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Boyhood é o grande vencedor da noite no Globo de Ouro

O filme de Richard Linklater levou três Globos de Ouro

(Da esq. para dir.) Produtor Jonathan Sehring, diretor Richard Linklater, produtora Cathleen Sutherland, atores Lorelei Linklater, Patricia Arquette e Ellar Coltrane, produtor John Sloss e ator Ethan Hawke, de Boyhood (REUTERS/Mike Blake)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 07h11.

Los Angeles - O Globo de Ouro reconheceu como Melhor drama o experimento do diretor Richard Linklater "Boyhood - da infância à juventude", um filme produzido em segredo durante 12 anos, em uma cerimônia que defendeu a liberdade de expressão ante a censura e os ataques terroristas.

Linklater também recebeu o prêmio de Melhor diretor com este projeto "muito pessoal", no qual narra como a passagem do tempo afeta uma família através dos dois filhos de um casal divorciado. Patricia Arquette, no papel da mãe, recebeu a estatueta de Melhor atriz coadjuvante.

"Este filme é muito pessoal para mim. Significa muito que as pessoas o tenham visto e respondido de uma forma muito pessoal", declarou o cineasta ao receber um dos prêmios.

Este filme independente e de baixo orçamento reuniu os mesmos atores durante 12 anos para seguir o relato. O resultado - sobretudo o envelhecimento dos protagonistas - impressionou a crítica e há meses "Boyhood" aparece como um dos favoritos para o Oscar.

O prêmio de Melhor comédia foi concedido a "O grande hotel Budapeste", do americano Wes Anderson, uma história sobre a amizade forjada por um gerente (Ralph Fiennes) e um funcionário do hotel.

O mexicano Alejandro González Iñárritu chegava como favorito com sete indicações para sua comédia de humor negro "Birdman", mas no fim foi para casa com apenas dois prêmios: Melhor ator de comédia em cinema para Michael Keaton e Melhor roteiro.

"A ideia por trás do roteiro era mostrar que todos queremos nos ver refletidos em um espelho, mas não podemos porque estamos dentro do espelho", explicou Iñárritu no palco, acompanhado pelos outros roteiristas.

O ator Eddie Redmayne se impôs por interpretar Stephen Hawkings em "A teoria de tudo", um filme biográfico do cientista britânico, a quem agradeceu por "viver apaixonadamente e cheio de humor".

Julianne Moore conquistou o prêmio de Melhor atriz dramática por dar vida em "Para sempre Alice" a uma psicóloga com Mal de Alzheimer.

"Quando (a escritora Lisa Genova) escreveu este livro, disse-me que ninguém queria levá-lo ao cinema porque ninguém queria ver um filme sobre uma mulher de meia idade", lembrou a artista.

Amy Adams acompanhou Keaton como melhores atores de comédia por ficar na pele de uma pintora que disputa com seu marido a autoria de sua obra em "Grandes olhos".

As apostas se confirmaram para as categorias de atores coadjuvantes, onde venceram J.K. Simmons, um professor de música com métodos pouco ortodoxos em "Whiplash - em busca da perfeição", e Patricia Arquette por "Boyhood - da infância à juventude".

O russo "Leviathan" foi consagrado como Melhor filme estrangeiro, enquanto "Como treinar seu dragão 2" venceu na categoria de Melhor filme de animação.

Unidade diante da repressão

As demonstrações de apoio à liberdade de expressão se sucederam durante o evento de entretenimento mais importante depois dos Oscar, em um contexto de perplexidade após os atentados em Paris nesta semana e de ressaca pela crise provocada pelo filme "A Entrevista".

George Clooney, o homenageado da noite, declarou que o mundo não terá medo de seguir defendendo um dos valores mais importantes da democracia.

"Hoje foi um dia extraordinário", disse em referência à manifestação que levou às ruas quase quatro milhões de pessoas na França em repúdio ao ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo e um mercado de comida kosher que deixaram 17 mortos.

O ator e ativista Jared Leto pronunciou duas frases em francês com as quais deixou clara sua posição. "On vous aime. Je suis Charlie (Amamos vocês. Eu sou Charlie).

A organização do Globo de Ouro também não ficou para trás. Seu presidente, Theo Kingma, pediu unidade "diante de qualquer pessoa que reprima a liberdade de expressão".

Paralelamente, as apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler não deram trégua com suas piadas ácidas sobre a Coreia do Norte.

Televisão

Do lado da televisão, a artista Gina Rodríguez protagonizou uma das surpresas da noite ao ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia pela série "Jane the Virgin", adaptação de uma novela venezuelana.

A atriz interpreta Jane Villanueva, uma jovem que vive entre a modernidade de sua mãe, uma devota seguidora de Paulina Rubio, e as tradições da avó Alba, uma católica ardorosa.

"The Affair", que estreou há alguns meses, venceu como Melhor série dramática e deu a sua protagonista, Ruth Wilson, o prêmio de Melhor atriz dramática.

Kevin Spacey foi considerado o Melhor ator em série dramática por dar vida a um político implacável em "House of Cards".

