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Exibição de Londres consagra artista feminista radical

Bertlmann, de 74 anos, é parte de um grupo só de mulheres artistas destacado em uma nova seção da feira de arte Frieze de Londres neste ano

Renate Bertlmann: "Minhas obras eram realmente rejeitadas nos anos 70 e 80 porque as pessoas tinham medo dos meus tópicos" (Mark Blower/Frieze/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 18h51.

Londres - Um falo de 90 centímetros em um vestido de criança parece um símbolo improvável de empoderamento feminino, mas para a artista Renate Bertlmann sua presença em uma grande exposição de arte é sinal de que ela conquistou a aceitação que lhe negaram durante décadas.

Bertlmann, de 74 anos, é parte de um grupo só de mulheres artistas destacado em uma nova seção da feira de arte Frieze de Londres neste ano, cujo foco são artistas feministas cuja temática sexual declarada fez com que fossem censuradas e excluídas de exibições convencionais no passado.

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"Minhas obras eram realmente rejeitadas nos anos 70 e 80 porque as pessoas tinham medo dos meus tópicos: sexualidade, religião, feminismo. Obviamente levou 40, 50 anos para reconhecerem que as obras merecem ser vistas", disse Bertlmann à Reuters.

"Agradeço muito ter exibições maravilhosas, ou ser exibida aqui na Frieze. Dez anos atrás teria sido impossível".

A London Frieze é uma feira de arte comercial que conta com mostras de mais de 160 galerias internacionais e mil artistas.

"Trabalho Sexual: Arte Feminista & Política Radical" é o nome da seção neste ano, com trabalhos que incluem moldes de partes íntimas e imagens de bolos sexualmente explícitas.

Apesar da pauta feminista das artistas, muitas sentem não ser acolhidas pelos movimentos feministas de hoje.

"Eu sempre fui um tanto à margem, e, acho, um pouco questionável para algumas das feministas mais militantes, porque estava trazendo minha sexualidade para a discussão", disse a artista Penny Slinger.

Destacando a aceitação crescente do circuito tradicional à arte feminista sexualmente explícita, quatro obras da exibição foram adquiridas para a coleção do museu britânico Tate.

"A questão agora é se isso será visto mais amplamente como arte importante, e não como 'arte importante com um asterisco feminista', mas acho que isto está acontecendo", disse o galerista David Lewis, que vendeu ao Tate um dos trabalhos que adquiriu nesta semana, uma colagem da artista Mary Beth Edelson.

A feira vai até o dia 8 de outubro.

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