Cirurgia Plástica: no entanto, Sousa assegura que a cirurgia, a qual ele mesmo orienta, só é aplicada nas participantes que necessitam (Brent Stirton/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 16h39.
Caracas - Conhecido como o Czar da Beleza, Osmel Sousa, presidente há três décadas do famoso concurso Miss Venezuela, já coroou cinco Miss Universo e seis Miss Mundo com sua fábrica de rainhas, onde a cirurgia estética está longe de ser considerada um tabu.
"Eu defendo com unhas e dentes porque é um recurso perfeito para aperfeiçoar a beleza", aponta Sousa, que chegou à direção do concurso em 1981 e já virou uma espécie de instituição no país.
Amado e temido em partes iguais, o homem que transformou a Venezuela em uma referência mundial em concursos de beleza afirmou à Agência Efe que procura a "harmonia perfeita" nas meninas com disciplina e "hiperexigência", e assegurou que seguirá nessa atividade "até que o corpo agüente".
"Isto não é um concurso de natureza e nem de naturalidade, e sim um concurso de beleza. Desta forma, é preciso recorrer ao que for necessário para que a mulher seja bela ou ainda mais bela do que já é", argumentou o empresário, de origem espanhola, nascido há 66 anos em Cuba e estabelecido na Venezuela desde os 13 anos.
Sousa começou a fazer parte do concurso no final dos anos 60 como estilista e, em muitas ocasiões, chegou a usar a imagem de um diamante bruto se referir às participantes, as quais são polidas até suas belezas reluzirem.
"Há moças que não reagem bem na academia e, se isso pode ser corrigido com uma lipoaspiração, não vejo problema. Assim é mais rápido e em 24 horas está pronto", assinalou.
A especialidade em encontrar essa tal "harmonia perfeita", segundo o próprio empresário, vem de seus anos como ilustrador publicitário especializado em figuras femininas, época quando desenhava e apagava a seu critério muitas imagens de "mulheres dez".
No entanto, Sousa assegura que a cirurgia, a qual ele mesmo orienta, só é aplicada nas participantes que necessitam.
Um retoque no nariz e o aumento dos seios são as operações mais comuns entre as misses, embora algumas também acabem passando por cirurgias mais inusitadas, como a de lipoaspiração de panturrilhas.
No entanto, para participar do Miss Venezuela, Sousa aponta que não basta recorrer à cirurgia, tem que ter muita "beleza" e "personalidade".
"Eu sempre digo que quando uma moça ideal chega ao meu escritório, eu sinto um golpe. Isto é o que é preciso", assinalou o Czar da Beleza.
Uma vez dentro do concurso, as meninas têm que se submeterem a rigorosas dietas, horas de academia, ensaios em passarela, oratórias e, a prova mais dura de todas, o mordaz veredicto de Osmel Souza, uma faceta que fez do empresário um popular júri do concurso Nossa Beleza Latina, organizado pela "TV Univisión".
"Deveria dizer que não, mas reconheço que, após 30 anos, eu continuo sendo hiperexigente. Se não for assim, as coisas não saem", declarou Sousa entre risos.
Capitanear a época dourada do Miss Venezuela, uma das indústrias mais lucrativas e eficientes do país caribenho, não é tarefa fácil e custou muitas horas de trabalho a Sousa, além de "quatro artérias obstruídas".
"O amor e a dedicação que temos pelo que fazemos, assim como a seriedade, o respeito e o profissionalismo. Acredito que esses são os ingredientes para o sucesso", apontou Sousa.
Embora afirme que o título de Czar da Beleza seja "um pouquinho exagerado", o certo é que as misses de todo o mundo disputam sua assessoria, especialmente depois que o estilista foi parar no livro Guinness por ter coroado duas venezuelanas de forma consecutiva no Miss Universo: a Dayana Mendoza, em 2008, e Stefanía Fernández, em 2009.
"No momento em que me sentir cansado e sentir que já não gosto mais disso isto, seguramente, eu me retirarei. Mas, por enquanto, isso ainda não passou pela minha mente", respondeu Sousa ao ser perguntado sobre sua aposentadoria.
"Seguirei trabalhando até meu corpo aguentar. Espero que não tenha mais outras quatro artérias entupidas, pois seria fatal", finalizou o Czar da Beleza.