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"Capitães da Areia" se destaca no festival de cinema latino

A vida dos meninos de rua da cidade de Salvador foi atualizada com o drama do tráfico de drogas e da violência para refletir os problemas existentes em diversos países

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 17h08.

Chicago - A diretora Cecília Amado, neta do escritor baiano Jorge Amado, apresentará o filme "Capitães da Areia", uma adaptação do clássico livro de seu avô, na noite dedicada ao cinema brasileiro do Festival de Cinema Latino de Chicago.

A vida dos meninos de rua da cidade de Salvador foi atualizada com o drama do tráfico de drogas e da violência para refletir os problemas existentes em diversos países, incluindo os Estados Unidos. "Não poderia fazer um filme contemporâneo sem tocar nesses temas", afirmou Cecília à Agência Efe.

"O filme está ambientado nos anos 50, com uma leitura própria e contemporânea, pela fotografia, direção de arte e pela trilha sonora de Carlinhos Brown", acrescentou a cineasta.

Pepe Vargas, diretor do festival, afirmou que o filme "Capitães da Areia" foi escolhido para celebrar o centenário do nascimento de Jorge Amado (10 de agosto de 1912) e exaltar um romance que vendeu 5 milhões de exemplares ao redor do mundo, 600 mil somente nos dois últimos anos.

Jorge Amado foi um dos fundadores da chamada Academia dos Rebeldes, um movimento literário modernista, e "Capitães da Areia" foi seu sexto romance. Atualmente, o livro aparece como uma leitura obrigatória nas escolas primárias e nos cursos universitários.

Outros romances do escritor baiano, como "Gabriela, Cravo e Canela" e "Dona Flor e Seus Dois Maridos", também já foram adaptados para o cinema, teatro e televisão.

Nascida no Rio de Janeiro, a neta do romancista iniciou sua carreira em 1995, quando tinha apenas 18 anos de idade - como assistente de direção de telenovelas. Cecília também já trabalhou com alguns dos principais diretores do cinema brasileiros, caso de Cacá Diegues, Sérgio Resende e Cao Hamburguer.


Em 2006, ela escreveu e dirigiu seu primeiro curta-metragem, "Minha Rainha", enquanto "Capitães da Areia" aparece como seu primeiro longa-metragem.

"Meu avô sempre quis fazer cinema e para mim foi uma surpresa ouvir que eu estava realizando seu sonho", revelou Cecília Amado, que ressaltou que o tema da infância pobre, "um drama social brutal e característico" do Brasil, foi abordado com "uma visão mais universal".

Segundo Cecília, pouco mudou na essência do problema. "Por que os meninos foram parar na rua, como se organizam, que relação elas possuem com suas famílias", indaga a diretora.

"O que mudou é a barbaridade da violência, do tráfico de drogas e o consumo de crack. O filme não ignora esses temas, mas, ao mesmo tempo, ressalta a intimidade dessas crianças e a passagem da adolescência à vida adulta", completou a diretora.

"O livro escrito por meu avô marcou minha adolescência, da mesma forma que a de várias gerações de brasileiros. É um livro que li aos 14 anos e fiquei apaixonada pela liberdade e pelo drama daqueles meninos que viviam nas ruas".

Ao adaptar a história, a diretora optou por narrar um ano de vida dos chamados "Capitães da Areia", com nove semanas de filmagem distribuídas ao longo de nove meses. A ideia era contemplar a maturidade física dos atores-personagens.

Segundo a diretora, os protagonistas do filme foram selecionados entre jovens sem experiência de atuação e na própria cidade de Salvador. Apesar de não terem formações especificas, os atores passaram por uma espécie de oficinas de capacitação, realizadas durante quatro meses.

Cecília disse estar muito feliz com a escolha de seu filme para representar a noite brasileira do Festival de Cinema Latino de Chicago, qualificado pela diretora como um "tradicional encontro de cinematografias de países latinos tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão comuns".

Além de "Capitães da Areia", que será exibido nesta quarta-feira, o Brasil conta com 11 produções próprias e mais algumas coproduções com Espanha, Paraguai e Uruguai. Os filmes serão exibidos até o dia 26 de abril.

