Torcedores do Chelsea protestam contra participação do clube na Superliga (Matthew Childs/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de abril de 2021 às 15h24.
Última atualização em 20 de abril de 2021 às 17h54.
Os clubes da Premier League Chelsea e Manchester City estariam preparando documentação para retirar-se da Superliga Europeia menos de 72 horas depois de concordarem em participar dela, em um grande revés para a nova proposta de competição.
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Pouco antes de a BBC informar que os dois clubes ingleses estavam prestes a desistir da competição, a nova liga foi à Justiça na Espanha para impedir que autoridades do futebol frustrem seus planos.
Chelsea e City estão entre as 12 equipes que anunciaram no domingo a intenção de criar um campeonato rival para a Liga dos Campeões da Uefa sem a necessidade de uma qualificação anual.
O anúncio gerou uma onda de oposição dentro do esporte, do mundo político e da opinião pública, principalmente na Inglaterra.
A notícia de que o Chelsea, de propriedade do russo Roman Abramovich, estava tomando medidas para a deixar o plano, foi celebrada intensamente pelos torcedores do clube londrino, que protestaram do lado de fora da partida com portão fechado de seu time na Premier League contra o Brighton.
Chelsea, Manchester City e a organização da Superliga não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
As informações sobre a desistência ocorreram logo após a Superliga ter vencido uma decisão preliminar de um tribunal de Madri para impedir a Uefa e a Fifa de impor sanções destinadas a impedir a nova formação.
A empresa criada para administrar a nova liga está sediada em Madri e o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, é o primeiro presidente da liga.
De acordo com decisão jurídica vista pela Reuters, Fifa, Uefa e todas as suas federações associadas não devem adotar "qualquer medida que proíba, restrinja, limite ou condicione de qualquer forma" a criação da Superliga.
BREAKING
I understand Chelsea are now preparing documentation to request withdrawing from the ESL— Dan Roan (@danroan) April 20, 2021
Diversos clubes da liga inglesa repudiaram nesta terça-feira os planos de uma competição dissidente depois que os "6 grandes" do país anunciaram ser membros fundadores da Superliga, e o Everton tomou a dianteira repreendendo o que chamou de "arrogância disparatada".
Os outros 14 times da liga inglesa se reuniram nesta terça-feira com a Associação Inglesa de Futebol e "rejeitaram unânime e vigorosamente" os planos, e estão cogitando uma ação para sujeitar os seis clubes às suas regras.
"O Everton está entristecido e decepcionado de ver propostas de uma liga dissidente sendo impulsionadas por seis clubes", disse a equipe de Liverpool em um comunicado.
"Seis clubes agindo inteiramente em interesse próprio. Seis clubes manchando a reputação de nossa liga e do esporte. Seis clubes escolhendo desrespeitar todos os outros clubes com os quais dividem a tabela da liga inglesa. Seis clubes desdenhando e até traindo a maioria dos torcedores de futebol em todo o nosso país e além", afirmou.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse aos 12 clubes dissidentes que anunciaram a criação da Superliga Europeia nesta terça-feira que eles não podem estar "meio dentro e meio fora" do sistema tradicional do futebol e que precisam encarar a realidade de sua decisão.
Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Liverpool e Juventus estão entre os membros da nova liga proposta, mas a Uefa ameaça bani-los de competições domésticas e internacionais e promete enfrentar a dissidência.
"Se alguns escolherem seguir seu caminho, precisam conviver com as consequências de sua escolha, são responsáveis por sua escolha. Concretamente, isto significa que ou vocês estão dentro, ou estão fora. Não podem estar meio dentro e meio fora. Isto tem que estar absolutamente claro", disse Infantino no congresso da Uefa em Montreux, na Suíça.
Os comentários de Infantino vieram depois que a Superliga pediu conversas com a Uefa e a Fifa na segunda-feira para debater o lugar da nova competição no "ecossistema" do futebol.
O chefe da Fifa, que foi secretário-geral da Uefa, reiterou sua oposição ao projeto dissidente.
"Só podemos desaprovar, e com força, uma Superliga que é uma loja fechada, dissidente das instituições atuais", disse Infantino. "Não existe nenhuma dúvida sobre a desaprovação da Fifa. Apoio total à Uefa."
"Esperamos que tudo volte ao normal, que tudo seja acertado, mas sempre com respeito, sempre com solidariedade e no interesse do futebol nacional, europeu e global", afirmou.