Casual

Colecionador pretende devolver quadros roubados por nazistas

O colecionador de arte Cornelius Gurlitt pretende devolver os quadros roubados pelos nazistas aos seus donos originais, segundo jornal local

Quadro Mulher Sentada, do pintor francês Henri Matisse: a tela foi subtraída de Paul Rosenberg em 1941 (Getty Images News)

Quadro Mulher Sentada, do pintor francês Henri Matisse: a tela foi subtraída de Paul Rosenberg em 1941 (Getty Images News)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 13h44.

Berlim - O colecionador de arte Cornelius Gurlitt, dono do apartamento onde um valioso tesouro artístico foi encontrado - em Munique, no sul da Alemanha -, pretende devolver os quadros roubados pelos nazistas aos seus donos originais, informou nesta quinta-feira o jornal "Süddeutsche Zeitung".

De acordo com a fonte, que cita um dos advogados de Gurlitt, Christoph Edel, o colecionador já deu "carta branca" para realizar a restituição das obras de arte aos seus proprietários legítimos ou, inclusive, aos seus herdeiros.

"Cornerlius Gurlitt deseja que os quadros que foram roubados de seus proprietários judeus sejam devolvidos aos seus donos ou herdeiros" declarou Edel ao jornal "Süddeutsche Zeitung".

Neste aspecto, como prova da real intenção do colecionador, o primeiro quadro a ser devolvido seria a "Mulher Sentada", do pintor francês Henri Matisse. A tela em questão foi subtraída de Paul Rosenberg em 1941, pouco tempo depois dos nazistas terem invadido a França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Posteriormente, a obra pertenceu a coleção do hierarca nazista Hermann Göring, que trocou a tela por outra peça do marchand de arte Gustave von Rochlitz antes da mesma chegar as mãos do pai de Gurlitt, Hildebrandt, que deixou a peça como herança ao seu filho, assim como o restante dos quadros.


Hannes Hartung, outro dos advogados de Gurlitt, explicou ao jornal alemão que já mantiveram conversas para concretizar a devolução da tela "Mulher Sentada" às duas netas de Rosenberg, Marianne Rosenberg e Anne Sinclair, ex-mulher do ex-responsável do FMI, Dominique Strauss-Kahn.

No entanto, apesar da atitude consciente de Gurlitt, ainda existe muitas dúvidas sobre quantas das obras encontradas provêm do roubo das autoridades nazistas durante o regime de Adolf Hitler (1933-1945).

As autoridades alemãs mantêm sua suspeita sobre 590 dos quadros, um número que é discutido pelos assessores do colecionador, que rebaixam esse número para cerca de 50 telas, como assinalaram ao jornal alemão.

Além disso, as 1.280 peças achadas no ano passado em seu apartamento de Munique se unem agora a outras 280 obras encontradas em outra propriedade de Gurlitt - em Salzburgo, na Áustria -, uma coleção que era desconhecida até o último mês de fevereiro, quando o colecionador revelou sua existência.

Nesta casa de Gurlitt na Áustria, entre outras peças, foram encontradas várias obras de artistas como Pablo Picasso, Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir.

Acompanhe tudo sobre:ArteJudeusNazismoQuadros

Mais de Casual

12 restaurantes que inauguraram em 2024 em São Paulo

João Fonseca bate Van Assche e vai à final do Next Gen Finals

Guia de verão no Rio: dicas de passeios, praias, bares e novidades da estação

O carro mais tecnológico do Brasil entre R$ 150 mil e R$ 300 mil, segundo ranking EXAME Casual