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Consumo de tabaco diminuiu em todas as Américas, aponta relatório

Entidade adverte que novos produtos, como cigarros eletrônicos, "estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, e são ameaça"

Apenas Argentina, Brasil e Chile têm impostos indiretos que representam 75% ou mais do preço de venda (mariusFM77/Getty Images)
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AFP

Publicado em 16 de agosto de 2022 às 10h09.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às 11h14.

O consumo de tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Américas, e 96% da população está protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Contudo, os cigarros eletrônicos são uma ameaça, afirma a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo o relatório sobre o Controle do Tabaco para a Região das Américas 2022 da Opas, apresentado nesta segunda-feira (15) no Brasil, o consumo de tabaco caiu para 16,3% em 20 anos e espera-se que seja de 14,9% para 2025, com o qual a região cumpriria a meta de reduzi-lo em 30%, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até essa data.

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O Chile é o país onde os adultos consomem mais tabaco (29,2%), seguido de Argentina, Estados Unidos, Uruguai e Cuba. O Panamá, por sua vez, é o que menos consome (5,0%).  Em termos gerais, a proporção é de 21,3% de homens e 11,3% de mulheres, "o que reafirma a necessidade de que, nas Américas, se fortaleça o aspecto de gênero" nas estratégias de controle, deduz o relatório.

Entre os jovens, Dominica registra o percentual de consumo mais alto, seguido de Argentina, México, Haiti e Guatemala. Os adolescentes de Canadá, Estados Unidos e Brasil são os que menos fumam.

Vinte e seis dos 35 países da região aplicam ao máximo pelo menos uma das seis medidas de controle de tabaco recomendadas pela OMS desde 2008. Isso significa que 900 milhões de pessoas, ou seja, "96% da população da região, estão protegidos contra os danos do tabaco", 50% mais do que em 2007, segundo a Opas.

"O tabaco causa quase um milhão de mortes anuais na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem", afirma Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado em nota. "Diante desta enorme ameaça, a resposta deve ser igualmente agressiva", acrescentou.

No entanto, os progressos não têm sido homogêneos e, segundo a Opas, "nove países ainda não adotaram nenhuma medida", entre os quais se destacam Cuba, Nicarágua, República Dominicana e Haiti.

Segundo o relatório, em 2021, 24 países da região aplicavam medidas para proteger com a exposição passiva à fumaça de tabaco, 22 destacavam de forma importante os perigos do tabaco nos maços de cigarros, dez dispunham de sistemas de vigilância com dados recentes, seis proporcionavam ajuda integral para deixar de fumar e nove proibiam totalmente a publicidade da substância.

No entanto, apenas três - Argentina, Brasil e Chile - aplicam impostos indiretos sobre o tabaco que representam 75% ou mais de seu preço de venda. A América do Sul se converteu na primeira sub-região sem fumaça de tabaco nas Américas, ou seja, onde está proibido fumar em locais fechados, públicos e de trabalho, e nos transportes públicos.

O consumo de tabaco é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, diabetes e câncer. "Todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição", alerta a Opas.

O relatório adverte que os novos produtos, como os cigarros eletrônicos, "estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, o que supõe uma ameaça para o controle do tabaco". Além disso, "a indústria do tabaco utiliza afirmações enganosas para ganhar consumidores e novos mercados", acrescenta o texto.

A Opas recomenda aos governos que intervenham para "evitar que os não fumantes comecem a consumir esses produtos, impedir que o consumo de tabaco volte a ser normalizado na sociedade e proteger as gerações futuras". A nível mundial, o tabaco causa mais de oito milhões de mortes por ano, das quais por volta de 1,2 milhão de não fumantes, mas que estiveram expostos à fumaça do tabaco.

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