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Após denúncia, ministério cancela bolsa para 2 lutadoras

Tais Machado e Cinthia Lehne Guth Nunes ganharam auxílio para participar do Campeonato Sul-Americano de MMA, no ano passado, mas não houve lutas femininas

Dinheiro: atletas haviam recebido bolsa de R$ 1.850,00 por mês por conta do evento (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 10h06.

São Paulo - O ministério do Esporte decidiu cancelar a concessão de Bolsa Atleta a duas lutadoras de MMA que haviam sido beneficiadas em lista publicada no Diário Oficial da última sexta-feira. A pasta informou apenas que a Confederação Brasileira de MMA (CBMMA) enviou uma retificação na segunda.

Questionado naquele mesmo dia sobre o caso, o ministério protelou e não respondeu por que chegou a conceder a bolsa para duas atletas que não teriam sequer lutado no evento que serviu como parâmetro.

Tais Machado e Cinthia Lehne Guth Nunes foram contempladas pelo Bolsa Atleta Internacional (R$ 1.850,00 por mês) por conta do Dragon Fight, que foi apresentado pela CBMMA ao ministério do Esporte como sendo o Campeonato Sul-Americano de MMA, realizado em Gramado (RS), em outubro do ano passado.

De acordo com João Roberto Trindade, diretor executivo da CBMMA, não houve lutas femininas no evento. "Não teve luta por falta de atletas. Mas elas fizeram pesagem, subiram no ringue para fazer uma exibição e ganharam medalhas e troféu", contou o dirigente, em entrevista ainda na segunda-feira, antes de decidir só se pronunciar sobre o caso por meio de advogados.

A versão é diferente da apresentada por Ronnie Lincoln, presidente da Federação Gaúcha de MMA e organizador do Dragon Fight. "Na feminina, teve duas categorias só. Uma das categorias tinha todas (as atletas), sim. Na outra, só tinha duas atletas e nenhuma delas foi para o Bolsa porque eram brasileiras e da mesma equipe", argumentou. Ele prometeu enviar fotos das lutas para a reportagem, mas não o fez.

As duas beneficiadas pelo Bolsa Atleta são da mesma equipe, a Inter Estilos, de Bom Princípio (RS). Tais é lutadora de MMA e faz, inclusive, confrontos profissionais. A reportagem, no entanto, não encontrou qualquer referência a outras competições disputadas por Cinthia.

No sábado, Cinthia foi questionada sobre o benefício ganho sem lutar e disse que "poderia explicar". Depois, não respondeu mais às perguntas da reportagem. O técnico delas, Cristiano Bennedeto, também beneficiado pelo Bolsa Atleta, revelou que havia proibido seus lutadores de concederem entrevista. Quando questionado sobre quais as lutas que Cinthia e Tais haviam realizado no Dragon Fight, disse que precisaria consultar seu advogado.

O ministério do Esporte foi informado das denúncias pela reportagem, na segunda-feira à tarde, via assessoria de imprensa. No começo da noite daquele mesmo dia, respondeu: "Os dois nomes das categorias feminino principal 61kg e 65kg foram excluídas do pleito após a divulgação da lista em virtude de retificação feita pela confederação".

Ainda na segunda-feira, a reportagem perguntou ao ministério do Esporte se a documentação enviada inicialmente pela CBMMA citava que houve lutas, quantas lutas cada atleta fez e quais atletas femininas estrangeiras participaram do evento. Até o momento, a pasta não respondeu aos questionamentos.

A informação do ministério de que as duas lutadoras foram beneficiadas em categorias diferentes contrasta com os relatos tanto do organizador do evento quanto do diretor executivo da CBMMA, responsável pelo envio das súmulas ao governo. Mais do que isso. Tais aparece no Diário Oficial como contemplada por ter sido vice-campeã de sua categoria, enquanto Cinthia foi terceira colocada. Para o ministério, portanto, alguém ganhou delas.

A CBMMA disse, via assessoria de imprensa, que só vai se pronunciar depois do dia 15 de dezembro, quando, alega a entidade, será divulgada uma nova lista de contemplados pelo Bolsa Atleta. A portaria que contém os nomes dos beneficiados, assinada pelo ministro Aldo Rebelo, começou a valer na data da publicação - sexta-feira passada, portanto. No total, 734 atletas foram contemplados.

