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Consumo de cigarro cresceu entre os jovens durante a pandemia

De acordo com a OMS, cerca de 24 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos têm o vício em todo o mundo

Vendas de cigarros voltou a crescer nos Estados Unidos durante a pandemia após duas décadas em queda (Zoonar RF/Getty Images)
GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 15h33.

Fumar cigarro mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, além de ser relacionado ao câncer e outras diferentes doenças. Mas o vício voltou com força durante a pandemia: no ano passado, as vendas nos Estados Unidos cresceram pela primeira vez em duas décadas – e o consumo de nicotina também, devido aos vaporizadores e cigarros mentolados.

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Por outro lado, o tabagismo perdeu popularidade entre adultos norte-americanos acima de 30 anos. Ou seja, os jovens que puxaram a tendência. Dados da OMS indicam que nove em cada 10 fumantes passaram a consumir cigarro antes dos 18 anos, enquanto o hábito afeta 24 milhões de adolescentes de 13 a 15 anos. No Brasil, esse vício já acomete 100 mil jovens, segundo o Hospital Oswaldo Cruz.

Para tentar reverter esses números, a indústria audiovisual adotou medidas para evitar publicidade indireta para o tabagismo – propagandas de cigarro são proibidas por aqui. Nesse sentido, a Netflix declarou que nenhuma produção destinada ao público abaixo dos 14 anos terá cenas de tabagismo ou cigarros eletrônicos, exceto por razões histórias e factuais, atendendo ao apelo feito pela OMS.

Para ter ideia da influência indireta que filmes e séries podem representar para os espectadores, a primeira temporada deStranger Thingsteve 182 cenas de pessoas fumando, enquanto a aparição subiu para 262 cenas na segunda temporada, segundo estudo elaborado pelo grupo antitabagista Truth Initiative. Por outro lado, a OMS ainda firmou parcerias semelhantes com TikTok e YouTube.

Efeitos da pandemia no tabagismo

Segundo o relatório “Tratamento do Tabagismo no SUS durante a Pandemia de Covid-19”, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), foi registrada a queda de 66%, em média, no número de tabagistas que aderiram ao tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – que é totalmente gratuito no país – em 2020 quando comparado ao ano anterior.

Por aqui, o consumo de cigarros mata 162 mil pessoas anualmente e custa 125 bilhões de reais aos cofres públicos para cobrir despesas diretas e indiretas com doenças causadas pelo tabagismo. Esse valor é equivalente a 23% do que o país dedicou, em 2020, ao enfrentamento da covid-19 (os dados não levam em consideração os investimentos feitos pelo SUS para tratar dependência de nicotina).

Entre os planos adotados para a redução da aceitação do tabagismo no país, foram implementadas ações educativas, legislativas e econômicas – inclusive com propostas de taxação seletiva. Também foram integrados os programas elaborados pelas secretarias estaduais de saúde, que agora atuam sob a coordenação centralizadas do Programa de Controle do Tabagismo, do Ministério da Saúde.

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