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Diretor da vinícola mais cobiçada da Espanha conta segredo de como escolher o melhor vinho

A Vega Sicilia tem uma longa tradição em elaborar grandes vinhos. No Brasil, os rótulos são importados pela Mistral

(Liudmila Chernetska/Getty Images)
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 12h15.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 12h18.

Escolher o melhor vinho , com tantas opções no mercado, nem sempre é uma tarefa fácil, especialmente no universo dos rótulos premium. Ler bons guias, reportagens sobre o assunto e falar diretamente com quem produz são caminhos eficazes para chegar à escolha perfeita.

Há uma lenda no mundo do vinho de que safras ímpares são melhores que safras pares. No entanto, não há comprovação científica robusta que justifique essa afirmação, e existem exceções, principalmente quando se considera o terroir (veja abaixo o que significa este termo).

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Um exemplo é a safra de 2020, que no Vale dos Vinhedos , no Rio Grande do Sul, recebeu o título de ' Safra das Safras ' pela sua qualidade única. Por outro lado, a safra de 2023 produziu belíssimos espumantes na mesma região.

Ignacio de Saralegui, diretor comercial da icônica vinícola espanhola Vega Sicilia, revela um segredo quando questionado sobre como escolher os melhores vinhos da Espanha para degustar.

"Para a Espanha, safras com final quatro sempre produzem grandes vinhos. Os rótulos de 2004, os de 2014, e agora a colheita de 2024 nos mostram que são anos excepcionais em qualidade e quantidade", afirma, em entrevista exclusiva a EXAME Casual.

Vinhos cobiçados

A Vega Sicilia tem uma longa tradição em elaborar grandes vinhos, como o Alión 2019 (R$ 1.721,53), um clássico espanhol 100% da uva Tempranillo, típica da região. No Brasil, os rótulos da vinícola são importados pela Mistral. O Alión já foi eleito um dos 100 melhores vinhos do mundo pela aclamada revista americana Wine Spectator.

Outro grande ícone é o Vega Sicilia Único (R$ 9.752,86, do ano de 2023), elaborado sempre com três safras diferentes para extrair o que há de melhor na vinícola. Por isso, o rótulo indica o ano em que o corte foi feito, e não o ano da safra.

Saralegui revela que os brasileiros estão entre os dez maiores compradores de vinhos da Vega Sicilia. "O Brasil ocupa a sexta posição. É um mercado muito importante para nós", destaca.

Ignacio de Saralegui, diretor comercial da icônica vinícola espanhola Vega Sicilia. (Divulgação/Divulgação)

O que é terroir

Um dos aspectos mais importantes para elaborar bons vinhos é o terroir. A vinícola que entende o local onde está e como as videiras se comportam consegue extrair o melhor de suas bebidas. O chileno Pedro Parra, conhecido como “senhor terroir”, define o termo de maneira única.

"Os vinhos são como música: muitas pessoas cantam bem, mas os grandes cantores têm algo a mais. Esse algo a mais vem do treinamento, da voz, do tom, da genética. Um cantor é excepcional quando gera um som único. Um terroir é excepcional quando gera uma assinatura, uma tipicidade pessoal", explica.

Ele acrescenta que um bom terroir é uma interpretação correta do solo. Existem fatores em comum que determinam isso, como pedras, drenagem, porosidade, espaço para as raízes e para a água, além de um clima nem muito chuvoso nem muito ensolarado. Segundo Parra, esse é o segredo dos grandes terroirs.

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