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A Rolex lança certificado oficial de relógios de segunda mão

As peças certificadas precisam ter pelo menos três anos de fabricação, poderão ser revendidas pelas lojas autorizadas e são garantia contra falsificação

Rolex Explorer com certificado de autenticidade de segunda mão (Rolex/Divulgação)

Ivan Padilla

Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 07h49.

Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 09h46.

Comprar um relógio de segunda mão implica uma série de riscos, de falsificação à aquisição de peças em má conservação. O receio é ainda maior quando se leva em consideração o custo desses objetos, muitas vezes na casa das (muitas) dezenas de milhares de reais. A marca suíça Rolex está anunciando hoje, globalmente e em primeira mão para a Casual EXAME, uma medida para trazer mais confiança aos seus consumidores.

Trata-se de um selo de certificação que leva o nome de Certified Pre-Owned. A intenção é dar nova vida a peças feitas para durar muito tempo, o que vai ao encontro do conceito perpetual da marca, uma filosofia de busca pela excelência e compromisso de longo prazo com as gerações futuras.

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Como funciona essa certificação? Qualquer pessoa que tenha um relógio Rolex, mesmo sem caixa e documentação original, pode procurar um distribuidor autorizado. A peça então será validada, terá autenticidade atestada e passará por uma revisão. O certificado virá diretamente de Genebra e dará uma garantia de dois anos para o comprador.

O selo tem um design retrô, indicativo de que se trata de uma peça atemporal.

Os relógios certificados serão vendidos de duas maneiras. Nas lojas, haverá um espaço separado destinado para as peças de segunda mão. Os relógios usados também poderão ser vendidos no e-commerce da loja autorizada – hoje a venda só é feita presencialmente.

O certificado é uma forma de proteger a coroa, símbolo da marca. A Rolex não vai ganhar dinheiro com a medida – a não ser com o serviço de avaliação e restauração, algo que já é feito hoje e, obviamente, tem custo. Trata-se de uma forma de proteger clientes e assegurar mais uma fonte de receita para revendedores autorizados.

O programa terá início nas boutiques Bucherer em seis países europeus (Suíça, Áustria, Alemanha, França, Dinamarca e Reino Unido). No Brasil, a previsão é segundo semestre de 2023. Todas as lojas autorizadas poderão fazer a certificação e revenda das peças.

Certificado de autenticidade da Rolex: design retrô (Rolex/Divulgação)

Mercado de relojoaria em alta

Os revendedores poderão não aceitar determinadas peças, dependendo do estado e procedência. E detalhe: as peças devem ter no mínimo três anos de fabricação. O motivo é simples: evitar o incentivo à revenda por parte de quem vê o relógio apenas como um ativo financeiro.

Muitas marcas de relógio, e a Rolex em especial, vivem um momento especial. As lojas não têm peças para venda imediata. Muitas vezes é preciso esperar até dois anos na fila. Em muitas vitrines os poucos relógios expostos vêm com o aviso de que são apenas para demonstração.

A falta de oferta se explica pela falta de componentes devido ao isolamento da pandemia e o excesso de procura. Em momentos de crise, relógios mecânicos de marcas confiáveis tornam-se um ativo seguro. Mas o fenômeno gerou também uma distorção de preços, que agora começa a ser corrigido.

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O Daytona em aço, um dos modelos mais cobiçados da Rolex, chegou a ser vendido no começo deste ano a 47.000 dólares no mercado de segunda mão nos Estados Unidos, enquanto um novo sairia na loja por cerca de 14.500 dólares. Simplesmente porque não há relógios disponíveis nas butiques.

Esse preço caiu para cerca de 30.000 dólares atualmente – o que ainda significa um prêmio de 100%. Segundo o site especializado Chrono 24, isso se deve à queda de criptomoedas. A alta recente criou uma nova classe de consumidores do mercado de luxo.

Ainda assim, o mercado de relógios suíços vive seu melhor momento. Em outubro, as exportações representaram um total de 2,3 bilhões de francos, 6,7% a mais em relação a 2021, segundo aFédération de l´'industrie Horlogère Suisse.Nos dez primeiros meses, o setor exportou o equivalente a 20,4 bilhões de francos, 11,9% a mais que no ano passado – que já havia sido o melhor ano da história do segmento.

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