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Conheça os benefícios neurológicos da cafeína

A cafeína melhora o desempenho físico, a concentração e o metabolismo

Além do sabor característico e do aroma inconfundível, o consumo de café oferece uma série de vantagens para o nosso organismo. (Daniel de la Hoz/Getty Images)

Além do sabor característico e do aroma inconfundível, o consumo de café oferece uma série de vantagens para o nosso organismo. (Daniel de la Hoz/Getty Images)

ABIC
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Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 07h00.

Além do sabor característico e do aroma inconfundível, o consumo de café oferece uma série de vantagens para o nosso organismo. A cafeína, cientificamente conhecida como trimetilxantina, é a principal substância presente na bebida e a responsável pelos ganhos.

Os efeitos da cafeína no sistema nervoso central

Segundo Amanda Reitenbach, Neurocientista com foco em estudos relacionados à Neuro percepção de aromas e sabores e Pesquisadora de pós-doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a cafeína atua como um agente estimulante ao bloquear os receptores de adenosina - presente em todas as células do organismo, ela desempenha um papel importante na transferência de energia - existentes nos neurônios do cérebro e da medula espinhal. Este mecanismo resulta no incremento da atividade do sistema nervoso central, contribuindo para os efeitos observados, como o aumento do estado de alerta e a mitigação da sensação de fadiga.

Adicionalmente, a substância desencadeia a produção de catecolaminas como norepinefrina e dopamina no sistema cerebral, amplificando a concentração de catecolaminas circulantes - importantes neurotransmissores controladores do sistema nervoso central e autônomo. Tal fenômeno confere à cafeína propriedades psicoestimulantes, exercendo uma influência positiva sobre o estado de humor e, de maneira específica, sobre o desempenho psicomotor.

Os principais benefícios da cafeína

  • Aumenta a taxa metabólica, favorecendo a queima de gordura
  • Contribui com a prevenção da fadiga e na produção de energia, podendo auxiliar na perda de peso quando combinada com hábitos saudáveis
  • A cafeína funciona como um estimulante do sistema nervoso simpático e aumenta a disponibilidade de dopamina, o que melhora a tomada de ações. Isso resulta em um melhor desempenho cognitivo e psicomotor
  • Estimula o sistema nervoso central, melhorando a concentração e beneficiando atividades que requerem foco
  • Aumenta, também, a disponibilidade de dopamina no córtex pré-frontal, auxiliando na concentração e no estado de alerta

É importante ressaltar que os benefícios da cafeína estão intrinsecamente vinculados à variabilidade na metabolização individual, ou seja, na sensibilidade de cada organismo, e às doses ingeridas. A especialista explica que nem todos podem usufruir dessas vantagens, tornando crucial a observação atenta das reações corporais diante de distintas quantidades.

Cafeína e exercício físico: essa combinação dá liga?

Segundo Amanda, o consumo de cafeína traz efeitos positivos para a prática de atividades físicas. Isso acontece, pois a mesma contribui com a manutenção dos níveis de glicose e glicogênio hepático, sendo benéfica para exercícios de longa duração e moderada intensidade.

Ademais, a cafeína age diretamente sobre a contratilidade muscular, facilitando o transporte de cálcio, a fim de retardar a fadiga. A substância ainda demonstra efeitos positivos na função neuromuscular, contribuindo para uma melhor execução do exercício.

Porém, a especialista alerta: "Embora a cafeína traga benefícios aos praticantes de exercícios, há estudos que comprovam que não necessariamente todos os indivíduos irão se beneficiar do seu uso. Pessoas com problemas cardiovasculares, por exemplo, precisam ficar atentas ao uso da substância".

O consumo de cafeína faz bem, mas exige moderação

A quantidade ideal de consumo diário de cafeína varia conforme a resposta individual à metabolização da substância.

De acordo com Amanda, doses seguras de cafeína variam com um limiar de toxicidade de cerca de 400 mg por dia para adultos, 100 mg por dia dia para adolescentes e 2,5 mg por dia para crianças. Para adultos saudáveis, até 400 mg diárias não têm efeitos adversos significativos. Já nas mulheres grávidas ou lactantes, o consumo não é aconselhado.

A pesquisadora ainda faz um alerta: "é crucial considerar a fonte de cafeína, como em bebidas energéticas, e compreender os riscos, especialmente em crianças e adolescentes. A individualização das doses é aconselhável, com orientações médicas para garantir a segurança. Populações vulneráveis, como mulheres grávidas, lactantes, crianças, adolescentes, adultos jovens e aqueles com problemas cardíacos, devem ter cuidados especiais. Para referência, uma xícara de café expresso (30 mL) tem aproximadamente 64 mg de cafeína, e uma lata de energético (250 mL) tem cerca de 80 mg".

Agora que você já está por dentro dos benefícios neurológicos da cafeína, que tal aproveitá-los tomando uma xícara bem quentinha de café?

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