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Exposição homenageia mulheres que marcaram história do Brasil

Confirmaram presença na inauguração a artista plástica Ana Bella Geiger, a produtora de cinema Lucy Barreto e a escritora e feminista Rose Marie Muraro, entre outras

A solenidade de abertura contará com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda (Agencia Brasil / Antonio Cruz)

A solenidade de abertura contará com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda (Agencia Brasil / Antonio Cruz)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2011 às 07h34.

Rio de Janeiro - A trajetória de luta das mulheres pela emancipação, o envolvimento na construção do Brasil e na discussão das grandes questões nacionais são os principais temas da exposição Brasil Feminino, que a Fundação Biblioteca Nacional inaugura hoje (5) à noite. A mostra integra as comemorações doss 200 anos da instituição.

O curador da exposição, Marcus Venicio Ribeiro, informou à Agência Brasil que o evento mostra também “a presença da mulher nos momentos em que ela fez pequenas ou grandes revoluções no comportamento da sociedade”.

A mostra presta homenagem a mulheres que se destacaram na vida brasileira, desde os tempos coloniais até os dias atuais. São contempladas mulheres que foram personalidades na política, como a princesa Isabel e a imperatriz Teresa Cristina, mulher de dom Pedro II, até, mais recentemente, a primeira presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Estão retratadas representantes do mundo artístico, como as cantoras Ellis Regina, Rita Lee e Maria Bethânia, além de atrizes, artistas plásticas, e a primeira miss negra brasileira, Vera Lucia Couto.

Entre as feministas, o curador lembrou Nísia Floresta Brasileira Augusta, que defendeu, no Rio Grande do Norte, investimentos em educação para as mulheres e conseguiu a primeira escola exclusiva para meninas, o Colégio Augusto, em 1838. Outra feminista pioneira foi Bertha Maria Julia Lutz, criadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922, cuja luta pelo direito das mulheres de votar e ser votada levou o governo de Getulio Vargas a promulgar o novo Código Eleitoral em 1932, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. Ribeirodestacou a anarquista e libertária Maria Lacerda de Moura, nascida em 1887, uma das poucas ativistas que se envolveu diretamente com o movimento operário e sindical de sua época.

A exposição homenageia ainda mulheres que venceram barreiras e preconceitos. Uma delas é a atriz Ruth de Souza, considerada pioneira em uma época em que não havia atores negros. Em 1945, Ruth fez parte do primeiro grupo teatral importante do Brasil, o Teatro Experimental do Negro, e acabou tornando-se a primeira estrela negra do cinema nacional.

A cantora Carmen Miranda, a cangaceira Maria Bonita, a compositora Chiquinha Gonzaga, a socióloga Zilda Arns, a umbandista Maria Escolástica da Conceição Nazareth, conhecida como Mãe Menininha do Gantois, a escritora Cecília Meireles, a jogadora de futebol Marta, a atriz Leila Diniz são celebradas em textos e fotos, entre mais de uma centena de mulheres que deixaram sua marca registrada na história do país.

A trajetória dessas mulheres em cinco séculos de história é contada com a ajuda do acervo da Biblioteca Nacional, envolvendo 150 originais e reproduções em periódicos (jornais e revistas), manuscritos, livros em geral, obras raras, partituras, documentos fonográficos, fotos e gravuras.

A exposição é franqueada ao público, que poderá assisti-la até o dia 26 de agosto, no Espaço Cultura Elizeu Visconti, no primeiro andar da Biblioteca Nacional. Durante os dois meses de duração do evento, serão realizados debates e painéis no Auditório Machado de Assis, da instituição.

Confirmaram presença na inauguração a artista plástica Ana Bella Geiger, a produtora de cinema Lucy Barreto, as atrizes Ítala Nandi, Norma Benguel e Ruth de Souza, a escritora e feminista Rose Marie Muraro, a pianista Rachel Gutiérrez, que foi a primeira mulher a participar de uma eleição majoritária, entre outras. A solenidade de abertura contará com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do presidente da Biblioteca Nacional, Galeno Amorim.

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