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Angolana de 25 anos vence o Miss Universo 2011

Priscila Machado, a brasileira que disputava o prêmio, ficou em terceiro lugar. Cerimônia teve shows de Claudia Leitte e Bebel Gilberto

Leila Lopes, de Angola, é a nova Miss Universo 2011 (Yasuyoshi Chiba/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 20h44.

São Paulo - A angolana Leila Lopes, de 25 anos, ganhou na noite desta segunda-feira o Miss Universo. A 60º edição do concurso foi realizado pela primeira vez no Brasil. Leila chegou à final na companhia da brasileira Priscila Machado (que ficou em terceiro lugar) e das candidatas da Ucrânia (segunda colocada), da China e das Filipinas. Ela foi a quinta negra na história do concurso a vencer o título de mulher mais bonita do mundo. Não sem sacrifício.

Há três semanas morando em São Paulo, onde participou da maratona de platitudes, caridade, festas e tratamentos estéticos, a angolana desbancou 88 concorrentes, incluindo a tradicional favorita venezuelana – seja ela qual for, é sempre favorita – e enfrentou com estoicismo o suspense das seletivas. Que, diga-se, é um corte frio e seco.

Das 89 candidatas iniciais, 64 caem no primeiro anúncio dos apresentadores Andy Cohen e Nathalie Morales, ambos americanos. O alardeado público de 1 bilhão de espectadores em 189 países, segundo a produção, apreciou por menos de 5 segundos a beleza da maioria delas. Triste de quem sequer teve apoio de torcida ou de familiares para digerir a derrota. Como Nikolina Loncar, de Montenegro, nos Bálcãs, que veio sozinha ao Brasil tentar a sorte.

O completo oposto das misses Venezuela, Colômbia e México, apoiadas pelo barulho de gritos, apitos, chocalhos e vuvuzelas de suas torcidas organizadas na plateia do evento. Indomáveis, de nada adiantava o animador de palco avisar que, assim que o concurso começasse a ser televisionado, precisaria que todos estivessem sentados e em silêncio. Nenhum êxito no pedido foi registrado.

Pode-se dizer o mesmo dos números musicais apresentados pelas brasileiras Claudia Leitte e Bebel Gilberto. A primeira, lançando a primeira música em inglês de sua carreira, derrapou na pronúncia e tentou compensar com o rebolado. A segunda, que consagrou a bossa nova como música de lounge e elevador, chamou mais atenção pelo vestido paetê cor de prata. Claudia cantou para que as misses, então dez restantes, se apresentassem de biquíni – brasileiros!, destacou a produção, referindo-se aos tamanhos das peças. Para Bebel, restou ser crooner do desfile de misses em vestidos de gala.

Do júri, composto por celebridades como a modelo brasileira Isabeli Fontana, o piloto de Formula Indy Helio Castroneves e a atriz americana Vivica Fox, foram ouvidas as perguntas em que cada uma das cinco principais candidatas é instada a falar sobre questões de suma importância: a paz mundial, ícones pessoais e o próprio corpo. “Eu não mudaria nada no meu”, disse com um sorriso arrebatador a angolana Leila, ao ser perguntada sobre que mudanças faria caso fosse possível torná-la ainda mais bonita.


Priscila Machado, quando perguntada sobre a paz mundial, resumiu as guerras da história da humanidade a uma questão simples: falta de respeito. Foi, aliás, do que reclamaram os venezuelanos. “Nos robaron!”, insistia a torcida que, como as das outras eliminadas, fecharam com a angolana na reta final.

Até setembro de 2012, quando mais um concurso do tipo será realizado, Leila Lopes usufruirá de 250 mil dólares em contratos comerciais, viajará o mundo para adornar causas beneficentes com seu sorriso e contará regressivamente até o fim de um reinado curto, anacrônico na forma (um simples programa de televisão exaustivamente ensaiado), mas ainda capaz de emocionar. Disso Leila não escapou ao ser anunciada vencedora. Recebeu a coroa, a faixa, chorou, sorriu, chorou mais um pouco.

