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“Juro que não sabia”, diz Josh Brolin, Thanos, sobre o final de Vingadores

Ator que interpreta o vilão Thanos em Vingadores: Guerra Infinita conversa com EXAME sobre o sucesso do filme da Marvel

“Juro! Verdade! Até hoje não sei se todos os roteiros que recebi eram verdadeiros ou não, e se todas as cenas que filmamos eram pra valer", diz ator (Marvel/Disney/Reprodução)

“Juro! Verdade! Até hoje não sei se todos os roteiros que recebi eram verdadeiros ou não, e se todas as cenas que filmamos eram pra valer", diz ator (Marvel/Disney/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2018 às 08h51.

Última atualização em 12 de maio de 2018 às 09h23.

“Eu não sabia. Juro que não sabia. Não tinha noção. Vi pela primeira vez junto com milhares de pessoas, no escuro do cinema. Ainda bem, porque eu senti claramente uma onda de ódio contra mim se erguendo dentro da sala.” Josh Brolin, animado e bem disposto apesar de estar no meio de uma maratona promocional do filme Vingadores: Guerra Infinita, que o levou a “uma quantidade de países que perdi a conta”.

Neste momento ele está num hotel de Luxo em Londres, e, graças à internet, estamos conversando em tempo real através de cinco fusos horários. Brolin suspira. “É o que acontece quando se trabalha sozinho a maior parte do tempo, quando seu personagem é motion capture e o estúdio é tão superprotetor que você nunca sabe a historia toda…”

Brolin está falando da cena final de Guerra Infinita e o que acontece ao seu personagem, o vilão Thanos, e mais um bom punhado de super-heróis Marvel. “Eles não contam nada pra gente”, Brolin continua.

“Juro! Verdade! Até hoje não sei se todos os roteiros que recebi eram verdadeiros ou não, e se todas as cenas que filmamos eram pra valer. O que eu sei que é verdade é a conversa que tive com Kevin Feige e Louis D’Esposito (produtores) e os irmãos Russo (diretores). E eles me guiaram passo a passo pela trama. E eu fiquei super impressionado, e não estou dizendo isso para vender o filme porque nem é preciso, certo? Mas fiquei maravilhado com a visão e o detalhe da concepção da saga toda — não apenas deste filme, mas do que vai vir depois.”

Brolin faz uma pausa e ri para si mesmo. “Só que, levando em conta o que vi no final (de Guerra Infinita) é capaz deles estarem planejando uns ajustes, não é? Não quero carregar o ódio todo comigo…”

Brolin está vivendo um momento interessante e um tanto inesperado em sua vida – depois de três décadas em filmes pequenos e/ou independentes (Milk, Onde os Fracos Não Tem Vez, W., True Grit, Vício Inerente, Hail, Caesar!, Sicario), tornou-se parte essencial da era dos super-heróis, como Thanos (desde Guardiões da Galáxia, em 2014, pelo qual não recebeu crédito) e em Guerra Infinita, e como Cable em Deadpool 2, que estreia mundialmente 17-18 de maio. Brolin garante que, do ponto de vista do trabalho de ator, não há diferença – pelo menos para ele.

“Eu sei que, do ponto de vista das plateias e da mídia, existem os filmes arrasa-quarteirão ou coisa parecida, e existem os filmes independentes. Para mim é a mesma coisa- e não estou dizendo isso como piada. É a mesma coisa pra mim. Não há diferença no trabalho que fiz para Onde os Fracos Não Tem Vez e Guerra Infinita. Todos eles pra mim são como os filmes que eu via nos cineminhas de bairro do Lower East Side de Nova York, ali por 1975. É tudo diversão e imaginação, uma experiência comunitária, compartilhada. Um filme que me interessa é um filme com uma história que me intriga. Não interessa se é um filme de baixo orçamento ou de centenas de milhões de dólares. A preparação, a construção do personagem é a mesma coisa.”

Filho do veterano ator e produtor James Brolin, enteado de Barbra Streisand, Josh Brolin teve que lutar muito para, nas palavras dele, “chegar a um momento em minha vida em que posso, tranquilamente, dizer não a um projeto que não me interessa, sem pensar em como vou pagar as prestações da casa ou a escola dos meus filhos.”

Muito mais do que efeitos especiais: Josh Brolin como o vilão Thanos em Os Vingadores (Divulgação)

Criado num rancho distante de Los Angeles – “meu pai queria me proteger das loucuras da indústria” – Josh não conseguiu escapar da herança artística – em 1984, aos 16 anos, passou com louvor pela bateria de testes para a escolha do elenco de um filme que se tornaria um clássico dos anos 1980 – Goonies. “Tenho boas lembranças desse trabalho, dos meus colegas… foi um tempo muito bom”, Brolin recorda. “Eu achei que dali para frente tudo ia ser muito fácil. Como eu estava errado!”

Nos anos seguintes, Brolin só conseguiu trabalhos em filmes B e pontas em series de TV, em geral no papel de um policial/vilão/agente/assassino durão, possivelmente canalha. Finalmente, em 2007, um papel na antologia Grindhouse, pilotada por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, abriu-lhe as portas do cinema independente. Seu trabalho com os irmãos Coen no multi-premiado Onde os Fracos Não Tem Vez mostrou à indústria outras facetas do seu talento.

“Foi muito bom trabalhar com Javier (Bardem) e não ser o vilão, o mauzão”, Brolin recorda. “Foi muito bom trabalhar com Ethan e Joel e ter toda uma outra dimensão do que eu podia fazer com um personagem que tinha medos e fragilidades.”

Brolin voltaria a trabalhar com os irmãos Coen mais duas vezes, em True Grit e Hail, Caesar!, além de Oliver Stone, Gus Van Sant, Paul Thomas Anderson, Woody Allen, Dennis Villeneuve e Ridley Scott. No meio do caminho, Brolin teve sua primeira experiência com o mundo dos heróis de quadrinhos… e não gostou nada . O filme era Jonah Hex, o caubói-vingador da DC Comics, e Brolin tem más lembranças de tudo – das filmagens, do personagem e das reações negativas de crítica e público.

“Acho que destrui mais gente em Jonah Hex do que como Thanos em Guerra Infinita… destruí a plateia toda!”, Brolin diz, gargalhando. “Então… aprendi a lição. Nunca mais me meto numa dessas… e aprendi a não mais olhar personagens, especialmente personagens desse tipo, como “heróis” ou “vilões”. Vejo todos, “heróis” ou “vilões” como parte da espécie humana – mesmo quando não são realmente humanos, como Thanos. Mas são expressões da natureza humana em toda a sua complexidade. Quando são bem escritos, claro.”

Com uma agenda repleta de trabalho, agora, Brolin se prepara para filmar X-Force, novamente como Cable, e, logo depois, reprisando seu Thanos no novo filme dos Vingadores. Em junho estará de novo nas telas em Soldado, reprisando o papel de Matt Graver, o líder da força-tarefa anti-cartel de Sicario, de Dennis Villeneuve. “Eu me sinto um homem de muita sorte”, Brolin diz. “De muita, muita sorte. E acho que isso não vai acontecer de novo – então estou aproveitando cada minuto deste momento, em que posso ter o orgulho e a felicidade em mostrar meu trabalho em três papéis tão diferentes.”

Veja o trailer de Vingadores: Guerra Infinita

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