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Chuvas no Sul afastam riscos de racionamento de energia

Reservatórios do Sul fecharam o dia de ontem (20) em 93,28% de sua capacidade, aliada à capacidade dos reservatórios do subsistema Norte, com 89,22%

Usina de Itaipu: reservatórios da região Sul operavam ontem com 93,28% de sua capacidade (Divulgação/EXAME.com/Site Exame)
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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2014 às 13h26.

Rio de Janeiro - As condições favoráveis na Região Sul - onde vem sendo observadas alterações acima das médias históricas nas bacias dos Rios Iguaçu e Jacuí e acima das médias dos Rios Paranapanema e Paraná - levam a melhora nas áreas de suprimento de energia do Sistema Elétrico Nacional e afastam ainda mais o risco de falta de energia elétrica no país – apesar das condições hidrelétricas desfavoráveis que vem se verificando nos subsistemas Nordeste,Sudeste e Centro-Oeste, em razão da falta de chuva.

O Relatório Executivo do Programa Mensal de Operação de julho (PMO), divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para a semana de 19 a 25 deste mês indica que o subsistema Sul continuará apresentando afluências (intensidade das chuvas e, consequentemente, da capacidade de gerar energia) em valores acima de sua média histórica.

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Os dados divulgados pelo ONS indicam que os reservatórios do Sul fecharam o dia de ontem (20) em 93,28% de sua capacidade, aliada à capacidade dos reservatórios do subsistema Norte, em 89,22%.

Os dados compensam a situação desfavorável que vem enfrentando os reservatórios do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, que fecharam, respectivamente, em 33,75% e 34,82% de sua capacidade – com indicativo de recessão nas afluências para o restante do mês.

Mesmo com a melhora das condições do Sistema Elétrico, o ONS continua implementando uma política de operação energética que prioriza a preservação dos estoques armazenados nos reservatórios das usinas localizadas nas cabeceiras dos Rios Grande, Paranaíba e São Francisco.

Para tal, vem explorando, prioritariamente, os recursos energéticos existentes nas regiões Norte e Sul, além daqueles disponíveis na Usina Hidrelétrica de Itaipu . Estes recursos energéticos vêm sendo complementados pelo parque gerador térmico existente no Sistema Interligado Nacional (SIN) formado pelas empresas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da Região Norte.

A melhoria das condições do Sistema Elétrico Brasileiro já havia sido detectado na última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, efetuada em meados deste mês, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia, o Comitê, considerando o risco de déficit de 5%, concluiu pela existência de sobra estrutural de 5.500 magawatts médio (MW médios) para atender a carga prevista e que, portanto, “as condições de abastecimento do país estão asseguradas”.

Para o Comitê, “o aumento de temperatura do Oceano Pacífico e os ventos nos baixos e altos níveis da atmosfera, observados nesse período, indicam o estabelecimento do fenômeno El Niño, de intensidade moderada, implicando na continuidade das precipitações da Região Sul com valores normais ou superiores à média histórica”.

A estimativa leva em consideração critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética. Na nota divulgada após a reunião, o Comitê concluiu, ainda, que “o sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada este ano com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações em fase de conclusão, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2014, da ordem de 67.000 MW de energia”.

Do ponto de vista da demanda, o PMO estima que a carga prevista para o mês de julho, no subsistema Nordeste, mantém a expectativa de crescimento de 3,5% em julho, em comparação a julho do ano passado, com base no comportamento do consumo das classes residencial e comercial.

Para o subsistema Norte, a taxa de crescimento prevista 6,8% reflete, ainda, o efeito da interligação ao SIN do sistema Manaus, ocorrida a partir de 09 de julho de 2013.

Já nos subsistemas Sudeste, Centro-Oeste e Sul, as taxas de crescimento previstas de 0,5% e 2,0%, respectivamente, refletem o desempenho recente da indústria que ainda não apresenta sinais de crescimento que impactam no aumento da carga.

O relatório do ONS, ressalta, contudo, que o comportamento da indústria tem um efeito mais acentuado na carga do subsistema Sudeste e Centro-Oeste, “dada a maior predominância de segmentos industriais de elevado consumo dessa região”.

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