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Asterix entra sem querer em debate sobre independência

Nacionalistas escoceses têm aproveitado do novo livro como uma alegoria de sua luta para libertar-se do Reino Unido

Mulher posa com exemplar da nova HQ "Asterix e os Pictos", o primeiro da série sem o desenhista Uderzo (Benoit Tessier/Reuters)

Mulher posa com exemplar da nova HQ "Asterix e os Pictos", o primeiro da série sem o desenhista Uderzo (Benoit Tessier/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 16h12.

Paris - O uísque de malte, as gaitas de fole e o monstro do Lago Ness estão no centro da narrativa da nova história em quadrinhos de Asterix, nas quais o gaulês de bigode amarelo e seu corpulento companheiro Obelix viajam para a antiga Escócia para expulsar os romanos de lá.

Os nacionalistas escoceses, em campanha para um referendo sobre a independência no próximo ano, têm aproveitado o livro como uma alegoria de sua luta para libertar-se do Reino Unido - uma teoria que o autor rejeita.

"Asterix chez les Pictes" ("Asterix entre os Pictos") é o 35º da clássica série dos quadrinhos criada pelo ilustrador Albert Uderzo e o escritor René Goscinny em 1959, e que já vendeu 352 milhões de cópias em todo o mundo.

No comando da mais recente versão, cujo título se refere ao primeiro povo celta que habitou a antiga Escócia, estão o escritor Jean-Yves Ferri e artista Didier Conrad.

Na história em quadrinhos que chega às livrarias nesta quinta-feira, Asterix e Obelix ajudam um escocês corpulento, de cabelos vermelhos, levado pelo mar até as margens de sua aldeia na Gália, congelado.

Uma vez descongelado, Mac Oloch explica como um maligno colaborador dos romanos, Mac Abbeh - que não tem a menor semelhança com o ator francês Vincent Cassel - o traiu.

O conto termina com final feliz, com Asterix e Obelix ajudando Oloch a unir os clãs locais que usam kilt (a saia escocesa), salvar sua namorada, derrotar Mac Abbeh, o inimigo ávido por poder, e repelir os romanos que tomavam suas terras.

Na Escócia, "Asterix entre os Pictos" já está sendo visto como um comentário sobre a independência escocesa.

"(Nós estamos) animados pelo endosso de um personagem tão prestigiado, mas, como sempre, teremos de verificar se ele está registrado para votar", declarou em um comunicado a campanha do "Sim, Escócia", que defende a independência.

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