventiladores e geladeiras a óculos e gravatas. Sua fortuna está estimada em mais de 600 milhões de euros.