Do Rock in Rio ao Sírio-Libanês: como a covid mudou ofício de Morena Leite
A chef do Capim Santo fala sobre os impactos em seu negócio provocados pela pandemia e o Festival Fartura Gastronomia Du Brasil, que começa no dia 11/12
Daniel Salles
Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 10h26.
Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 15h12.
Mandachuva do longevo restaurante Capim Santo, a chef Morena Leite multiplicou sua atuação no meio gastronômico com ajuda de eventos como os festivais Lollapalooza e Rock in Rio, nos quais alimentava batalhões. Veio a quarentena e, com ela, o fim de uma das principais fontes de renda do grupo – para não falar das restrições impostas aos restaurantes.
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“Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida”, diz ela, sobre a inevitável demissão de parte da equipe, que chegou a somar 500 pessoas.
O jeito foi aderir ao delivery e migrar a unidade paulistana do Capim Santo nos Jardins para o espaço que pertencia ao Santinho, do mesmo grupo, no Museu da Casa Brasileira. “O movimento está bom, mas de verdade vivo um momento de incertezas, sem saber o que vai acontecer em janeiro e fevereiro”, confessa a cozinheira.
Outra novidade é ilustrativa do tempo em que vivemos: a chef acaba de inaugurar uma unidade do Capim Santo no Hospital Sírio-Libanês, voltado a pacientes e acompanhantes.
Ela conversou com a reportagem da Exame Casual em Belo Horizonte, há poucos dias, durante os preparativos do Festival Fartura Gastronomia Du Brasil, do qual é uma das curadoras. O evento ocorre entre os dias 11, 12 e 13 de dezembro, com ações presenciais e virtuais.
Trinta chefs, entre os quais Morena, Janaína Rueda, Rodrigo Oliveira e Thiago Castanho, formaram duplas para criar menus (com ingredientes típicos do Brasil) que poderão ser degustados nos restaurantes de cada participante e também na sua casa, por meio do delivery, nas datas citadas. Pela primeira vez, o evento envolve todas as regiões do país.
A mandachuva do Capim Santo se aliou ao chef Vico Crocco, de Porto Alegre. O menu idealizado pela dupla, instada a usar banana e azeite, obrigatoriamente, começa com o polvo grelhado com ervas, acompanhado de batata assada no azeite, salada de mini folhas de beterraba e molho de limão.
De prato principal, pirarucu confitado no azeite com renda crocante de batata baroa e molho de castanhas de caju com abobrinha. Banoffee com farofa de pecan com óleo de coco fecha a refeição.
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“Todo grande chef é um maestro e nas nossas cozinhas, normalmente, a gente está maestrando ”, diz Morena. “Quando a gente vem para o Fartura a gente vira um violonista, um percussionista, colocamos a mão na massa. Sempre saio desses festivais com novos insights ”.
Assista a entrevista completa com a chef: