Como praticar ioga a dois
O mestre de ioga Xan Paul e sua mulher, a massagista ayurvédica Marina, falam dos benefícios físicos e emocionais da prática com um parceiro e ensinam algumas posturas
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 05h30.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h16.
São Paulo - A ioga clássica é uma prática individual cujas melhores experiências acontecem quando conseguimos ficar livres das influências do mundo exterior e ligados ao supremo. Mas esse caminho não tem que ser trilhado sem companhia o tempo todo. O termo sânscrito yuj, de onde vem a palavra ioga, pode ser traduzido como unir. Com certeza, a prática a dois pode fazer um relacionamento ficar ainda mais acolhedor. As posturas, também chamadas asanas, não precisam ser complicadas. O importante é conciliar a própria consciência corporal com a atenção ao parceiro. A ideia é ajustar os dois corpos para que ambos se beneficiem da parceria e se aprofundem nos exercícios , indo além do que conseguiriam sem uma ajudazinha extra. Resumindo, cada pessoa se concentra em sua postura e ao mesmo tempo oferece apoio à outra. Fazer ioga a dois – com o companheiro, um amigo, o filho – traz benefícios físicos e emocionais. Cada asana é uma aventura, um processo de amor que se compartilha entre alongamentos, risos, gemidos, cócegas e momentos inesquecíveis. Uma oportunidade de fazer coisas que você não conseguiria sozinho e construir um ambiente de segurança, comunicação e intimidade com alguém especial. Clique nas imagens e veja algumas posições para praticar ioga a dois.
Aumenta a autoconfiança. Fortalece pernas, coxas, glúteos e lombar. Ótima para prevenir dor nas costas. a perna de trás deve estar o mais esticada possível e a da frente, flexionada. A dois: melhor suporte para executar a postura mais profundamente e com perfeito equilíbrio.
Limpa a mente. Alivia a tensão das costas e do abdômen. Alonga a coluna, proporcionando melhor conexão entre o cérebro, órgãos e membros inferiores. A torção também auxilia a circulação sanguínea na área abdominal, trazendo vitalidade. A dois: um parceiro permite que a torção seja mais confortável, especialmente para quem tem a musculatura dos ombros tensionada e sente dificuldade em segurar o tornozelo, como costuma ser demonstrado na postura clássica.
Aquieta a mente. Alonga a parte posterior da coluna e pernas, fortalecendo quadríceps e lombar. Atenção: mantenha o espaço entre as costelas e o quadril sem curvar. Visualize que levará o alto da cabeça aos pés e não a testa aos joelhos. A dois: o parceiro oferece suporte para manter a musculatura das pernas ativa e contraída. Além disso, existe todo um trabalho de esforço sendo realizado também pelosBraços e costas, que não está presente na postura clássica.
Trabalha força, flexibilidade e equilíbrio. Os parceiros precisam deslizar as escápulas (parte superior do ombro) para longe uma da outra. Dica: quem tiver dificuldade pode dobrar os joelhos. A dois: a pessoa de baixo se beneficia do peso da de cima para fortalecer a musculatura de braços, costas e pernas. A pessoa de cima em princípio trabalha o equilíbrio e, após achar um ponto onde se sente firme, alonga pescoço, coluna, peito e quadris.
Equilibra a mente e estabiliza os chacras inferiores. Fortalece pernas, coxas, glúteos e lombar. Atenção: os joelhos devem ficar alinhados com os calcanhares – evite que se voltem um para o outro. A execução da pose ideal requer o comprometimento de toda a musculatura das pernas e quadris. Os joelhos permanecem dobrados num ângulo de 90 graus. A dois: a postura fica mais fácil com a ajuda de um parceiro e ainda mais segura para preservar o alinhamento dos joelhos.
Ativa a energia criativa e melhora a postura. Com os joelhos cruzados, leve a cabeça para trás gentilmente. Dandasana: mantenha os ombros para trás. Os joelhos ficam esticados, as coxas contraídas, as patelas para cima e a coluna ereta. A dois: um dos parceiros consegue um trabalho de alongamento e abertura de peito e ombros que nao conseguiria sozinho. O outro faz um exercício vigoroso de fortalecimento das costas.
Traz harmonia e equilíbrio. Fortalece braços, ombros e ajuda a manter a densidade óssea. Lembre-se de voltar a atenção para as escápulas (parte superior do ombro), tentando fazer com que fiquem bem separadas e deslizando-as para baixo. O peso do parceiro deve ser sustentado adequadamente pelos ossos alinhados, e não exigir grande controle pela “força bruta”. A dois: a postura proporciona lidar ativamente com a confiança no parceiro, comunicação, concentração e autocontrole.
Estimula o desejo de crescer e mudar. Alonga e fortalece pernas, lombar e abdominais. A perna da frente tema coxa contraída e o dedão do pé fica firme no chão. Se não esticar o joelho, apoie-se no parceiro para levantar o tronco e estender a perna. O braço de cima empurra o braço do companheiro, enquanto o de baixo puxa. A dois: segurança, especialmente se há dificuldade para executar a pose clássica, na qual uma das mãos toca o chão. Além disso, com os braços unidos, é possível alongar vigorosamente a coluna.