Guido Sant'Anna nasceu em bairro do extremo sul de São Paulo (YouTube/Reprodução)
Gabriel Aguiar
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 08h30.
Última atualização em 27 de setembro de 2022 às 12h57.
Você sabia que um dos melhores violinistas do mundo é brasileiro? Guido Sant’Anna, de 17 anos, foi vencedor do cobiçado Prêmio Internacional Fritz Kreisler, realizado entre 17 e 25 de setembro, em Viena, na Áustria. Nascido no bairro paulistano de Parelheiros – no extremo sul da cidade –, o jovem apresentou o "Concerto para Violino em Ré Maior, op. 77", do alemão Johannes Brahms.
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Muito antes de se juntar à Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena, regida por Alexander Joel, Guido Sant’Anna teve o primeiro contato com o instrumento musical aos cinco anos de idade e, aos oito, já era considerado promessa da música erudita por grandes nomes, como o regente Júlio Medaglia e o maestro João Carlos Martins. Em 2013, ganhou destaque ao participar do Programa do Jô.
Já chegou à final do Preludio, show de música clássica para calouros na TV Cultura; ficou em segundo lugar no Concurso Nacional de Cordas Paulo Bosisio e foi à decisão do concurso internacional Yehudi Menuhindo, na Suíça. Mas, com a recente vitória, terá participação no prêmio de 75 mil euros, além de contrato com a chinesa Naxos Records e tocará com a Orquestra Filarmônica de Viena.
É um ótimo desfecho para o jovem de origem humilde que só ganhou o primeiro violino após chegar à Competição Menuhin, em Londres, quando tinha 13 anos. Naquele momento, usava instrumentos emprestados. E, não bastasse ser o único sul-americano na principal disputa de violinistas do mundo, Guido Sant’Anna chegou à final e ainda foi eleito o mais talentoso pelo público na internet.
Mas é claro que nenhum conto de fadas chega à realização sem dramas: há dez meses, quando iria à competição Vladmir Spivakov, na Rússia, foi barrado na imigração do país e, depois de longa espera, acabou deportado para o Brasil – e sem a possibilidade de competir. Por outro lado, recebe o apoio de instituições reconhecidas, como a escola americana Graded e o Instituto Cultura Artística.
"Guido fez parte do nosso programa de imersão em 2014, que serve como transição para os estudos em inglês, com aulas à tarde, conteúdos eletivos e atividades extracurriculares. Depois de apenas um ano, quando completou esse processo, ele recebeu uma bolsa de estudos integral e todo apoio complementar para jovens excepcionais", afirma Richard Boerner, superintendente da Graded School.