Brasil conquistou 57 medalhas na 5ª edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers de Tours. (Magone/Getty Images)
Julia Storch
Publicado em 29 de março de 2021 às 17h37.
Última atualização em 29 de março de 2021 às 17h42.
Os monges da abadia de Citeaux, no centro-leste da França, venderam em poucas horas 2 toneladas de queijo que estavam acumulados em suas adegas devido à pandemia de covid-19, mais que o dobro da meta inicial.
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“É preciso esvaziar. Os clientes vêm menos e os restaurantes estão fechados. A queda nas vendas chegou a quase 50%”, explicou à AFP o irmão Jean Claude, responsável pelo marketing da abadia fundada em 1098.
Para escoar os estoques, a Citeaux decidiu criar um "desafio" e vender pela internet pelo menos 1 tonelada de queijo até a manhã de terça-feira por meio da startup "Divine Box", especializada na venda online de produtos feitos nas abadias.
No fechamento da venda na sexta-feira à meia-noite, a meta foi ultrapassada por muito, pois 2.006,9 kg de queijo foram vendidos. Os 19 monges trapistas, que vivem em silêncio, rezando e fazendo trabalhos manuais, encontraram "4.000 queijos extras" em suas adegas, ou 2,8 toneladas de excedentes.
Em condições normais, este queijo francês chamado "reblochon" e produzido desde 1925, que ganhou a medalha de prata na competição internacional de Lyon em 2020, é muito procurado. “Normalmente os pedidos são rejeitados. Eles são vendidos em Hong Kong, Tóquio, Dubai...”, explica Jena-Claude.
Com a fabricação e a venda de queijos, a abadia transformou-se numa pequena empresa de sucesso, com um faturamento de 1,2 milhão de euros (1,4 milhão de dólares) por ano e uma produção de 140.000 queijos. “Tentamos explicar às nossas 75 vacas que precisávamos produzir menos leite, mas elas parecem não entender”, brinca o monge. "E não podemos empurrar as paredes."