Já "Transparent" venceu como Melhor comédia de televisão, enquanto "Fargo" levou o prêmio de Melhor minissérie e deu o prêmio de Melhor ator de minissérie a Billy Bob Thorton.

*Matéria atualizada às 8h11

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Los Angeles - O Globo de Ouro reconheceu como Melhor drama o experimento do diretor Richard Linklater "Boyhood - da infância à juventude", um filme produzido em segredo durante 12 anos, em uma cerimônia que defendeu a liberdade de expressão ante a censura e os ataques terroristas.

Linklater também recebeu o prêmio de Melhor diretor com este projeto "muito pessoal", no qual narra como a passagem do tempo afeta uma família através dos dois filhos de um casal divorciado. Patricia Arquette, no papel da mãe, recebeu a estatueta de Melhor atriz coadjuvante.

"Este filme é muito pessoal para mim. Significa muito que as pessoas o tenham visto e respondido de uma forma muito pessoal", declarou o cineasta ao receber um dos prêmios.

Este filme independente e de baixo orçamento reuniu os mesmos atores durante 12 anos para seguir o relato. O resultado - sobretudo o envelhecimento dos protagonistas - impressionou a crítica e há meses "Boyhood" aparece como um dos favoritos para o Oscar.

O prêmio de Melhor comédia foi concedido a "O grande hotel Budapeste", do americano Wes Anderson, uma história sobre a amizade forjada por um gerente (Ralph Fiennes) e um funcionário do hotel.

O mexicano Alejandro González Iñárritu chegava como favorito com sete indicações para sua comédia de humor negro "Birdman", mas no fim foi para casa com apenas dois prêmios: Melhor ator de comédia em cinema para Michael Keaton e Melhor roteiro.

"A ideia por trás do roteiro era mostrar que todos queremos nos ver refletidos em um espelho, mas não podemos porque estamos dentro do espelho", explicou Iñárritu no palco, acompanhado pelos outros roteiristas.

O ator Eddie Redmayne se impôs por interpretar Stephen Hawkings em "A teoria de tudo", um filme biográfico do cientista britânico, a quem agradeceu por "viver apaixonadamente e cheio de humor".

Julianne Moore conquistou o prêmio de Melhor atriz dramática por dar vida em "Para sempre Alice" a uma psicóloga com Mal de Alzheimer.

"Quando (a escritora Lisa Genova) escreveu este livro, disse-me que ninguém queria levá-lo ao cinema porque ninguém queria ver um filme sobre uma mulher de meia idade", lembrou a artista.

Amy Adams acompanhou Keaton como melhores atores de comédia por ficar na pele de uma pintora que disputa com seu marido a autoria de sua obra em "Grandes olhos".

As apostas se confirmaram para as categorias de atores coadjuvantes, onde venceram J.K. Simmons, um professor de música com métodos pouco ortodoxos em "Whiplash - em busca da perfeição", e Patricia Arquette por "Boyhood - da infância à juventude".

O russo "Leviathan" foi consagrado como Melhor filme estrangeiro, enquanto "Como treinar seu dragão 2" venceu na categoria de Melhor filme de animação.

Unidade diante da repressão

As demonstrações de apoio à liberdade de expressão se sucederam durante o evento de entretenimento mais importante depois dos Oscar, em um contexto de perplexidade após os atentados em Paris nesta semana e de ressaca pela crise provocada pelo filme "A Entrevista".

George Clooney, o homenageado da noite, declarou que o mundo não terá medo de seguir defendendo um dos valores mais importantes da democracia.

"Hoje foi um dia extraordinário", disse em referência à manifestação que levou às ruas quase quatro milhões de pessoas na França em repúdio ao ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo e um mercado de comida kosher que deixaram 17 mortos.

O ator e ativista Jared Leto pronunciou duas frases em francês com as quais deixou clara sua posição. "On vous aime. Je suis Charlie (Amamos vocês. Eu sou Charlie).

A organização do Globo de Ouro também não ficou para trás. Seu presidente, Theo Kingma, pediu unidade "diante de qualquer pessoa que reprima a liberdade de expressão".

Paralelamente, as apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler não deram trégua com suas piadas ácidas sobre a Coreia do Norte.

Televisão

Do lado da televisão, a artista Gina Rodríguez protagonizou uma das surpresas da noite ao ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz de comédia pela série "Jane the Virgin", adaptação de uma novela venezuelana.

A atriz interpreta Jane Villanueva, uma jovem que vive entre a modernidade de sua mãe, uma devota seguidora de Paulina Rubio, e as tradições da avó Alba, uma católica ardorosa.

"The Affair", que estreou há alguns meses, venceu como Melhor série dramática e deu a sua protagonista, Ruth Wilson, o prêmio de Melhor atriz dramática.

Kevin Spacey foi considerado o Melhor ator em série dramática por dar vida a um político implacável em "House of Cards".

Já "Transparent" venceu como Melhor comédia de televisão, enquanto "Fargo" levou o prêmio de Melhor minissérie e deu o prêmio de Melhor ator de minissérie a Billy Bob Thorton.

*Matéria atualizada às 8h11

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