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CAS mantém decisão que tirou ouro de Bolt e fez Brasil herdar bronze

O órgão retirou a medalha de ouro conquistada pela equipe da Jamaica que disputou a prova do revezamento 4x100 metros na Olimpíada de 2008

Bolt: atleta da equipe de Bolt teve teste positivo no doping (Reuters/Reuters)

Bolt: atleta da equipe de Bolt teve teste positivo no doping (Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de maio de 2018 às 15h01.

Lausanne - O corredor jamaicano Nesta Carter perdeu apelação movida na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), em julgamento divulgado nesta quinta-feira que manteve sanção imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) ao competidor e a quatro compatriotas: Usain Bolt, Asafa Powell, Michael Frater e Dwight Thomas, este último presente apenas nas baterias eliminatórias nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Em janeiro de 2017, o órgão retirou a medalha de ouro conquistada pela equipe da Jamaica que disputou a prova do revezamento 4x100 metros na Olimpíada de 2008, por causa de uma amostra de exame de Carter, analisada oito anos depois da edição dos Jogos realizados em solo chinês, que apontou que ele fez uso de doping.

A decisão do COI, mantida pela CAS, beneficiou as equipe de Trinidad e Tobago, que herdou a medalha de ouro naquele revezamento; do Japão, que ficou com a prata; e do Brasil, cujo time formado por Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno de Barros e José Carlos Moreira foi quarto colocado dentro da pista naquela final olímpica.

"O painel concluiu que a amostra coletada após a corrida em Pequim confirmou a presença de metilhexanamina e por isso não aceitou os argumentos aparentados pela defesa de Carter, que demandou que ignorássemos o teste e que a decisão do COI deveria ser desfeita", divulgou a CAS por meio de um comunicado.

O único resultado de Carter que foi anulado foi este da Olimpíada de 2008. "O painel da CAS registra que o caso está estritamente ligado às consequências relacionadas aos Jogos de Pequim. Questões ligadas a falhas e negligência não são relevantes, uma vez que sanções como inelegibilidade e desqualificação para outros eventos não estavam em questão aqui", explicou o máximo tribunal esportivo mundial.

Carter, portanto, mantém o título olímpico conquistado nos Jogos de Londres, em 2012, vencido também em conjunto com a equipe da Jamaica que disputou o revezamento 4x100m.

O velocista ainda detém três medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze em Campeonatos Mundiais de atletismo. A amostra do atleta jamaicano foi uma das 454 testadas de novo em 2016.

O velocista jamaicano testou positivo para metilhexanamina, um estimulante proibido, na reanálise das amostras dos exames antidoping realizados pelos atletas na Olimpíada de 2008 pelo COI. Naquela oportunidade, em Pequim, ele abriu o revezamento para a equipe jamaicana, que então venceu a prova com o tempo de 37s10, então o recorde mundial do 4x100 metros.

Carter foi apenas um entre as dezenas de atletas que foram flagrados em reanálises dos exames antidoping guardados pelo COI dos Jogos de Pequim e de Londres.

A decisão da CAS também deixou uma mancha na trajetória olímpica perfeita de Usain Bolt, que se aposentou do atletismo no ano passado.

O astro conquistou, dentro da pista, o tricampeonato olímpico das provas dos 100m, 200m e 4x100m com os ouros em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016. Porém, uma das medalhas dos Jogos na China foi cassada por causa deste caso de doping envolvendo Carter.

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