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Arte visceral de Adriana Varejão é exposta em mostra na Pinacoteca

"Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas" é a mais abrangente exposição da artista carioca, reunindo mais de 60 obras

Adriana Varejão Mapa de Lopo Homem II, 1992 - 2004. (Adriana Varejão/Divulgação)
JS

Julia Storch

Publicado em 24 de março de 2022 às 09h55.

Desde 2008, quem visita os 140 hectares do Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, pode fazer uma imersão no trabalho de Adriana Varejão em uma galeria exclusiva da artista. Quem estiver em São Paulo, a partir de 26 de março, também poderá apreciar mais de 60 obras da artista carioca que desembarcam na Pinacoteca do Estado, na mais abrangente mostra da artista, Adriana Varejão: Suturas, Fissuras, Ruínas. Entre os trabalhos estão colunas e paredes azulejadas com interior de vísceras e carne expostas.

A exposição ocupa sete salas da Pinacoteca e o Octógono. A curadoria inclui desde as primeiras produções, da década de 1980, quando Adriana ainda estudava na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, como as pinturas A praia, O fundo do mar e, O Universo, todas de 1985, e chega até as recentes pinturas tridimensionais de grande escala da série Ruínas de charque.

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Para o Octógono, espaço central da Pinacoteca, serão apresentados 5 trabalhos desta série. Dois inéditos e que foram produzidos especialmente para esta exibição: Moedor (2021) e Ruina 22 (2022). Um terceiro trabalho deste conjunto é Ruína Brasilis (2021) que foi doado pela artista para a coleção da Pinacoteca de São Paulo e esteve em sua última exposição em Nova York.

“O que para mim é latente nesta mostra é a maneira como Adriana Varejão trabalha com a pintura pois, desde o início, ela segue uma direção que vai além da bidimensionalidade da tela, usa elementos que rompem a matéria; são frestas, cortes, vazamentos que descortinam uma situação e dão um novo significado, como por exemplo as “vísceras” e “carnes” que se derramam em muitos dos seus trabalhos”, afirma o diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo, Jochen Volz.

Entre 1992 e 1997, a artista deu novos significados a mapas e paisagens do período colonial. Na mostra, uma sala está dedicada a este conjunto de obras, entre elas a pintura Autorretratos coloniais (1993) em que a artista se apropria das tipologias de representação das “pinturas de castas” da América Espanhola para falar de assuntos relacionados à violência da classificação racial.

Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas
De 26 de março a 1 de agosto
Edifício Pinacoteca Luz - Praça da Luz 2, São Paulo, SP
De quarta a segunda, das 10h às 18h
http://www.pinacoteca.org.br

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