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Com Rayssa e Kelvin, brasileiros lutam por título no Mundial de skate hoje

Final feminina acontece às 17h30 e a masculina às 20h (ambos de Brasília) deste sábado. Pâmela Rosa e Felipe Gustavo também são cotados para vencer a primeira etapa do circuito

Rayssa Leal: estrela do esporte se classificou para a final na segunda colocação (Ezra Shaw/Getty Images)

Rayssa Leal: estrela do esporte se classificou para a final na segunda colocação (Ezra Shaw/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de agosto de 2021 às 16h25.

O Brasil fez bonito (de novo) e colocou cinco representantes na final da etapa de Salt Lake City da Street League Skateboard (SLS). Rayssa Leal e Pâmela Rosa, no feminino, e Kelvin Hoefler, Felipe Gustavo e Filipe Mota, promessa de apenas 14 anos, no masculino, voltam à pista hoje para decidir quem ficará com o título da primeira etapa da Liga Mundial de skate street. A final feminina acontece às 17h30 e a masculina às 20h (ambos de Brasília), com transmissão do SporTV.

Apesar de premiar com troféu, o torneio serve para somar pontos aos participantes, visto que haverá mais uma etapa em Miami (29 e 30 de outubro) até a final em Jacksonville (13 e 14 de novembro). Os cinco primeiros colocados receberão, respectivamente, 100, 90, 85, 78 e 72 pontos. O campeão do masculino também embolsará 25 mil dólares, enquanto no feminino o valor é de 20 mil dólares.

Na decisão feminina, destaque para a fenômeno Rayssa Leal e a atual campeã Pâmela Rosa, que ficaram na segunda e quinta colocação, com notas 17.7 e 13.4, respectivamente, na semifinal. Medalhista de prata em Tóquio, a "Fadinha" foi a que mais levantou o público com as suas manobras e ficou à frente da japonesa Momji Nishiya, que foi ouro nos Jogos Olímpicos, mas ficou em quarto lugar em Salt Lake City.

Já Pâmela empolgou os torcedores pelo seu bom desempenho, se mostrando mais solta e com manobras mais precisas do que as dos Jogos Olímpicos, onde atuou lesionada — ela rompeu o ligamento do tornozelo esquerdo. A skatista admite que ainda não está fisicamente 100%, mas está bem o suficiente para competir na final.

— Ainda estou me recuperando. Estou feliz de andar de skate novamente e classificar para mais uma final — conta a campeã da Street League em 2019.

A adversária a ser batida será a japonesa Funa Nakayama, líder da bateria com nota 18.3. Vale lembrar, porém, que as notas das semifinais são zeradas. Também brasileiras, Letícia Bufoni e a estreante Marina Gabriela não conseguiram um lugar entre as oito primeiras e se despediram da competição.

Promessa faz primeira final

Na semifinal masculina, o favoritismo prevaleceu. Os norte-americanos Nyjah Huston e Alex Midler, o português Gustavo Ribeiro e o brasileiro Kelvin Hoefler ficaram nas primeiras colocações, respectivamente, e avançaram com tranquilidade. Dá até para dizer que o também brasileiro Felipe Gustavo conseguiu a vaga sem sustos, apesar de ter entrado logo na segunda bateria.

Mas não dá para dizer o mesmo de Filipe Mota, de apenas 14 anos, que é finalista logo em sua primeira etapa disputada na SLS. A promessa teve somatório de 21.9 e teve que esperar até a última manobra do norte-americano Mark Suciu para garantir a classificação.

Na rede social ele é seguido por mais de 178 mil pessoas e já é patrocinado por nomes gigantes como a Nike SB e a fabricante de energéticos Monster. A insistência e apoio de Edson Mota, pai de Filipe, que acompanha a rotina de treino do filho desde que ele tinha apenas seis anos de idade e costumava andar com o irmão mais velho, foi essencial para o desenvolvimento do jovem.

Filipe conta no vídeo do The Berrics que pelo fato de ter saído de uma cidade pequena como Patos de Minas, se habituou a andar de skate sozinho o dia inteiro. "Meu pai me ajudou em minha carreira toda. Apenas eu e ele, na missão", disse Mota.

Após quase dois anos nos EUA, o adolescente reconhece a importância de estar em um país em que a chance de se tornar profissional no skate é bem maior do que no Brasil e agradece ainda pelo fato de ter conhecido os ídolos P-Rod e Shane O'Neill.

Resultado da semifinal feminina:

    1 - Funa Nakayama (JAP) - 18.3

    2 - Rayssa Leal (BRA) - 17.7

    3 - Mariah Duran (EUA) - 15

    4 - Momiji Nishiya (JAP) - 14.1

    5 - Pâmela Rosa (BRA) - 13.4

    6 - Keet Oldenbeuving (HOL) -12.2

    7 - Roos Zwetsloot (HOL) - 12.2

    8 - Candy Jacobs (HOL) - 11.6

    Resultado da semifinal masculina:

    1 - Nyjah Huston (EUA) - 25.0

    2 - Alex Midler (EUA) - 24.8

    3 - Gustavo Ribeiro (POR) - 24.5

    4 - Kelvin Hoefler (BRA) - 24.5

    5 - Felipe Gustavo (BRA) - 23.2

    6 - Jamie Foy (EUA) - 22.5

    7 - Chris Joslin (EUA) - 22.1

    8 - Filipe Mota (BRA) - 21.5

    Como funciona a classificação por etapa?

    Os regulamentos da Street League são diferentes entre o masculino e feminino, tendo uma rodada a mais para os homens.

    Rodada global: disputam 75 skatistas classificados ou convidadados. Os 10 melhores avançam.

    Quartas de final: disputam 32 skatistas: os classificados entre 21º e 38º no ranking, os 10 skatistas da rodada global e quatro skatistas escolhidos com base em performances anteriores. Os 10 melhores avançam.

    Semifinais: disputam 30 skatistas: os classificados entre 1º e 20º no ranking e os 10 que avançaram das quartas de final. Os oito melhores avançam.

    Final: disputam os oito classificados da semifinal. Quem vencer é o campeão da etapa.

    Já no feminino, não há fase de quartas de final. A etapa feminina tem as seguintes regras:

    Rodada global: disputam 75 skatistas classificadas ou convidadadas. As 12 melhores avançam.

    Semifinais: disputam 30 skatistas: as classificadas entre 1º e 18º no ranking e as 12 que avançaram das quartas de final. As oito melhores avançam.

    Final: disputam os oito classificados da semifinal. Quem vencer é o campeão da etapa.

    No Super Crown Championship, em Jacksonville, o regulamento é o mesmo dos Jogos Olímpicos: os oitos melhores classificados após pontuação em todas as etapas se enfrentam na decisão. Quem vencer é o campeão mundial do skate street.

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