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Chicago - A diretora Cecília Amado, neta do escritor baiano Jorge Amado, apresentará o filme "Capitães da Areia", uma adaptação do clássico livro de seu avô, na noite dedicada ao cinema brasileiro do Festival de Cinema Latino de Chicago.

A vida dos meninos de rua da cidade de Salvador foi atualizada com o drama do tráfico de drogas e da violência para refletir os problemas existentes em diversos países, incluindo os Estados Unidos. "Não poderia fazer um filme contemporâneo sem tocar nesses temas", afirmou Cecília à Agência Efe.

"O filme está ambientado nos anos 50, com uma leitura própria e contemporânea, pela fotografia, direção de arte e pela trilha sonora de Carlinhos Brown", acrescentou a cineasta.

Pepe Vargas, diretor do festival, afirmou que o filme "Capitães da Areia" foi escolhido para celebrar o centenário do nascimento de Jorge Amado (10 de agosto de 1912) e exaltar um romance que vendeu 5 milhões de exemplares ao redor do mundo, 600 mil somente nos dois últimos anos.

Jorge Amado foi um dos fundadores da chamada Academia dos Rebeldes, um movimento literário modernista, e "Capitães da Areia" foi seu sexto romance. Atualmente, o livro aparece como uma leitura obrigatória nas escolas primárias e nos cursos universitários.

Outros romances do escritor baiano, como "Gabriela, Cravo e Canela" e "Dona Flor e Seus Dois Maridos", também já foram adaptados para o cinema, teatro e televisão.

Nascida no Rio de Janeiro, a neta do romancista iniciou sua carreira em 1995, quando tinha apenas 18 anos de idade - como assistente de direção de telenovelas. Cecília também já trabalhou com alguns dos principais diretores do cinema brasileiros, caso de Cacá Diegues, Sérgio Resende e Cao Hamburguer.


Em 2006, ela escreveu e dirigiu seu primeiro curta-metragem, "Minha Rainha", enquanto "Capitães da Areia" aparece como seu primeiro longa-metragem.

"Meu avô sempre quis fazer cinema e para mim foi uma surpresa ouvir que eu estava realizando seu sonho", revelou Cecília Amado, que ressaltou que o tema da infância pobre, "um drama social brutal e característico" do Brasil, foi abordado com "uma visão mais universal".

Segundo Cecília, pouco mudou na essência do problema. "Por que os meninos foram parar na rua, como se organizam, que relação elas possuem com suas famílias", indaga a diretora.

"O que mudou é a barbaridade da violência, do tráfico de drogas e o consumo de crack. O filme não ignora esses temas, mas, ao mesmo tempo, ressalta a intimidade dessas crianças e a passagem da adolescência à vida adulta", completou a diretora.

"O livro escrito por meu avô marcou minha adolescência, da mesma forma que a de várias gerações de brasileiros. É um livro que li aos 14 anos e fiquei apaixonada pela liberdade e pelo drama daqueles meninos que viviam nas ruas".

Ao adaptar a história, a diretora optou por narrar um ano de vida dos chamados "Capitães da Areia", com nove semanas de filmagem distribuídas ao longo de nove meses. A ideia era contemplar a maturidade física dos atores-personagens.

Segundo a diretora, os protagonistas do filme foram selecionados entre jovens sem experiência de atuação e na própria cidade de Salvador. Apesar de não terem formações especificas, os atores passaram por uma espécie de oficinas de capacitação, realizadas durante quatro meses.

Cecília disse estar muito feliz com a escolha de seu filme para representar a noite brasileira do Festival de Cinema Latino de Chicago, qualificado pela diretora como um "tradicional encontro de cinematografias de países latinos tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão comuns".

Além de "Capitães da Areia", que será exibido nesta quarta-feira, o Brasil conta com 11 produções próprias e mais algumas coproduções com Espanha, Paraguai e Uruguai. Os filmes serão exibidos até o dia 26 de abril.

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