Casual

Cuba anuncia inauguração de hotel LGBTQIA+ em Havana

Após décadas de discriminação e marginalização, a comunidade LGBTQIA+ começou a ganhar espaço e reconhecimento em Cuba, uma sociedade historicamente patriarcal e homofóbica

Cuba celebra seu Dia do Orgulho em 17 de maio, dentro de uma jornada anual que dedica ao resgate dos direitos dessa comunidade, liderada pelo Centro Nacional de Educação Sexual. (AFP/AFP)

Cuba celebra seu Dia do Orgulho em 17 de maio, dentro de uma jornada anual que dedica ao resgate dos direitos dessa comunidade, liderada pelo Centro Nacional de Educação Sexual. (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 29 de junho de 2021 às 08h22.

O primeiro hotel estatal LGBTQIA+ de Havana abrirá suas portas "em breve", em associação com a rede espanhola Axel, anunciou na segunda-feira (28), o Dia Mundial do Orgulho, seu promotor, o Grupo de Turismo Gaviota.

"O Hotel Telégrafo Axel Havana, hoje na fase final de um processo de renovação e melhorias (...), reabrirá suas portas em breve em aliança entre o Grupo de Turismo Gaviota e a rede espanhola Axel Hotels", disse o grupo em seu site na internet.

O hotel está localizado em frente ao Parque Central, muito perto do Capitólio e do Grande Teatro de Havana.

A instalação terá 63 quartos e muitos serviços, alguns novos, concebidos "entre as melhorias mais substanciais adicionadas ao local".

Gaviota é um poderoso grupo turístico das Forças Armadas e do Axel Corp. "É um grupo empresarial que dirige sua atividade tanto a empresas com interesses na comunidade LGBTQIA+, assim como para a própria comunidade", segundo seu site.

Axel "pretende se posicionar como o primeiro grupo empresarial de referência mundial dirigido ao público LGBTQIA+, com uma variedade de serviços e produtos de qualidade", acrescenta em sua casa central em Barcelona.

Cuba celebra seu Dia do Orgulho em 17 de maio, dentro de uma jornada anual que dedica ao resgate dos direitos dessa comunidade, liderada pelo Centro Nacional de Educação Sexual, que é presidido pela deputada Mariela Castro, filha e sobrinha dos ex-presidentes Raúl e Fidel Castro, respectivamente.

Após décadas de discriminação e marginalização, a comunidade LGBTQIA+ começou a ganhar espaço e reconhecimento em Cuba, uma sociedade historicamente patriarcal e homofóbica.

No entanto, a proposta de casamento igualitário foi retirada do projeto da nova Constituição em 2019, após uma forte rejeição das igrejas cristãs.

Agora, uma comissão parlamentar analisa como incluí-la no novo Código da Família, que deve ser aprovado por referendo popular e do Parlamento este ano.

Há uma semana, a Conferência Episcopal Católica pediu um debate social "amplo e participativo" sobre a "abordagem sobre gênero" aprovada pelo sistema educacional da ilha.

Sendo assim, os bispos rejeitaram o "Programa de Educação Integral em Sexualidade com abordagem de gênero e dos direitos sexuais e reprodutivos no Sistema Nacional de Educação", recentemente aprovado pelas autoridades.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.

Acompanhe tudo sobre:CubaLGBTTurismo

Mais de Casual

Vinícola da Espanha é eleita a melhor do mundo; brasileira entra no TOP 100

Com 100 anos, Technos já foi suíça e japonesa até se tornar brasileira

O que pedir numa churrascaria sem medo de errar? Jornalista especializada responde

Diversidade de ingredientes e temperos popularizam culinária peruana pelo mundo