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Acreditando em seu axé, Isaac Silva faz planos de expansão da marca homônima

Dentre os planos da estilista estão duplicar o número de lojas no próximo ano e entrar no mercado de vendas por atacado

A estilista Isaac Silva. (João Bertholini/Divulgação)
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Julia Storch

Publicado em 8 de julho de 2022 às 15h25.

Santa Cecília, Pinheiros e em breve no Rio de Janeiro e em Salvador. Estas serão as novas praças que a estilista Isaac Silva irá inaugurar lojas. Porém, o plano de expansão da marca da estilista baiana não se resume apenas a pontos de venda físicos. No ano passado, Silva fez duas collabs com gigantes brasileiras, com Alpargatas lançou suas estampas nos chinelos mais famosos do mundo e com a Magalu, uma coleção de roupas.

Em conversa com Casual Exame, com as Havaianas nos pés e sua marca no corpo, Silva conta sobre os próximos passos da marca homônima.

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Desde 2018 com uma loja na rua Jaguaribe, no centro de São Paulo. Agora há outro ponto de venda, na rua Mateus Grou, onde se concentram outras marcas que também desfilam na São Paulo Fashion Week, como Misci e Neriage.

Mesmo com vendas em alta no e-commerce da marca, que Isaac compara ao mesmo volume de comercialização das lojas de rua, o ponto físico ainda é importante para a empresa. “As pessoas querem tocar nas peças, e na loja física você recebe muito melhor os clientes, que dizem pegar um pouquinho dessa energia, desse axé. A maioria das pessoas não fica menos de 40 minutos na loja”, comenta.

Ícaro Silva, Thaynara OG, Majur, Isaac Silva, Ângelo Assumpção, Thelminha Assis e Rita Carreira durante o último desfile na SPFW. (João Bertholini/Divulgação)

Ainda que os consumidores da marca não tenham um perfil específico, segundo Isaac, homens e mulheres dos 18 aos 80 anos busquem as peças, o perfil de vendas é diferente entre as lojas. “A gente observou que as clientes na loja de Pinheiros gostam de gastar mais. O tíquete médio da loja de Pinheiros é maior do que o da Santa Cecília, então tem que ter produtos mais elaborados”, diz.

Enquanto no ponto de venda no centro de São Paulo são vendidos os carros-chefes da marca:  camisetas e jaquetas com o lema da marca "Acredite no seu axé", na loja da zona oeste, os vestidos para festa são as peças mais requisitadas.

Já para as lojas do Rio de Janeiro e de Salvador, haverá peças mais fluidas, feitas de viscose e algodão com estamparias. “Como são lugares muito solar, as pessoas ousam mais nas cores e estampas”. Com isso, outro pilar da marca será expandir o leque de estamparias.

Porém, os planos da baiana de Barreiras não se resumem a expansão para mais dois estados. Silva pretende conquistar o país com vendas através do atacado. “Começamos a furar a bolha de lojas multimarcas pelo país. Nosso plano é falar que temos 100 pontos de venda”, diz.

O projeto das vendas em atacado será para o segundo semestre de 2023, após as aberturas das novas lojas, neste ano no Rio de Janeiro, e o no primeiro semestre de 2023 em Salvador.

Mesmo com o crescimento das vendas, a sustentabilidade e políticas de acolhimento continuarão sendo prioridade da marca. “As pessoas procuram a marca pela questão sustentável e humanizada. Somos uma marca antirracista que preza pela valorização da moda nacional”.

Com o aumento da produção das peças, Silva pretende buscar mão de obra em casas de acolhimento de pessoas trans e gays. Atualmente foram selecionados 13 locais em São Paulo e no Rio de Janeiro que poderão produzir as peças. O intuito é que o fornecimento para as lojas seja de mão de obra local e que os moradores das casas possam aprender a produzir peças e ter uma renda.

“O mercado diz que não existe mão de obra para trabalhar. Essa mão de obra existe, mas não é preparada. Então, o quero fazer é ensinar essas pessoas. Assim, vamos levar as peças cortadas e ensinar o acabamento das peças para essas mulheres e homens que precisam trabalhar”, explica.

Os planos de internacionalização ainda estão no futuro. Primeiro Isaac pretende se estabelecer no país, para então, poder crescer para o mercado externo. “Eu já recebi muito convite para fazer desfile e vendas fora do país, mas por conta do câmbio alto, é muito mais fácil a gente investir no Brasil do que investir fora. Eu falo sempre que o internacional virá, mas daqui uns cinco anos”, projeta.

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