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Argentinos deixam Sambódromo e Terreirão do Samba no Rio

Hermanos deixam o Rio felizes com a recepção dos brasileiros, encantados com as praias e pontos turísticos do cidade


	Praça da Apoteose: torcida argentina começa a deixar o local após a final da Copa do Mundo
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Praça da Apoteose: torcida argentina começa a deixar o local após a final da Copa do Mundo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2014 às 14h33.

Rio de Janeiro - Os argentinos que estavam acampados no Sambódromo e no Terreirão do Samba, no centro do Rio, começaram a deixar a cidade na madrugada de hoje (14). Abalados e cabisbaixos com a derrota da seleção argentina para a Alemanha, na final da Copa do Mundo, os hermanos deixam o Rio felizes com a recepção dos brasileiros, encantados com as praias e pontos turísticos do cidade e dizem que pretendem voltar em uma outra ocasião.

Carros de passeio são os mais vistos, além de poucos trailers e motorhomes. Segundo o presidente da Rio Eventos Especiais, Leonardo Maciel, os argentinos têm até quarta-feira (16) para desocupar o local. "Eu vim dar uma olhada para ver como está a saída dos argentinos do Sambódromo. Já saiu bastante gente, muitos saíram de madrugada e a princípio eu acho que eles vão sair entre hoje e amanhã, no mais tardar na quarta-feira. A gente viu que tem alguns carros quebrados que estão aguardando peças, mas acho que até quarta-feira eles já retornaram à Argentina".

Maciel explica que o número de turistas argentinos que vieram à cidade superou as expectativas, depois que o país se classificou para a final do Mundial. "A Argentina iniciou e encerrou a Copa com muito mais argentinos do que a gente imaginava e a cidade estava preparada para isso. A Copa foi maravilhosa, pelo menos aqui no Rio de Janeiro. Tivemos sete jogos com a final e os eventos foram muito bem executados, cada jogo foi um desafio diferente", avaliou.

Para as Olimpíadas de 2016, o presidente da Rio Eventos Especiais disse que haverá investimento para atender a demanada do turismo terrestre. Segundo ele, o órgão já tinham percebido esse tipo de turismo na Jornada Mundial da Juventude, mas durante a Copa do Mundo a proporção foi bem maior. "Foi uma demanda diferente, um turismo terrestre, com muitos carros, muitos motorhomes e a nossa avaliação é superpositiva", explicou Maciel.

Enquanto alguns argentinos partiam, outros ainda arrumavam as malas para deixar a cidade. Muitos acordaram cedo para aproveitar a praia e outros tiravam fotos na praça da Apoteose para guardar de recordação. Mesmo tristes com a derrota do seu país, os torcedores elogiaram os brasileiros pela recepção e pela estrutura montada para a Copa. A maioria pretende voltar ao Rio para passear, trazer a família e falaram até em voltar para curtir o carnaval.

"Estar aqui é um sonho. Estou agradecido por tudo que fizeram por mim. Os brasileiros nos deram muita atenção. Sem dúvida as pessoas daqui do Brasil são muito agradáveis. Pretendo voltar ao Brasil para o carnaval ano que vem. Estamos saindo hoje, vamos chegar quarta na Argentina e perder três dias de trabalho. Vamos juntar dinheiro para voltar ao Brasil", disse Choque Nicolas, de 27 anos.

Já o argentino, Leandro Jesus Segovia, de 26 anos, disse que pretende voltar com a família para conhecer outros lugares. "Eu recomendaria o Brasil para os argentinos e pretendo retornar para conhecer Búzios e outros lugares. Já fui convidado e tenho vontade de retornar com a minha família e meus filhos, mas tenho que ver a situação econômica, porque aqui é muito caro. Tenho que juntar dinheiro. Conheci o Cristo, o Pão de Açúcar, as favelas, Ipanema, a Catedral. Tudo é lindo. Gostei muito do Pão de açúcar, porque dá para ver a cidade com as luzes acesas durante a noite. É lindo. Fomos muito bem tratados aqui. Voltamos agora para Argentina, muito tristes, com muita vontade de chorar e com saudades dos brasileiros", comentou.

Os argentinos também elogiaram a segurança, mas reclamaram dos altos preços dos hotéis e da alimentação, além do trânsito na cidade. Era possível perceber que muitos preparavam a própria comida nos carros e armavam mesas do lado de fora para fazer suas refeições. Os hermanos brincaram dizendo que as mulheres brasileiras são as mais bonitas, mas elogiaram de um modo geral os pontos turísticos e as praias da zona sul do Rio.

Segovia, disse que estava apreensivo antes de vir ao Brasil por causa das manifestações e das pacificações nas favelas, mas segundo ele, as expectativas foram superadas após visitar o país. "Eu gostei muito das praias do Brasil e achei a segurança eficaz, apesar de termos sido roubados na praia. Também vimos brigas entre argentinos e brasileiros na praia quando chegamos, e se não houvesse policiais lá, seria pior. A estrutura da Copa foi boa, embora comentassem outra coisa na Argentina. Diziam que aqui não havia muita segurança, que os estádios não eram seguros. Ficamos com medo das manifestações, falavam na Argentina que a situação não estava muito boa aqui, mas superou as minhas expectativas. Só é muito caro ficar aqui no Brasil", declarou.

Já a argentina Yanina Mannoli, de 19 anos, reclamou dos preços e das sinalizações, mas elogiou as praias do Rio e disse que são mais bonitas do que as da Argentina. "A organização está boa, mas acho que peca na sinalização das ruas. Não sabemos como chegar e também não deram mapas. Ficou um pouco difícil. Nós fomos ao Cristo e assistimos ao jogo na Fifa Fan Fest. O Cristo é lindo, mas tem muita pobreza, muita pobreza no centro da cidade, não se vê isso na Argentina. Penso em voltar quando a economia argentina melhorar, porque aqui é muito caro" disse, acrescentando que volta amanhã para a Argentina enfrentando três dias de viagem.

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