Sorte dela que não pelo mesmo motivo das 88 desclassificadas que voltarão para casa com as mãos (e a cabeça) abanando. Inclusive a brasileira Priscila Machado, com quem Leila dividiu o quarto nas últimas três semanas.

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São Paulo - A angolana Leila Lopes, de 25 anos, ganhou na noite desta segunda-feira o Miss Universo. A 60º edição do concurso foi realizado pela primeira vez no Brasil. Leila chegou à final na companhia da brasileira Priscila Machado (que ficou em terceiro lugar) e das candidatas da Ucrânia (segunda colocada), da China e das Filipinas. Ela foi a quinta negra na história do concurso a vencer o título de mulher mais bonita do mundo. Não sem sacrifício.

Há três semanas morando em São Paulo, onde participou da maratona de platitudes, caridade, festas e tratamentos estéticos, a angolana desbancou 88 concorrentes, incluindo a tradicional favorita venezuelana – seja ela qual for, é sempre favorita – e enfrentou com estoicismo o suspense das seletivas. Que, diga-se, é um corte frio e seco.

Das 89 candidatas iniciais, 64 caem no primeiro anúncio dos apresentadores Andy Cohen e Nathalie Morales, ambos americanos. O alardeado público de 1 bilhão de espectadores em 189 países, segundo a produção, apreciou por menos de 5 segundos a beleza da maioria delas. Triste de quem sequer teve apoio de torcida ou de familiares para digerir a derrota. Como Nikolina Loncar, de Montenegro, nos Bálcãs, que veio sozinha ao Brasil tentar a sorte.

O completo oposto das misses Venezuela, Colômbia e México, apoiadas pelo barulho de gritos, apitos, chocalhos e vuvuzelas de suas torcidas organizadas na plateia do evento. Indomáveis, de nada adiantava o animador de palco avisar que, assim que o concurso começasse a ser televisionado, precisaria que todos estivessem sentados e em silêncio. Nenhum êxito no pedido foi registrado.

Pode-se dizer o mesmo dos números musicais apresentados pelas brasileiras Claudia Leitte e Bebel Gilberto. A primeira, lançando a primeira música em inglês de sua carreira, derrapou na pronúncia e tentou compensar com o rebolado. A segunda, que consagrou a bossa nova como música de lounge e elevador, chamou mais atenção pelo vestido paetê cor de prata. Claudia cantou para que as misses, então dez restantes, se apresentassem de biquíni – brasileiros!, destacou a produção, referindo-se aos tamanhos das peças. Para Bebel, restou ser crooner do desfile de misses em vestidos de gala.

Do júri, composto por celebridades como a modelo brasileira Isabeli Fontana, o piloto de Formula Indy Helio Castroneves e a atriz americana Vivica Fox, foram ouvidas as perguntas em que cada uma das cinco principais candidatas é instada a falar sobre questões de suma importância: a paz mundial, ícones pessoais e o próprio corpo. “Eu não mudaria nada no meu”, disse com um sorriso arrebatador a angolana Leila, ao ser perguntada sobre que mudanças faria caso fosse possível torná-la ainda mais bonita.


Priscila Machado, quando perguntada sobre a paz mundial, resumiu as guerras da história da humanidade a uma questão simples: falta de respeito. Foi, aliás, do que reclamaram os venezuelanos. “Nos robaron!”, insistia a torcida que, como as das outras eliminadas, fecharam com a angolana na reta final.

Até setembro de 2012, quando mais um concurso do tipo será realizado, Leila Lopes usufruirá de 250 mil dólares em contratos comerciais, viajará o mundo para adornar causas beneficentes com seu sorriso e contará regressivamente até o fim de um reinado curto, anacrônico na forma (um simples programa de televisão exaustivamente ensaiado), mas ainda capaz de emocionar. Disso Leila não escapou ao ser anunciada vencedora. Recebeu a coroa, a faixa, chorou, sorriu, chorou mais um pouco.

Sorte dela que não pelo mesmo motivo das 88 desclassificadas que voltarão para casa com as mãos (e a cabeça) abanando. Inclusive a brasileira Priscila Machado, com quem Leila dividiu o quarto nas últimas três semanas.

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