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O novo Accord híbrido: testamos o Honda mais caro vendido no Brasil

Com um sistema inovador de dois motores elétricos e um a combustão, o carro faz até 17 quilômetros por litro, ao preço de R$ 305 mil

O novo Honda Accord híbrido: na estrada, motor à combustão gera melhor desempenho (Honda/Divulgação)

O novo Honda Accord híbrido: na estrada, motor à combustão gera melhor desempenho (Honda/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 13h23.

Última atualização em 20 de janeiro de 2022 às 13h58.

As condições do test drive pareciam perfeitas. Durante cinco dias eu usaria o novo Honda Accord em São Paulo. No fim de semana, iria para o litoral norte paulista, um percurso de 170 quilômetros de retas longas e serra cheia de curvas. No fim, a amiga com quem dividiríamos a casa pegou covid, como tanta gente. E a viagem foi suspensa.

Pena. O novo carro híbrido da Honda parece perfeito para pegar a estrada. O carro conta com três motores, dois elétricos e um a combustão — já falaremos deles logo adiante. O que é importante saber é que uma das baterias é bastante pequena, semelhante a de um híbrido convencional.

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Por que isso é importante? Porque essa bateria não ocupa o espaço dos passageiros atrás (mesmo tamanho do modelo convencional) nem do generoso porta-malas, com espantosos 574 litros de capacidade. Caberiam no carro com folga, portanto, minha família de quatro pessoas e todas as tralhas que eles quisessem levar.

Só posso imaginar, portanto, como teria sido o teste do Accord na estrada. Em compensação, nesse período usei sem economia o carro pela cidade de São Paulo. Começando pelo fim, minha principal observação foi em relação ao consumo.

Economia na cidade

Segundo a Honda, o Accord Híbrido consegue alcançar alta eficiência energética, com consumo de 17,6 quilômetros por litro na cidade e 17,1 na estrada, “sem abrir mão do prazer ao dirigir, com acelerações vigorosas, linearidade e suavidade no funcionamento e ótimo comportamento dinâmico”.

A informação sobre o desempenho na estrada, como já disse, vou ficar devendo. Na cidade, cheguei a 15,5 quilômetros por litro. Não atingi o limite máximo divulgado pela montadora, certamente por incapacidade minha, mas ainda assim é um número considerável, principalmente nesses tempos de alta nos preços da gasolina.

Como o Accord entrega esse desempenho? Aqui vem a explicação sobre os três motores que fiquei devendo no começo deste texto. O carro é o primeiro da marca a vir com a tecnologia e:HEV no Brasil — e é o primeiro dos três carros híbridos que a Honda pretende lançar por aqui até 2023. O objetivo da empresa é atingir a neutralidade de carbono em todos os produtos até 2050.

O sistema e:HEV é composto de dois motores elétricos de alta eficiência combinados com um motor a combustão de ciclo Atkinson de 2,0 l. Juntos, esses três motores entregam uma potência de 184 cv. A ideia é que eles sejam acionados alternadamente para entregar o melhor desempenho.

Existem três modos principais de operação nesse sistema, dependendo da situação de condução: EV Drive (100% elétrico), Hybrid Drive (híbrido, como diz o nome) e Engine Drive (só combustão). O sistema alterna automaticamente entre eles de forma suave.

Em que momentos eles atuam? Na partida, o EV Drive, totalmente elétrico, é acionado. Na aceleração da cidade funciona o modelo híbrido. No uso urbano, sem sobressaltos, novamente o EV. E na aceleração e uso na estrada, aí é com o bom e velho motor a gasolina.

No Engine Drive há uma conexão direta do motor a combustão com as rodas, por meio de um sistema de embreagem. Esse modo é acionado em velocidades mais altas de cruzeiro, quando o motor a combustão trabalha em sua faixa de maior eficiência energética.

Existe ainda outra situação de condução em que a tecnologia do sistema e:HEV é acionada: quando ocorre uma desaceleração brusca e ocorre então uma regeneração de energia. Atrás dos volantes estão borboletas que podem ser acionadas para aumentar a frenagem e otimizar essa regeneração. Testei o sistema. Além de eficiente, é divertido.

Os modos de condução Sport e ECON alteram a aceleração (quando o acelerador é pressionado) e também a desaceleração (quando o motorista tira o pé do acelerador).

Sedã elegante

Sobre a motorização, essa foi minha bastante modesta contribuição. O carro foi lançado em julho passado e custa hoje R$ 305 mil. Fora isso, o que posso falar da aparência? Pessoalmente, prefiro os SUVs da marca, mas consigo apreciar a elegância desse sofisticado sedã, agora com novos parachoque e grade, com desenho mais horizontal, com os também novos faróis de neblina em LED acoplados.

O emblema H frontal vem com detalhes em azul, exclusivo dos veículos híbridos da marca. As inéditas rodas de liga leve de 17 polegadas têm acabamento escurecido. E na traseira na tampa do porta-malas está o logo e:HEV, que identifica a versão híbrida.

Na conectividade, o sistema de áudio permite agora a integração com as tecnologias Apple CarPlay e Android Auto. O carregador por indução no console central, com 15 watts, trabalha com rapidez. Os ocupantes do banco traseiro também contam com duas saídas USB adicionais, para recarregar os iPads da criançada e fazer de uma viagem mais longa um programa mais aprazível para todos — algo que não consegui fazer desta vez.

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