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Além de foliões, carnaval carioca tem estraga-prazeres

Para Ana Carolina Mascarenhas, uma estudante de 18 anos, o momento é de reflexão. Evangélica, ela irá passar o carnaval em um retiro espiritual organizado por sua igreja

Integrantes de uma escola de samba mirim carioca ensaiam para o desfile (©afp.com / Vanderleialmeida)

Integrantes de uma escola de samba mirim carioca ensaiam para o desfile (©afp.com / Vanderleialmeida)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2013 às 17h01.

Rio de Janeiro - O carnaval do Rio de Janeiro, que começa oficialmente nesta sexta-feira, atrai 6 milhões de pessoas, mas é um pesadelo para milhares de cariocas que fogem da folia, dos rios de cerveja e dos excessos que caracterizam a maior festa popular a céu aberto do planeta.

O governo do Rio calcula que cerca de seis milhões de pessoas, incluindo 900.000 turistas, vão participar este ano dos cinco dias de festa. Mas há milhares de cariocas que por motivos religiosos ou porque detestam o barulho e as multidões aproveitam o feriado para escapar da batucada.

Para Ana Carolina Mascarenhas, uma estudante de 18 anos, o momento é de reflexão. Evangélica, ela irá passar o 3º carnaval consecutivo em um retiro espiritual organizado por sua igreja.

Os dias de folia são para ela a oportunidade de "encontrar amigos, dividir esse momento de oração e de aprofundamento da fé".

"O Carnaval tem muitas coisas que distanciam você de Deus, então eu prefiro aproveitar este tempo para orar", disse à AFP.

Os evangélicos são cada vez mais numerosos no Brasil, onde chegam a 42 milhões, e se opõem às festas profanas e ao consumo de álcool. Para a enorme maioria, o carnaval é uma a ser evitada a qualquer custo.


"O carnaval é a grande festa do Rio de Janeiro. Um momento em que a cidade pode mostrar a si mesma, ao país e ao mundo sua face mais alegre e criativa", explica à AFP Felipe Ferreira, coordenador do Centro de Referência do Carnaval da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)

Mas a "demonização da festa por algumas religiões afasta muita gente do carnaval, mesmo que, no seu íntimo, goste dele", explica.

A Igreja Católica, que se prepara para receber em julho no Rio o Papa Bento XVI e milhões de jovens católicos para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), também organizou vários eventos para a semana de festas, como o Acampamento de Carnaval, organizado pela Canção Nova. Os organizadores são enfáticos em dizer que "a alegria verdadeira só é possível na presença de Deus".

Poucas são as igrejas que aproveitam o Carnaval para atrair fiéis. É o caso da Igreja Metodista do Rio de Janeiro, que respondeu à convocatória do popular bloco "Sovaco de Cristo", que se concentra abaixo do Cristo Redentor, com um grande cartaz: "Não fique só com o sovaco. Conheça o Cristo inteiro".


Mas também há muitos que não são religiosos e também detestam o Carnaval.

Thaís Estevão, uma jovem engenheira de 25 anos, acha "entediante ficar pulando e dançando durante muito tempo, além da multidão de pessoas que eu nunca vi na vida, a sujeira deixada no chão e a música alta demais". Este ano ela pretende viajar com os amigos para Itaipava, na região serrana do Rio.

As companhias de viagens aproveitam a oportunidade e propõe alguns destinos alternativos, principalmente internacionais, já que até os resorts preparam programações especiais para o carnaval.

Algumas estão oferecendo pacotes de cruzeiros a partir de 2.605,00 reais com uma duração de nove noites, passando por Buenos Aires, Punta Del Este, Porto Belo e Santos. Outras sugerem pacotes para Curitiba, Belo Horizonte e Foz do Iguaçu a partir de 630 reais com dirária de hotel e passagem aérea.

Outra opção são os spa, que oferecem pacotes especiais para quem quer relaxar. Um spa da zona sul carioca oferece descontos de 10% em suas massagens e terapias para estes dias.

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