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Agronegócio bate recordes e investe em clubes de futebol

Times têm sido beneficiados por aportes financeiros do setor que é fonte de renda para 30,5 milhões de pessoas no Brasil

(Melinda Nagy/Dreamstime.com/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2021 às 11h58.

Última atualização em 6 de dezembro de 2021 às 11h58.

Por conta da pandemia, a economia mundial foi abalada. Empresas fecharam, o desemprego aumentou, a inflação subiu e muitos setores ainda não se recuperaram do impacto sofrido pelo fechamento do comércio. Por outro lado, o agronegócio tem alcançado marcas expressivas e atingiu, em 2020, 26,6% de participação no PIB brasileiro. O sucesso do setor também é percebido no âmbito esportivo e tem beneficiado clubes do futebol nacional.

Cuiabá, Juventude e Internacional são exemplos de equipes apoiadas pelo agronegócio nacional. Neste ano, o Dourado obteve o primeiro patrocínio desse setor no Campeonato Brasileiro. O time mato-grossense é patrocinado pela empresa Agro Amazônia, especializada em inseticidas, fertilizantes, insumos para agricultura e pecuária. A marca investe R$ 2,7 milhões por ano pelo espaço no ombro da camisa, painéis nas redes sociais, backdrops na sala de imprensa, placas na Arena Pantanal e Centro de Treinamento.

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“É através de nossos patrocínios que o clube consegue mostrar a força do Mato Grosso. Estamos diretamente ligados ao agronegócio, que é atualmente, a principal força econômica do estado. Ficamos honrados em poder ajudar a divulgar a maior potência da nossa região”, afirma Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.

Em junho, mais um time da elite do futebol nacional anunciou parceria com o agro. O Juventude, retornando para a Série A depois de 13 anos, fechou acordo com a New Holland Agriculture. A companhia produz tratores, colheitadeiras, pulverizadores, semeadoras, entre outros equipamentos relacionados ao agronegócio. Exposto no abdômen e em painéis do Jaconero, o patrocínio tem um valor aproximado de R$ 3 milhões.

Walter Dal Zotto, presidente do Juventude, frisa a importância deste acordo para arcar com as contas do clube nesta temporada: “Ter conosco a New Holland, empresa de enorme referência no mercado do agronegócio, é algo muito valioso para nós. É uma parceria que beneficia ambos, uma vez que nós contamos com o aporte financeiro e a empresa possui a oportunidade de ter sua imagem estampada na nossa camisa, em um campeonato de visibilidade a nível mundial”.

O Banrisul, patrocinador máster do Internacional, tem ajudado os produtores do agro a enfrentar intempéries e estresse hídrico. O banco apoia o setor através de financiamentos e transferência de tecnologia. Além disso, a instituição financeira possui linhas de crédito com recursos próprios para o agronegócio e atende todos os segmentos: agricultura familiar, médios produtores e agricultura empresarial.

“O Banrisul é um grande aliado do futebol gaúcho. É uma instituição financeira que entende sua grandeza e investe nos clubes da região. Um banco que tem a sua marca de parceria em relação ao esporte do Rio Grande do Sul e do Brasil, e essa colaboração tem sido essencial para as equipes que são beneficiadas com este suporte”, afirma Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.

Para Renê Salviano, especialista em marketing esportivo, é algo bastante positivo que tenhamos esse setor tão forte da nossa economia apoiando o esporte nacional: “Por ser o nosso maior negócio e uma das principais locomotivas do progresso do país, vejo com ótimos olhos este segmento apoiar o desporto brasileiro. Acho prudente explicar ao povo brasileiro a dimensão da importância deste setor e que existem marcas 100% nacionais dentro das principais empresas desse segmento tão competitivo. Somente isto já é um grande orgulho para o povo brasileiro”.

Felipe Soalheiro, diretor da agência SportBiz Consulting, especializada em marketing esportivo, ressalta que a participação de equipes fora dos grandes centros urbanos no Brasileirão impacta no aumento da presença de marcas que tradicionalmente não estão entre os maiores patrocinadores de futebol.

“Juventude e Cuiabá, que subiram no último ano e representam as regiões Sul e Centro-Oeste, atraíram com eles marcas importantes que fazem parte do ecossistema do agronegócio, como New Holland, Agro Amazônia e Drebor. Com a ampliação do número médio de patrocinadores nos uniformes, que cresceu 65% desde 2017, é natural que novos setores passem a ver o futebol como boa opção de investimento, explorando o potencial de impacto nos negócios que os clubes fora dos grandes centros podem gerar em sua região”, completa o especialista.

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