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Com imóveis cada vez mais caros, cresce número de pessoas morando em barcos no Reino Unido

Um dos motivos para essa opção é o custo bem menor se comparado com um apartamento em Londres

Casas flutuantes atracadas no Tâmisa, perto da Eclusa Sandford e da casa do guarda da eclusa, na manhã de domingo. (Getty Images)

Casas flutuantes atracadas no Tâmisa, perto da Eclusa Sandford e da casa do guarda da eclusa, na manhã de domingo. (Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 10h54.

O número de pessoas que estão morando em barcos cresceu no Reino Unido, de acordo com o último censo divulgado sobre o tema.  Em 2022, 35.000 barcos esam usados como residência na Inglaterra e no País de Gales, um aumento de 30% em 20 anos.

Levando em consideração somente os números da capital Londres, o número de pessoas que optaram por esse tipo de moradia praticamente dobrou desde 2012.praticamente dobrou desde 2012. Acredita-se que muitos dessas barcos sejam usados ​​como residências principais, segundo reportagem da The Economist.

Quem mudou de ambiente relatou à revista que também percebeu um aumento no número de pessoas que "vivem na água" desde o início da pandemia de Covid-19, momento em que trabalhar de forma remota se tornou mais comum.

Embora muitas dessas pessoas que optaram por esse novo estilo de vida sejam aposentadas, o recorte que analisa a capital londriga mosta que os mais jovens também tem optado por esse estilo de vida.

Por que essa nova opção de moradia?

Os altos preços dos imóveis ajudam a explicar essa mudança. Custa cerca de £ 50.000 (US$ 65.000) para comprar um barco considerado "decente"; para efeito de comparação, o custo médio de um apartamento em Londres é de cerca de £ 440.000, ainda de acordo com a The Economist.

A geografia local pode explicar essa escolha. Durante a Revolução Industrial, a rede de canais da Grã-Bretanha se estendia por quase 6.400 km. Depois que as ferrovias ganharam força, o uso dos canais diminuiu. Na década de 1900, muitos foram abandonados por falta de tráfego; alguns foram destruídos  e depois reconstruídos.

Custo elevado para moradores e organizações

O grande desafio é que o custo de manutenção de uma rede de 250 anos é alto e só vem subindo devido em parte a eventos climáticos extremos e poluição. No último ano, o Canals and Rivers Trust (CRT), entidade que realizou o censo, gastou £ 40 milhões em manutenção regular e outros £ 27 milhões na modernização de 19 dos reservatórios.

Os usuários dos barcos arcam com algumas dessas despesas. As licenças para estar na água custam várias centenas de libras por ano; eles compõem algo em torno de 11% da renda da CRT.

Em abril, a CRT anunciou uma taxa adicional de 25% até 2028 para aqueles com um barco sem "amarração permanente", ou seja, temporário (semanas ou até meses); aqueles com os barcos mais largos podem pagar até 75% a mais. Mais aumentos podem ocorrer. Em julho de 2023, o governo concordou em conceder ao fundo £ 400 milhões ao longo da década até 2037; o acordo anterior, firmado em 2012, era uma promessa de £ 740 milhões ao longo de 15 anos. A CRT diz que isso pode ter "consequências devastadoras", tornando quase inviável a manutenção de um barco para moradia.

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