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A Lacoste lança mais um tênis no Brasil. Por que isso é importante?

A marca francesa cresceu 26% no ano passado graças em boa parte ao setor de calçados e aos bons resultados do mercado brasileiro

ampanha de lançamento do tênis L003 da Lacoste: categoria estratégica (Lacoste/Divulgação)
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 15 de fevereiro de 2023 às 15h22.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2023 às 15h25.

A princípio é apenas mais um lançamento de sneaker. Um belo sneaker, aliás. A Lacoste apresentou ontem para franqueados e convidados em seu Brand Day, em São Paulo, o L003 Neo, novo modelo da linha de footwear. Um tênis colorido e arrojado, distante da imagem clássica da marca.

O tênis tem como base uma sola volumosa e moderna, cabedal de neoprene e malha, com um fecho de renda entrelaçado, perfurações atrativas e o logo do crocodilo na lateral. Entre as opções de cores estão o amarelo neon, que remete ao dinamismo da bola de tênis e à história da Lacoste.

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Outras cores estão disponíveis, como o rosa e o turquesa monocromáticomais chamativos e os mais clássicos all black e cáqui. O modelo recém-lançado globalmente chega ao Brasil neste mês por 1.189 reais. E com um valor simbólico muito maior do que a própria peça.

Campanha com rappers

Por que, afinal, esse lançamento é importante? Existe uma razão conceitual e existe uma explicação que passa pelos números. O L003 Neo traz o conforto da performance com o conceito da alta costura. Segundo a Lacoste, representa a visão da marca, de ser a marca mais inspiradora de fashion sport.

O tênis também é uma amplificação dos valores da Lacoste, que passa por moda, tênis, cultura, estilo, design, modernidade e constante quebra de regras. A campanha foi filmada em Londres e é estrelada por seus embaixadores Ella Mai & Midwxst.

Ella Mai, cantora e compositora inglesa, é uma estrela em ascensão. Já o rapper americano Midwxst é um candidato a a ícone do hip hop mundial. Na campanha, ambos estão em movimento e encapsulam o dinamismo e a vitalidade do seu público.

O Brasil no centro da estratégia

A importância desse lançamento também pode ser entendida em uma entrevista recente do CEO Thierry Guibert ao site Fashion Network. Guibert abriu alguns números, algo pouco usual à empresa familiar MF Brands, dona da marca. O principal resultado: a Lacoste cresceu 26% no ano passado em relação a 2021, com um faturamento pouco superior a 2,5 bilhões de euros.

Em 2021 a Lacoste já havia chegado ao faturamento de 2019, antes da pandemia, segundo Guibert. E onde esse crescimento aconteceu? A Ásia registrou 20% sem contar a China, a Europa quase 30%, 24% nos Estados Unidos. O maior percentual aconteceu na América do Sul: 60%.

Dentro da América do sul, onde a Lacoste mais cresceu no mundo, o país de maior destaque é o Brasil. O mercado brasileiro representa 60% da região. Portanto, é justamente para cá que estão voltados os olhos do crocodilo.

Em entrevista à EXAME, no começo do ano passado, o CEO para a América Latina Pedro Zannoni já havia destacado que o Brasil está entre os quatro principais mercados para a Lacoste. Agora, segundo os dados divulgados, mais do que nunca.

O calçado é rei

Dentro desses ótimos resultados, que categorias se destacam? Engana-se quem pensa na tradicional camisa polo. Todas as linhas apresentam linearidade de crescimento – com exceção dos calçados, que teve um pico de 30%, de acordo com Guibert.

Ou seja, é nos sneakers que a Lacoste enxerga seu futuro. Isso graças principalmente ao rejuvenescimento dos clientes. “Conquistamos maciçamente a geração Z e os millenials com vários projetos envolvendo muitas comunidades criativas ao nosso redor”, disse Guibert.

Os calçados representam hoje cerca de 20% das vendas da Lacoste. A marca acredita ser possível triplicar esse número nos próximos quatro anos. “É onde enxergamos maior potencial”, afirma o CEO.

Outra categoria com potencial para a Lacoste é a de roupas femininas, que hoje representa apenas 17% das vendas do total de vestimenta. A maior parte das mulheres que entra hoje nas lojas é para comprar para os homens. Guibert acredita que há espaço para crescer entre 5% e 10% desse market share a curto prazo.

O total de vendas de 2,5 bilhões de euros estava previsto para 2024. Ou seja, a marca foi atingida dois anos antes do prazo. Dessa forma, a meta para 2026 também foi revisada: passou de 3 bilhões para 4 bilhões de euros. Vai ser necessário vender muito sneaker até lá. Mas o caminho está traçado.

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