Churrasco americano: o que é, onde comer e a diferença para o brasileiro
A técnica do barbecue, também chamado de smoked BBQ, é um dos métodos de cocção mais complexos no preparo de carnes
Paty Moraes Nobre
Publicado em 14 de maio de 2018 às 17h29.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 14h21.
O mecanismo do churrasco americano resulta em carnes extremamente macias e saborosas por meio de um longo período de cocção (que pode durar até 14 horas), em baixa temperatura e com uso de fumaça de lenhas de árvores frutíferas.
Por isso, o método também é chamado de low & slow (baixo e lento, em português).
Qual a diferença para o churrasco brasileiro
Enquanto por aqui, na maioria das regiões brasileiras, a estrela do churrasco é a picanha na grelha, feita diretamente sobre a brasa do carvão em menos de meia hora, o rei do churrasco americano é o brisket (peito do boi), defumado por até 12 horas dentro de um equipamento chamado pit.
Além disso, na defumação, as coadjuvantes fraldinha e alcatra dão lugar às costelas bovinas e suínas; e as opções de frango são, preferencialmente, de sobrecoxas.
Em resumo, nosso churras é movido a cortes do traseiro bovino, enquanto, no método americano, os cortes do dianteiro — apelidados erroneamente por nós de “carne de segunda” por serem mais duros — é que fazem sucesso.
Temperos e acompanhamentos
Sal, açúcar e pimentas fazem os dry rub (condimento seco) que temperam a carne, que, após pronta, pode ser servida com um boa camada de molho barbecue, de sabor agridoce.
Vinagrete e farofa, que nada! Ao lado das carnes de um autêntico BBQ estão o cornbread (pão de milho), a espiga de milho e saladas que levam repolho, por exemplo.
Como fazer o churrasco americano
Se você deseja se aventurar nesse estilo, tenha paciência: o processo demanda muitas horas para que a carne atinja o ponto ideal.
Além disso, é preciso ter um pit, que possui compartimentos fechados para a carne e outros para a lenha e o carvão.
No entanto, isso não é mais um problema porque o cenário vem mudando em torno do método, que já tem milhares de adeptos no país.
O interesse vem atiçando o mercado local para produzir os equipamentos e disponibilizar os insumos necessários. "Fabrico dois pits profissionais por mês a um custo médio de R$ 30 mil. Agora, também estamos fabricando a versão doméstica, a partir de R$4,300. Nos últimos 15 dias foram feitos 9 pedidos desse tipo", revela o churrasqueiro profissional e empresário Anderson Amar, da Smoke Texas, fabricante de pits no Brasil.
Onde aprender e degustar
Como tudo que é novidade, a melhor forma de aprender é colar em um especialista.
Em São Paulo, uma excelente opão é o Workshop de Pitmaster (mestre churrasqueiro, em português) com Daniel Lee.
Primeiro juíz brasileiro a integrar a Kansas City Barbecue Society (KCBS), maior entidade de churrasco americano do mundo, Lee ministra mensalmente 10 horas de curso com degustação na sede da Famiglia Artigianale.
A próxima data é no sábado (19/05) e as inscrições são feitas pela agência Infinity.
No restaurante Quintal do Izi, às quintas-feiras, as pork ribs (costelinhas de porco) defumadas por seis horas, servidas com batatas rústicas e molho barbecue caseiro são uma excelente pedida para o almoço.
Assim como o sabor, o preço também é surpreendente: R$ 29,80 o prato.
E, se sua intenção, antes de qualquer coisa, é provar algumas opções, como um bom brisket, o Churras Fest BBQ Festival, no dia 26 de maio, em Atibaia, é a pedida idela para curtir com parentes e amigos.
Os ingressos vão de R$ 160 a R$ 320.