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Com diárias a US$ 135, hotéis de Nova York esperam mais perdas

A pandemia cancelou eventos como Fashion Week e Maratona de Nova York e afastou quem viajaria a negócios e visitantes internacionais

Times Square, uma das principais atrações de Nova York (bloomberg/Bloomberg)
DS

Daniel Salles

Publicado em 9 de outubro de 2020 às 16h22.

Última atualização em 9 de outubro de 2020 às 18h36.

O Midtown Hilton está fechado desde março. Assim como o The Edition, um novíssimo hotel butique em Times Square. É possível se hospedar no Pierre, contanto que não se espere o serviço completo refinado que fez do estabelecimento um marco de Manhattan desde 1930.

O outono em Nova York, tão convidativo que inspirou um clássico do jazz, está sombrio neste ano. O movimento de turismo na cidade é um dos mais fracos nos Estados Unidos. A pandemia cancelou eventos como o Fashion Week e a Maratona de Nova York e afastou quem viajaria a negócios e visitantes internacionais. Com isso, surgiram crateras em um mercado que movimenta 70 bilhões de dólares em um ano normal.

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A situação está melhor agora do que em março, o pior mês que alguém pode lembrar para a indústria hoteleira da cidade. Atualmente, mais de 200 dos cerca de 700 hotéis de Nova York estão fechados — pelo menos temporariamente.

O coronavírus deixou hotéis em todo o país no limite, tirando o emprego de 870.000 funcionários de hotelaria e trazendo a possibilidade de fechamento permanente de milhares de estabelecimentos. O setor levará anos para se recuperar.

“O ano que vem será muito pior do que qualquer outro, exceto o atual”, disse Lukas Hartwich, analista da empresa de pesquisa imobiliária Green Street. “Já estaremos em 2022 quando voltarmos para onde estávamos durante a pior fase da última recessão.”

Diárias mais baratas

Outubro costuma ser o mês mais movimentado do mercado hoteleiro de Nova York. Em 2019, a taxa de ocupação foi de 92% e a diária média custava 336 dólares. Na semana passada, a diária média por quarto estava em 135 dólares e a ocupação oscilava abaixo de 40%, de acordo com a empresa de dados de hospedagem STR. Executivos do setor acham que o número está inflado porque muitos hotéis pararam de divulgar dados, enquanto outros dependem de contratos governamentais com prazo para terminar.

O problema não é apenas o cancelamento de eventos que envolvem multidões. Avessas a risco, muitas empresas evitam obrigar funcionários a viajar. Restrições impostas pelo governo exigem que visitantes oriundos de diversos estados fiquem em quarentena por 14 dias após a chegada em Nova York, o que representa outra grande barreira para turistas e para quem viaja a negócios.

“A verdadeira ocupação dos hotéis é inferior a 10%”, disse Vijay Dandapani, que comanda a Associação de Hotelaria da Cidade de Nova York. “Os hotéis teoricamente poderiam reabrir, mas em muitos casos é inútil.”

Executivos do setor acreditam que até 20% dos quartos disponíveis na cidade podem fechar permanentemente.

O quadro é um pouco mais animador em outros lugares. Muitos americanos saíram da quarentena e fizeram reservas em resorts em praias e outros destinos, proporcionando a recuperação de hotéis em lugares como Texas, Virgínia e Flórida. Mas os turistas continuam evitando áreas urbanas e um aumento nos casos de covid em Nova York frustrou as esperanças de uma retomada rápida.

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