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Cannes apresenta Captives, um thriller perturbador

O filme, em competição oficial, dividiu a crítica: "ofegante" para alguns, "ridículo" para outros

O cineasta Atom Egoyan e a atriz Rosario Dawson, na sessão de fotos do filme em Cannes, para apresentar o filme "Captives" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 13h39.

Acostumado à Croisette, o diretor canadense Atom Egoyan apresentou nesta sexta-feira no Festival de Cannes o filme "Captives", com Ryan Reynolds e Rosario Dawson, um thriller perturbador sobre uma criança desaparecida, uma rede de pedofilia e a vigilância por vídeo.

O filme , em competição oficial, dividiu a crítica: "ofegante" para alguns, "ridículo" para outros.

Na fria província canadense de Ontário, a pequena Cassandra desapareceu há oito anos, quando seu pai fez uma breve parada na estrada para compras.

O sequestro torna impossível para seus pais voltar à vida normal e o casamento desaba. O pai, Matthew (Ryan Reynolds), não para de se culpar por ter deixado a filha sozinha por alguns minutos e viaja constantemente pelas estradas cobertas de neve na esperança de reencontrá-la. A mãe, prisioneira de sua dor, não consegue perdoar o marido.

"O pai e a mãe se amam, mas não conseguem permanecer juntos. É uma tortura para eles (...) Ele com seu remorso por ter deixado a criança sozinha no carro. Ela permanece trancada em um eterno presente, em que vê o sequestro sem cessar", explicou o diretor durante uma coletiva de imprensa.

A esperança renasce, no entanto, com o aparecimento de algumas pistas perturbadoras que sugerem que Cassandra ainda está viva. A polícia retoma a investigação sob a orientação de uma investigadora experiente da brigada juvenil, Nicole Dunlop (Rosario Dawson).

Inspirada em fatos reais

Rapidamente, fica claro que Cassandra está viva, em cativeiro em algum lugar - um cenário que lembra o sequestro de Natascha Kampusch, a austríaca que foi mantida por oito anos por seu captor em um abrigo subterrâneo em sua casa. E a polícia está apenas começando a descobrir a extensão do mal de seus captores.

A ideia do sequestro é "aterrorizante. Isto vem do desejo masculino de criar um mundo completamente sob seu controle. Esta é a expressão de uma ideia romântica perversa de exclusão de todo o resto", diz Atom Egoyan, durante entrevista à AFP.

O cineasta, que se inspirou em notícias de crianças desaparecidas no Canadá, também se reuniu com policiais especializados em casos de pedofilia para criar o filme.

"O que mais me incomodou durante seus depoimentos foi quando eles explicaram que, apesar de seus esforços, eles não podem se infiltrar em redes de pedofilia, porque não podem usar crianças em suas investigações. No entanto, para entrar nestes círculos é preciso mostrar as suas credenciais, 'fornecendo' uma criança. Os policiais ficam totalmente sem ação neste assunto", contou à AFP o diretor de "Exótica" e "O Doce Amanhã", Grande Prêmio do Júri em Cannes em 1997.

Como proporcionar entretenimento com um assunto tão obscuro?

"Os thrillers podem explorar lugares muito escuros, é a sua razão de ser", argumenta. "Este é o tipo de território poderoso que eu gostaria de explorar. Os espectadores devem se envolver completamente, mergulhar na história por duas horas".

Atom Egoyan é um dos três canadenses a concorrer pela Palma de Ouro este ano, ao lado de Xavier Dolan ("Mommy") e David Cronenberg ("Maps to the stars").

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Acostumado à Croisette, o diretor canadense Atom Egoyan apresentou nesta sexta-feira no Festival de Cannes o filme "Captives", com Ryan Reynolds e Rosario Dawson, um thriller perturbador sobre uma criança desaparecida, uma rede de pedofilia e a vigilância por vídeo.

O filme , em competição oficial, dividiu a crítica: "ofegante" para alguns, "ridículo" para outros.

Na fria província canadense de Ontário, a pequena Cassandra desapareceu há oito anos, quando seu pai fez uma breve parada na estrada para compras.

O sequestro torna impossível para seus pais voltar à vida normal e o casamento desaba. O pai, Matthew (Ryan Reynolds), não para de se culpar por ter deixado a filha sozinha por alguns minutos e viaja constantemente pelas estradas cobertas de neve na esperança de reencontrá-la. A mãe, prisioneira de sua dor, não consegue perdoar o marido.

"O pai e a mãe se amam, mas não conseguem permanecer juntos. É uma tortura para eles (...) Ele com seu remorso por ter deixado a criança sozinha no carro. Ela permanece trancada em um eterno presente, em que vê o sequestro sem cessar", explicou o diretor durante uma coletiva de imprensa.

A esperança renasce, no entanto, com o aparecimento de algumas pistas perturbadoras que sugerem que Cassandra ainda está viva. A polícia retoma a investigação sob a orientação de uma investigadora experiente da brigada juvenil, Nicole Dunlop (Rosario Dawson).

Inspirada em fatos reais

Rapidamente, fica claro que Cassandra está viva, em cativeiro em algum lugar - um cenário que lembra o sequestro de Natascha Kampusch, a austríaca que foi mantida por oito anos por seu captor em um abrigo subterrâneo em sua casa. E a polícia está apenas começando a descobrir a extensão do mal de seus captores.

A ideia do sequestro é "aterrorizante. Isto vem do desejo masculino de criar um mundo completamente sob seu controle. Esta é a expressão de uma ideia romântica perversa de exclusão de todo o resto", diz Atom Egoyan, durante entrevista à AFP.

O cineasta, que se inspirou em notícias de crianças desaparecidas no Canadá, também se reuniu com policiais especializados em casos de pedofilia para criar o filme.

"O que mais me incomodou durante seus depoimentos foi quando eles explicaram que, apesar de seus esforços, eles não podem se infiltrar em redes de pedofilia, porque não podem usar crianças em suas investigações. No entanto, para entrar nestes círculos é preciso mostrar as suas credenciais, 'fornecendo' uma criança. Os policiais ficam totalmente sem ação neste assunto", contou à AFP o diretor de "Exótica" e "O Doce Amanhã", Grande Prêmio do Júri em Cannes em 1997.

Como proporcionar entretenimento com um assunto tão obscuro?

"Os thrillers podem explorar lugares muito escuros, é a sua razão de ser", argumenta. "Este é o tipo de território poderoso que eu gostaria de explorar. Os espectadores devem se envolver completamente, mergulhar na história por duas horas".

Atom Egoyan é um dos três canadenses a concorrer pela Palma de Ouro este ano, ao lado de Xavier Dolan ("Mommy") e David Cronenberg ("Maps to the stars").

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