Academia prova, de novo, que o Oscar é para pessoas brancas
Pelo segundo ano consecutivo, as 20 principais categorias do Oscar são compostas inteiramente por pessoas brancas
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2016 às 15h39.
As indicações para o Oscar deste ano foram anunciadas nesta quinta-feira (14) e, pelo segundo ano consecutivo, as 20 principais categorias são compostas inteiramente por pessoas brancas.
Em entrevista ao Deadline, a presidente da Academia Cheryl Boone Isaacs, que é negra, disse estar desapontada e que é preciso acelerar o processo pelo aumento da diversidade no Oscar. Mas aliviou o tom ao falar que isso não pode tirar a grandeza dos filmes indicados para a premiação deste ano.
"O importante é que já estamos conversando sobre isso. As pessoas vão dizer: 'Ah, mas não adianta falar, é preciso fazer'. Sim, eu sei, mas é conversando que se resolvem as coisas. É uma situação de toda a indústria e precisamos continuar esta conversa"
As pessoas na redes sociais discordam.
Em 2015 a indignação perante a ausência negros e negras nas indicações levantou nas redes sociais a hashtag #OscarSoWhite (#OscarMuitoBranco, em tradução livre), criada por @ReignOfApril, que volta esse ano com #OscarStillSoWhite (#OscarAindaMuitoBranco, Oscar ainda muito branco) com críticas à falta de representatividade negra no evento.
Os únicos filmes indicados que contam com pessoas negras – em seu elenco ou na produção – são Straight Outta Compton: A História do N.W.A. por “Melhor Roteiro Original”; What Happened, Miss Simone? por “Melhor Documentário” e Creed: Nascido para Lutar por “Melhor Ator Coadjuvante”. A cruel ironia disso é que apenas as pessoas brancas que participaram desses filmes foram reconhecidas pela Academia.
Ficaram de fora nomes como Will Smith (Um Homem Entre Gigantes), Michael B. Jordan (Creed: Nascido para Lutar), Idris Elba (Beasts of No Nation, da Netflix) e Samuel L. Jackson (Os Oito Odiados). Além do diretor negro de Creed, Ryan Coogler.
A exclusão de pessoas negras não se dá apenas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas de forma sistêmica ao redor do mundo. Assim, para entender esse processo em relação ao Oscar o buraco é mais embaixo...
Ou mais em cima, de acordo com um estudo da UCLA (Universidade de Los Angeles, Califórnia) sobre a diversidade em Hollywood. Esse relatório mostra que quem está no topo, comandando as três maiores agências de talentos e estúdios da indústria cinematográfica hollywoodiana são homens brancos.
Isso parece um grande retrocesso na mesma indústria que, em 2014, deu ao filme Doze Anos de Escravidão, um épico sobre escravidão, nove indicações e três prêmios — melhor atriz coadjuvante para Lupita Nyong'o, melhor roteiro adaptado para John Ridley e melhor filme.
Ano passado, a polêmica da falta de diversidade do Oscar chamou a atenção também para o mesmo tema, quando a diretora de "Selma", Ava DuVernay, e seu protagonista, David Oyelowo, não apareceram entre os indicados pela Academia.
As indicações para o Oscar deste ano foram anunciadas nesta quinta-feira (14) e, pelo segundo ano consecutivo, as 20 principais categorias são compostas inteiramente por pessoas brancas.
Em entrevista ao Deadline, a presidente da Academia Cheryl Boone Isaacs, que é negra, disse estar desapontada e que é preciso acelerar o processo pelo aumento da diversidade no Oscar. Mas aliviou o tom ao falar que isso não pode tirar a grandeza dos filmes indicados para a premiação deste ano.
"O importante é que já estamos conversando sobre isso. As pessoas vão dizer: 'Ah, mas não adianta falar, é preciso fazer'. Sim, eu sei, mas é conversando que se resolvem as coisas. É uma situação de toda a indústria e precisamos continuar esta conversa"
As pessoas na redes sociais discordam.
Em 2015 a indignação perante a ausência negros e negras nas indicações levantou nas redes sociais a hashtag #OscarSoWhite (#OscarMuitoBranco, em tradução livre), criada por @ReignOfApril, que volta esse ano com #OscarStillSoWhite (#OscarAindaMuitoBranco, Oscar ainda muito branco) com críticas à falta de representatividade negra no evento.
Os únicos filmes indicados que contam com pessoas negras – em seu elenco ou na produção – são Straight Outta Compton: A História do N.W.A. por “Melhor Roteiro Original”; What Happened, Miss Simone? por “Melhor Documentário” e Creed: Nascido para Lutar por “Melhor Ator Coadjuvante”. A cruel ironia disso é que apenas as pessoas brancas que participaram desses filmes foram reconhecidas pela Academia.
Ficaram de fora nomes como Will Smith (Um Homem Entre Gigantes), Michael B. Jordan (Creed: Nascido para Lutar), Idris Elba (Beasts of No Nation, da Netflix) e Samuel L. Jackson (Os Oito Odiados). Além do diretor negro de Creed, Ryan Coogler.
A exclusão de pessoas negras não se dá apenas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mas de forma sistêmica ao redor do mundo. Assim, para entender esse processo em relação ao Oscar o buraco é mais embaixo...
Ou mais em cima, de acordo com um estudo da UCLA (Universidade de Los Angeles, Califórnia) sobre a diversidade em Hollywood. Esse relatório mostra que quem está no topo, comandando as três maiores agências de talentos e estúdios da indústria cinematográfica hollywoodiana são homens brancos.
Isso parece um grande retrocesso na mesma indústria que, em 2014, deu ao filme Doze Anos de Escravidão, um épico sobre escravidão, nove indicações e três prêmios — melhor atriz coadjuvante para Lupita Nyong'o, melhor roteiro adaptado para John Ridley e melhor filme.
Ano passado, a polêmica da falta de diversidade do Oscar chamou a atenção também para o mesmo tema, quando a diretora de "Selma", Ava DuVernay, e seu protagonista, David Oyelowo, não apareceram entre os indicados pela Academia.