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São Paulo - O ministério do Esporte decidiu cancelar a concessão de Bolsa Atleta a duas lutadoras de MMA que haviam sido beneficiadas em lista publicada no Diário Oficial da última sexta-feira. A pasta informou apenas que a Confederação Brasileira de MMA (CBMMA) enviou uma retificação na segunda.

Questionado naquele mesmo dia sobre o caso, o ministério protelou e não respondeu por que chegou a conceder a bolsa para duas atletas que não teriam sequer lutado no evento que serviu como parâmetro.

Tais Machado e Cinthia Lehne Guth Nunes foram contempladas pelo Bolsa Atleta Internacional (R$ 1.850,00 por mês) por conta do Dragon Fight, que foi apresentado pela CBMMA ao ministério do Esporte como sendo o Campeonato Sul-Americano de MMA, realizado em Gramado (RS), em outubro do ano passado.

De acordo com João Roberto Trindade, diretor executivo da CBMMA, não houve lutas femininas no evento. "Não teve luta por falta de atletas. Mas elas fizeram pesagem, subiram no ringue para fazer uma exibição e ganharam medalhas e troféu", contou o dirigente, em entrevista ainda na segunda-feira, antes de decidir só se pronunciar sobre o caso por meio de advogados.

A versão é diferente da apresentada por Ronnie Lincoln, presidente da Federação Gaúcha de MMA e organizador do Dragon Fight. "Na feminina, teve duas categorias só. Uma das categorias tinha todas (as atletas), sim. Na outra, só tinha duas atletas e nenhuma delas foi para o Bolsa porque eram brasileiras e da mesma equipe", argumentou. Ele prometeu enviar fotos das lutas para a reportagem, mas não o fez.

As duas beneficiadas pelo Bolsa Atleta são da mesma equipe, a Inter Estilos, de Bom Princípio (RS). Tais é lutadora de MMA e faz, inclusive, confrontos profissionais. A reportagem, no entanto, não encontrou qualquer referência a outras competições disputadas por Cinthia.

No sábado, Cinthia foi questionada sobre o benefício ganho sem lutar e disse que "poderia explicar". Depois, não respondeu mais às perguntas da reportagem. O técnico delas, Cristiano Bennedeto, também beneficiado pelo Bolsa Atleta, revelou que havia proibido seus lutadores de concederem entrevista. Quando questionado sobre quais as lutas que Cinthia e Tais haviam realizado no Dragon Fight, disse que precisaria consultar seu advogado.

O ministério do Esporte foi informado das denúncias pela reportagem, na segunda-feira à tarde, via assessoria de imprensa. No começo da noite daquele mesmo dia, respondeu: "Os dois nomes das categorias feminino principal 61kg e 65kg foram excluídas do pleito após a divulgação da lista em virtude de retificação feita pela confederação".

Ainda na segunda-feira, a reportagem perguntou ao ministério do Esporte se a documentação enviada inicialmente pela CBMMA citava que houve lutas, quantas lutas cada atleta fez e quais atletas femininas estrangeiras participaram do evento. Até o momento, a pasta não respondeu aos questionamentos.

A informação do ministério de que as duas lutadoras foram beneficiadas em categorias diferentes contrasta com os relatos tanto do organizador do evento quanto do diretor executivo da CBMMA, responsável pelo envio das súmulas ao governo. Mais do que isso. Tais aparece no Diário Oficial como contemplada por ter sido vice-campeã de sua categoria, enquanto Cinthia foi terceira colocada. Para o ministério, portanto, alguém ganhou delas.

A CBMMA disse, via assessoria de imprensa, que só vai se pronunciar depois do dia 15 de dezembro, quando, alega a entidade, será divulgada uma nova lista de contemplados pelo Bolsa Atleta. A portaria que contém os nomes dos beneficiados, assinada pelo ministro Aldo Rebelo, começou a valer na data da publicação - sexta-feira passada, portanto. No total, 734 atletas foram contemplados.

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